Kilma Pinheiro morreu, aos 84 anos, na sexta-feira (13/11). Ela se tratava de um câncer havia dois anos. Lembrada por sua gentileza, Kilma se mudou de Recife para Brasília em 1960. Veio com o marido, o cirurgião Francisco Pinheiro Rocha, um dos médicos de Tancredo Neves, e com o filho mais velho, Fábio Pinheiro, 60.
No primeiro momento, o casal morou na SQS 106 e se ficou conhecido entre os vizinhos, especialmente por causa da amabilidade de Dona Kilma, como era chamada. Dr. Pinheiro e ela tiveram, em Brasília, mais dois filhos, Marcos, 59, e Beatriz Pinheiro, 57. Os dois passaram 60 anos casados. "Ela era muito companheira do meu pai, acompanhava nas viagens, nos congressos que ele sempre tinha na França", conta Beatriz.
A filha mais nova conta que a mãe acolhia todos os amigos dela e dos irmãos. "Todos dizem que ela era como uma segunda mãe. Ela adorava a casa cheia, tudo era motivo para reunir", relembra, com carinho. Os sobrinhos também a viam dessa forma. "Minha mãe ficou viúva muito cedo e ela nos recebeu com todo amor", conta Silvia Badra, sobrinha de Kilma.
Vida acadêmica
Dona Kilma era reconhecida pela inteligência e pelo interesse por aprender. "Era uma mulher muito interessante e muito interessada pelos outros também. Gostava de estudar, não ficava só com o papel de dona de casa", relata Silvia.
Beatriz conta que a mãe passou 12 anos estudando na Universidade de Brasília (UnB). Inclusive, ela estava lá no mesmo período em que os filhos estudavam na universidade. "Ela fez letras, literatura brasileira, literatura francesa, depois mestrado em literatura brasileira. A tese dela era sobre uma obra do Ariano Suassuna, A pedra do reino", conta.
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