VIOLÊNCIA

Estuprada antes de morrer

Acusado pelo crime, Rafael Lima da Costa confessou o delito em novo depoimento. O inquérito foi finalizado e o suspeito, indiciado por latrocínio, abuso sexual e ocultação de cadáver. Corpo da turista japonesa foi encontrado em 10 de novembro

Sarah Peres
postado em 25/11/2020 22:33 / atualizado em 25/11/2020 22:36
 (crédito: PCGO/Divulgação)
(crédito: PCGO/Divulgação)

O inquérito investigativo da morte da japonesa Hitome Akamatsu, de 43 anos, foi finalizado e entregue à Justiça ontem. Em uma reviravolta, o suspeito do latrocínio (roubo seguido de morte), Rafael Lima da Costa, 18, confessou também ter estuprado a médica antes de matá-la com um golpe na cabeça, em 10 de novembro, em uma cachoeira da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), local onde o médium João de Deus atuava antes de ser preso.

Agentes da Delegacia de Abadiânia localizaram o corpo da estrangeira em 15 de novembro, após denúncia de desaparecimento da vítima, por parte de amigos dela, do centro místico. À época, foi levantada a hipótese de que Hitome também poderia ter sofrido violência sexual, pois foi encontrada apenas com a parte superior do biquíni.

No entanto, em primeiro depoimento, Rafael confessou apenas o latrocínio e alegou ter assassinado Hitome enforcada com a blusa dele. A versão quanto à causa da morte foi descartada por laudo cadavérico, o qual apontou o óbito por traumatismo craniano.

Inconsistência

Com a inconsistência, a delegada-chefe Isabella Joy solicitou uma segunda oitiva com o acusado, a qual ocorreu ontem, após resultado do último laudo aguardado, o de local. O objetivo da investigadora era de que as análises dos peritos pudessem indicar o crime de estupro.

“Contudo, não havia provas suficientes que comprovassem a tese. O cadáver estava em avançado estado de decomposição e, portanto, a perícia não conseguiu identificar se houve ou não a conjunção carnal. Uma das possibilidades é de que o laudo de local apontasse algo, mas também não foi possível”, esclarece.

No segundo depoimento, Rafael da Costa mudou o versão do que teria ocorrido em 10 de novembro. Ele seguiu alegando que tinha ido à cachoeira com a intenção de roubar Hitome, pois estava sendo cobrado por traficantes. O acusado alegou que no dia do crime, oito homens invadiram a residência dele e cobraram R$ 670 em drogas.

Ao chegar na cachoeira, Hitome estava nadando. Rafael olhou os pertences da vítima e não encontrou nenhum objeto de valor. Ele foi até a mulher e cometeu o abuso sexual. “Após o estupro, decidiu matá-la. O suspeito fugiu levando apenas roupas da vítima, como a calcinha do biquíni, uma bermuda leggin, uma saia, uma camiseta e um colchonete azul. As vestimentas foram queimadas pelo acusado em um terreno baldio, próximo à Casa Dom Inácio”, delimita a delegada Isabella Joy.

Com a nova versão, Rafael foi indiciado pelos crimes de latrocínio, abuso sexual e ocultação de cadáver. Ele já tinha duas passagens quando adolescente pelo ato infracional análogo ao crime de estupro. O acusado está preso preventivamente na Unidade Prisional de Alexânia (GO), onde seguirá detido por tempo indeterminado.


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Duplo homicídio no Park Way

 (crédito: Darcianne Diogo/CB/D.A Press)
crédito: Darcianne Diogo/CB/D.A Press

A família do sucateiro Aldo Bezerra Neto, de 45 anos, assassinado em frente a uma chácara na Quadra 4, Conjunto 6, no Park Way, busca respostas sobre o crime ocorrido ontem. O amigo dele, que o acompanhava, também foi morto com disparos de arma de fogo. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) trabalha com várias linhas de investigação.

Era por volta de 11h15, quando a moradora da chácara, que preferiu não revelar a identidade, ouviu barulhos de tiro. De imediato, ela ligou para o marido, o empresário Douglas Pereira, 35, que estava no trabalho, na Asa Norte. “Ela me disse que estava havendo um tiroteio em frente à nossa casa, e que estava assustada. Vim para casa e, no caminho, acionei a polícia”, contou ao Correio.

