Saúde

Defensoria abre ação para que o GDF reduza filas para cateterismo cardíaco

Três hospitais foram notificados e deverão regularizar o atendimento. Hospital de Base deve receber insumos na semana que vem para fazer a fila de espera andar

Ana Clara Alves*
postado em 20/11/2020 22:26

A Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) abriu uma ação civil pública contra o Governo do Distrito Federal (GDF) por conta da suspensão da realização de cateterismo cardíaco na rede pública de saúde. O processo pede que o GDF informe os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e regularize o atendimento nos hospitais.

Os hospitais que foram notificados são: Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), que teve paralisação do atendimento a esses pacientes no dia 20 de agosto; o Hospital de Base (Iges-DF), que paralisou em 11 de novembro; e o Hospital Universitário de Brasília (HUB), que continuou atendendo, mas está com a agenda bloqueada.

A ação cita que 942 pacientes estão na fila de espera para o procedimento, com classificações de risco entre “vermelha”, “amarela”, “verde” e “azul”, do mais ao menos grave. Além do número alto, entre outubro e novembro os pacientes na prioridade vermelha aumentaram em 80%.

Segundo o defensor público Ramiro Sant’Ana, envolvido no processo, a falta de oferta prolonga o tempo de internação dos cardiopatas, que ficam hospitalizados sem o acesso ao tratamento devido. “A falta de oferta do procedimento de cateterismo cardíaco coloca em risco a vida de centenas de cardiopatas, e tem impedido o regular fluxo de pacientes entre as diversas unidades hospitalares”, completa.

Iges-DF

Ao Correio, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) afirmou que já foi notificado da ação e irá responder a Defensoria Pública dentro do prazo. Além disso, a expectativa é que o Núcleo de Hemodinâmica do Hospital de Base receba, na próxima semana, insumos que irão aumentar os atendimentos aos pacientes com doenças cardíacas.

O presidente do Iges-DF, Paulo Ricardo Silva, assinou o contrato nesta quinta-feira (19/10) para o fornecimento dos materiais. Segundo o presidente, a novidade vai ajudar a reduzir a fila de espera e “garantir a tranquilidade dos pacientes que precisam dos exames e do cateterismo”.

Procurados pelo Correio, o Instituto do Coração do Distrito Federal e o Hospital Universitário de Brasília não responderam até a última atualização desta reportagem.

Repasse

Na quinta-feira (19/11), a Secretaria de Saúde repassou cerca de R$ 3 milhões ao Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) para garantir a continuidade dos serviços da entidade. O pagamento foi feito antes do prazo limite previsto. Além disso, a pasta vai oferecer insumos básicos necessários para que as cirurgias cardíacas sejam retomadas na unidade rapidamente.

Após o repasse, o ICDF acolheu quatro crianças que passarão por cirurgias cardíacas. Segundo o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, o critério da idade é um dos agravantes para que as crianças tenham prioridade na fila de espera, de modo que o quadro delas não piore. Duas crianças já foram operadas.

 

*Estagiária sob a supervisão de Adson Boaventura

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