SAÚDE

Bebê do DF passa por cirurgia no coração depois de quatro meses de espera

Maria Joana Dias dos Santos, 8 meses, tem síndrome de Down e cardiopatias congênitas. Ela não podia fazer o procedimento médico por falta de insumos

A bebê de oito meses Maria Joana Dias dos Santos, realizou nesta sexta-feira (30/10) cirurgia no coração, depois de quatro meses de espera no Hospital da Criança. Ela tem síndrome de Down e cardiopatias congênitas. Os pais da guerreira lutam desde setembro para conseguir autorização para operá-la. 


"Essas 48 horas pós-cirurgia são muito difíceis, mas até o momento ela está bem. Agora é orar para Deus para que continue dando tudo certo", declarou a mãe da bebê, Gisele Dias. "Meu sentimento agora é de agradecimento a Deus e a dr. Janaína que incansavelmente correu atrás da Justiça para que se cumprisse a ordem judicial, e a dona Karoline Moreira que entrou nessa luta com a gente", acrescentou a mãe. 

O caso da pequena foi parar na Justiça. Em 27 de outubro o juiz Henaldo Silva Moreira, da 5ª Vara da Fazenda Pública e Saúde Pública do DF, determinou que Maria Joana Dias fosse operada. Foram intimados o Secretário de Saúde, a Central de Regulação de Internação Hospitalar, a Central de Cirurgias Eletivas da Secretaria de Saúde e o Núcleo de Judicialização a comprovarem o cumprimento da tutela de urgência, sob pena de multa de R$ 4 mil por dia de atraso.

Caso

A bebê chegou a ficar internada durante um mês no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), com o uso de ventilação mecânica. No local, acabou sendo infectada pela covid-19. Desempregados, os pais dela, moradores do Jardim Céu Azul, em Valparaíso de Goiás, lutam diariamente para garantir a sobrevivência da menina.

“A Maria Joana teve três paradas cardíacas e precisou fazer traqueostomia no dia 24 de setembro. Estamos correndo contra o tempo, pois ela deveria ter feito essa cirurgia antes dos seis meses de vida. Estou entrando em desespero. É horrível ver a minha filha no leito de hospital, sem poder ao menos pegá-la no colo. Não quero que aconteça o pior e que os médicos me falem que os dias dela estão contados”, desabafou Gisele Dias, mãe da criança.

À época, a mãe informou que o ICDF não podia fazer o procedimento médico na bebê por falta de insumos. “Há poucos dias precisei ir à farmácia comprar alguns remédios, porque não tinha no hospital”, contou. Antes desse período, Maria Joana ficou internada durante quatro meses no Hospital da Criança.