A síndica mais longeva do Distrito Federal, Antônia Leal dos Reis, morreu na manhã de ontem aos 89 anos. De acordo com familiares, ela estava internada na unidade de terapia intensiva (UTI) desde 7 de novembro, após sofrer um AVC, e ontem não resistiu e faleceu. O velório ocorre hoje, às 13h, no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Em razão da pandemia da covid-19, haverá restrição no número de pessoas na capela. O sepultamento será às 15h. Ela deixa dois filhos, seis netos e quatro bisnetos.
Querida por todos que a conheceram, amigos e familiares relatam que Antônia sempre foi um exemplo de pessoa humilde e alegre. “Sempre de bem com a vida, alegre, vaidosa e festeira. Essa era a minha avó. Ela costumava sempre dizer que a vida é para ser celebrada. E ela aproveitou bastante”, conta a neta mais velha, Ana Carolina Maganha, 40. Para a neta, a avó era um exemplo em todos os sentidos. “Independente, corajosa e sempre trabalhando. Ela trabalhou até o último dia de sua vida”, ressalta.
Antônia era síndica de um prédio na Quadra 103 do Sudoeste e atuou na função por mais de 27 anos. Em fevereiro do ano passado, ela recebeu o prêmio Master Síndico, o mais importante título da Associação Brasileira dos Síndicos e Síndicos Profissionais (Abrassp), que reúne profissionais de todo o país. A homenagem foi dada pelo trabalho feito em quase três décadas. “Antônia se destacava pela forma como lidava com as pessoas, se dava bem com todos. Ela conseguiu fazer uma grande transformação no condomínio”, afirma o diretor da Abrassp, Paulo Roberto Melo.
Emocionado ao falar da amiga, ele conta que conhece Antônia há mais de 10 anos, e o falecimento dela deixa uma tristeza que ele não consegue descrever. “Ela era uma líder nata. Uma amiga, conselheira, gestora, uma pessoa que vai fazer muita falta”, relata. A Associação Brasileira dos Síndicos e Síndicos Profissionais vai decretar luto por sete dias. Paulo Melo pretende criar um marco simbólico em homenagem à síndica mais longeva do Distrito Federal. “Vamos criar um prêmio com o nome dela, destinado às síndicas que atuam em nosso país”, afirma.
Querida e alegre
Darcylene da Silva, 31 anos, é gerente de uma padaria no Sudoeste, onde dona Antônia frequentava todos os dias. No local, era admirada pelos funcionários pela alegria e positividade. “Ela vinha aqui todos os dias, praticamente em todos os turnos. Lanchava com a gente e sempre ficava batendo papo, contando sobre como foi o dia. Mas, o que ela mais comentava é de que viveria por muitos anos, até chegar aos 100”, contou a gerente.
Nascida em 23 de fevereiro em Garça (SP), Antônia planejava comemorar o aniversário, ano que vem, com os funcionários da padaria. “Aqui, ela tinha amizade com todos os funcionários. Todo mundo gostava dela e a admirava. Com certeza, ficará guardada em nossas lembranças a imagem de uma pessoa querida e alegre”, frisou Darcylene.
Adelaide Maganha, 60, nora de dona Antônia, relembra com carinho os momentos que passou ao lado da sogra. “Era uma pessoa fantástica, nunca estava triste. Sempre torceu por todos e amava ser síndica, tanto que pretendia enfeitar todo o prédio para as comemorações de Natal. Era a vida dela”, finalizou.
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