Ao chegar no imóvel, Douglas deparou-se com uma Hilux branca com as portas abertas. No chão, estava o corpo de Aldo Bezerra. O amigo dele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na tarde de ontem. “A investigação ainda está em fase preliminar e estamos em busca de um ou mais envolvidos no crime. Não sabemos, ainda, se foi um latrocínio, mas não descartamos nenhuma linha de investigação”, afirmou o delegado-chefe da 21ª DP, Alexandre Gratão.

Amigos e parentes estiveram no local do crime. Ao Correio, eles afirmaram que Aldo trabalhava como sucateiro havia mais de 17 anos e tinha vários clientes no DF. Disseram, ainda, que a vítima andava com muito dinheiro para vender e comprar cobre.

Aldo é natural do Rio Grande do Norte e veio para Brasília com três irmãos para trabalhar — todos são sucateiros. A Hilux que a vítima dirigia no dia do crime pertencia ao dono de uma empresa de construções do Gama, mas que foi comprada por Aldo. Os criminosos não levaram o carro, nem o celular do homem.

A polícia colheu imagens do circuito de segurança, o que poderá auxiliar nas investigações e saber se o criminoso estava no carro da vítima ou não. Aldo morava no Setor de Chácaras Lucio Costa, no Guará, com a família. Ele deixa a mulher e dois filhos, de 19 e 14 anos.


Cidade da Segurança Pública

O Governo do Distrito Federal inaugurou, ontem, em Planaltina, o projeto Cidade da Segurança Pública. O programa, idealizado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), visa diminuir os índices de criminalidade na capital federal e nas 33 regiões administrativas. Planaltina foi escolhida para ser a primeira cidade a receber o projeto, que será itinerante. Até amanhã, as forças de segurança pública devem oferecer serviços e ações à população local. Haverá emissão de carteiras de identidade, palestra com orientações de primeiros socorros, dentre outras ações. Presente na inauguração, o vice-governador do DF, Paco Britto (Avante), avaliou a iniciativa da SSP como importante para toda a população. “A criminalidade e a violência são problemas sociais que sempre vão mobilizar a opinião pública, pois são temas que afetam toda a população”, considerou.


Cidade da Segurança Pública

O Governo do Distrito Federal inaugurou, ontem, em Planaltina, o projeto Cidade da Segurança Pública. O programa, idealizado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), visa diminuir os índices de criminalidade na capital federal e nas 33 regiões administrativas. Planaltina foi escolhida para ser a primeira cidade a receber o projeto, que será itinerante. Até amanhã, as forças de segurança pública devem oferecer serviços e ações à população local. Haverá emissão de carteiras de identidade, palestra com orientações de primeiros socorros, dentre outras ações. Presente na inauguração, o vice-governador do DF, Paco Britto (Avante), avaliou a iniciativa da SSP como importante para toda a população. “A criminalidade e a violência são problemas sociais que sempre vão mobilizar a opinião pública, pois são temas que afetam toda a população”, considerou.


 

Criança é  espancada  até a morte

Uma criança, de 10 anos, foi assassinada durante um roubo, na área rural de Abadiânia (GO), na última terça-feira. A vítima morreu após ser espancada com uma haste de ferro com concreto, em um matagal da fazenda onde residia com a família. Policiais civis apreenderam um adolescente de 15 anos pelo crime. O suspeito contou com a ajuda do irmão dele, também de 10 anos, o qual não responderá pelo ato infracional, por ser considerado inimputável.

De acordo com a delegada Isabella Joy, os irmãos teriam ido à residência da vítima com o objetivo de cometer o roubo. Contudo, depararem-se com a criança na entrada, “eles chamaram o menino para brincar. Levaram-no para um matagal próximo à fazenda, e pediram para que ele se deitasse. A vítima teve as mãos amarradas na cabeça com a própria camiseta. Então, o adolescente deu três pancadas com a haste de concreto”, esclarece.

Depois de matar a vítima, os irmãos entraram na casa e roubaram uma televisão, dois rádios comunicadores digitais, uma bolsa feminina e um perfume. Posteriormente, retornaram para a casa deles. “A mãe (da vítima), por ser cega e estar ouvindo música, não percebeu o crime. Ela notou que havia algo errado quando foi tocar na tevê, e o aparelho não estava lá. Passou a chamar pelo filho, e não obteve resposta”, afirma a delegada.

O padrasto da vítima foi o responsável por encontrá-la morta, no matagal. Ele viu o adolescente de 15 anos e o irmão, de 10, próximos e denunciou à polícia. “A criança confessou e disse, chorando, que tinha sido ameaçada pelo irmão. O menino foi quem levou os agentes ao local do crime e onde os objetos roubados estavam escondidos”, acrescenta a investigadora. (SP)

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