FINADOS

Menos visitas aos cemitérios

Medidas de contenção do coronavírus fizeram com que a circulação de pessoas diminuísse no feriado. Comerciantes também perceberam queda na venda de itens como flores e velas

Thais Umbelino
postado em 03/11/2020 00:07 / atualizado em 03/11/2020 00:09
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Os cemitérios da capital federal tiveram fluxo menor de visitantes no feriado do Dia de Finados deste ano. A adoção de medidas sanitárias para prevenir a disseminação do novo coronavírus obrigou o uso de máscaras e o distanciamento social entre os visitantes e muitos optaram por prestar homenagens aos entes queridos em casa. Como consequência, a movimentação nos espaços foi mais baixa em comparação aos anos anteriores. As vendas de flores e de velas, tradicionais na data, também caíram.

A comerciante Helena Fagundes, 64 anos, vende há 30 anos itens para decoração nos túmulos, em frente ao Cemitério de Taguatinga, e sempre aposta na data para arrecadar mais dinheiro. Este ano, porém, a vendedora acredita que terá prejuízo. “Esperamos tirar, pelo menos, o dinheiro da mercadoria, porque estamos com medo de as despesas serem maiores”, afirmou. “Essa é a primeira vez que vejo isso acontecendo. Nem ao longo da semana o movimento foi alto”, completou a vendedora.

Nos shoppings, porém, o movimento foi maior, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), Edson de Castro. “Principalmente entre o horário de almoço até o meio da tarde, porque as famílias foram almoçar e aproveitaram para fazer compras”, observou o representante. Para o sindicato, as restrições sanitárias refletiram nas vendas das floriculturas, além da previsão de chuva.

Com a baixa movimentação nos cemitérios, os visitantes se sentiram mais seguros com relação à pandemia. O auxiliar de serviços gerais José Eider Cordeiro, 57, por exemplo, preferiu que o cemitério de Taguatinga estivesse vazio. “Normalmente, venho pela manhã, mas, este ano, optei por vir no horário da tarde para evitar ainda mais o movimento”, contou. Mesmo assim, o morador de Samambaia esperava por um fluxo maior de pessoas. “Fui surpreendido, porque, na verdade, está bem vazio”, observou. Todos os anos ele visita o túmulo do filho. “É uma tradição de família. Sempre venho trazer flores para ele e fazer orações”, finalizou.

Apesar do distanciamento, a ocasião possibilitou que os visitantes fizessem amizades. Foi o caso do empregado público Jesus Carlos da Silva, 51. Ao visitar o túmulo onde estão os pais e duas irmãs, no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, ele acabou conhecendo José Almeida, 73. “O irmão dele foi meu chefe, que me deu a oportunidade de vir transferido de Roraima para Brasília. Foi uma grata satisfação conhecer a família dele”, contou Jesus.

Orgulhoso do irmão, José Almeida agradeceu o reconhecimento. Todos os anos, ele e a mulher, Aparecida dos Reis, 69, visitam o túmulo do parente, além dos de outros familiares. Eles costumam passar duas horas no local para rezar pelas almas que partiram. “É uma data especial”, disse José. “E também para dizer que nós estamos presentes aqui e que um dia viremos para cá. Então, temos de cuidar agora, para depois alguém também cuidar da gente”, acrescentou Aparecida.

Trânsito

Ao menos sete acidentes de trânsito foram registrados durante o feriado nas principais vias do Distrito Federal. Nenhum deles deixou vítimas. Na manhã de ontem, um acidente na DF-001, sentido Jardim Botânico/Paranoá, deixou um motociclista ferido, depois de ser fechado por um veículo. A vítima foi levada para o Hospital do Paranoá consciente, desorientada e estável.

Na DF-009, próximo à Epia Norte, a colisão entre um carro e um caminhão deixou motorista e a passageira do automóvel feridas. Elas foram levadas ao Hospital de Base. Os ocupantes do caminhão foram avaliados pelas equipes do Corpo de Bombeiros e não houve a necessidade de atendimento hospitalar. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF-DF), o fluxo de veículos permaneceu semelhante ao registrado durante os feriados antes da covid-19.

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