O inquérito investigativo da morte da japonesa Hitome Akamatsu, de 43 anos, foi finalizado e entregue à Justiça ontem. Em uma reviravolta, o suspeito do latrocínio (roubo seguido de morte), Rafael Lima da Costa, 18, confessou também ter estuprado a médica antes de matá-la com um golpe na cabeça, em 10 de novembro, em uma cachoeira da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), local onde o médium João de Deus atuava antes de ser preso.
Agentes da Delegacia de Abadiânia localizaram o corpo da estrangeira em 15 de novembro, após denúncia de desaparecimento da vítima, por parte de amigos dela, do centro místico. À época, foi levantada a hipótese de que Hitome também poderia ter sofrido violência sexual, pois foi encontrada apenas com a parte superior do biquíni.
No entanto, em primeiro depoimento, Rafael confessou apenas o latrocínio e alegou ter assassinado Hitome enforcada com a blusa dele. A versão quanto à causa da morte foi descartada por laudo cadavérico, o qual apontou o óbito por traumatismo craniano.
Inconsistência
Com a inconsistência, a delegada-chefe Isabella Joy solicitou uma segunda oitiva com o acusado, a qual ocorreu ontem, após resultado do último laudo aguardado, o de local. O objetivo da investigadora era de que as análises dos peritos pudessem indicar o crime de estupro.
“Contudo, não havia provas suficientes que comprovassem a tese. O cadáver estava em avançado estado de decomposição e, portanto, a perícia não conseguiu identificar se houve ou não a conjunção carnal. Uma das possibilidades é de que o laudo de local apontasse algo, mas também não foi possível”, esclarece.
No segundo depoimento, Rafael da Costa mudou o versão do que teria ocorrido em 10 de novembro. Ele seguiu alegando que tinha ido à cachoeira com a intenção de roubar Hitome, pois estava sendo cobrado por traficantes. O acusado alegou que no dia do crime, oito homens invadiram a residência dele e cobraram R$ 670 em drogas.
Ao chegar na cachoeira, Hitome estava nadando. Rafael olhou os pertences da vítima e não encontrou nenhum objeto de valor. Ele foi até a mulher e cometeu o abuso sexual. “Após o estupro, decidiu matá-la. O suspeito fugiu levando apenas roupas da vítima, como a calcinha do biquíni, uma bermuda leggin, uma saia, uma camiseta e um colchonete azul. As vestimentas foram queimadas pelo acusado em um terreno baldio, próximo à Casa Dom Inácio”, delimita a delegada Isabella Joy.
Com a nova versão, Rafael foi indiciado pelos crimes de latrocínio, abuso sexual e ocultação de cadáver. Ele já tinha duas passagens quando adolescente pelo ato infracional análogo ao crime de estupro. O acusado está preso preventivamente na Unidade Prisional de Alexânia (GO), onde seguirá detido por tempo indeterminado.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.
Duplo homicídio no Park Way
A família do sucateiro Aldo Bezerra Neto, de 45 anos, assassinado em frente a uma chácara na Quadra 4, Conjunto 6, no Park Way, busca respostas sobre o crime ocorrido ontem. O amigo dele, que o acompanhava, também foi morto com disparos de arma de fogo. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) trabalha com várias linhas de investigação.
Era por volta de 11h15, quando a moradora da chácara, que preferiu não revelar a identidade, ouviu barulhos de tiro. De imediato, ela ligou para o marido, o empresário Douglas Pereira, 35, que estava no trabalho, na Asa Norte. “Ela me disse que estava havendo um tiroteio em frente à nossa casa, e que estava assustada. Vim para casa e, no caminho, acionei a polícia”, contou ao Correio.
Ao chegar no imóvel, Douglas deparou-se com uma Hilux branca com as portas abertas. No chão, estava o corpo de Aldo Bezerra. O amigo dele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na tarde de ontem. “A investigação ainda está em fase preliminar e estamos em busca de um ou mais envolvidos no crime. Não sabemos, ainda, se foi um latrocínio, mas não descartamos nenhuma linha de investigação”, afirmou o delegado-chefe da 21ª DP, Alexandre Gratão.
Amigos e parentes estiveram no local do crime. Ao Correio, eles afirmaram que Aldo trabalhava como sucateiro havia mais de 17 anos e tinha vários clientes no DF. Disseram, ainda, que a vítima andava com muito dinheiro para vender e comprar cobre.
Aldo é natural do Rio Grande do Norte e veio para Brasília com três irmãos para trabalhar — todos são sucateiros. A Hilux que a vítima dirigia no dia do crime pertencia ao dono de uma empresa de construções do Gama, mas que foi comprada por Aldo. Os criminosos não levaram o carro, nem o celular do homem.
A polícia colheu imagens do circuito de segurança, o que poderá auxiliar nas investigações e saber se o criminoso estava no carro da vítima ou não. Aldo morava no Setor de Chácaras Lucio Costa, no Guará, com a família. Ele deixa a mulher e dois filhos, de 19 e 14 anos.
Cidade da Segurança Pública
O Governo do Distrito Federal inaugurou, ontem, em Planaltina, o projeto Cidade da Segurança Pública. O programa, idealizado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), visa diminuir os índices de criminalidade na capital federal e nas 33 regiões administrativas. Planaltina foi escolhida para ser a primeira cidade a receber o projeto, que será itinerante. Até amanhã, as forças de segurança pública devem oferecer serviços e ações à população local. Haverá emissão de carteiras de identidade, palestra com orientações de primeiros socorros, dentre outras ações. Presente na inauguração, o vice-governador do DF, Paco Britto (Avante), avaliou a iniciativa da SSP como importante para toda a população. “A criminalidade e a violência são problemas sociais que sempre vão mobilizar a opinião pública, pois são temas que afetam toda a população”, considerou.
Cidade da Segurança Pública
O Governo do Distrito Federal inaugurou, ontem, em Planaltina, o projeto Cidade da Segurança Pública. O programa, idealizado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), visa diminuir os índices de criminalidade na capital federal e nas 33 regiões administrativas. Planaltina foi escolhida para ser a primeira cidade a receber o projeto, que será itinerante. Até amanhã, as forças de segurança pública devem oferecer serviços e ações à população local. Haverá emissão de carteiras de identidade, palestra com orientações de primeiros socorros, dentre outras ações. Presente na inauguração, o vice-governador do DF, Paco Britto (Avante), avaliou a iniciativa da SSP como importante para toda a população. “A criminalidade e a violência são problemas sociais que sempre vão mobilizar a opinião pública, pois são temas que afetam toda a população”, considerou.
Criança é espancada até a morte
Uma criança, de 10 anos, foi assassinada durante um roubo, na área rural de Abadiânia (GO), na última terça-feira. A vítima morreu após ser espancada com uma haste de ferro com concreto, em um matagal da fazenda onde residia com a família. Policiais civis apreenderam um adolescente de 15 anos pelo crime. O suspeito contou com a ajuda do irmão dele, também de 10 anos, o qual não responderá pelo ato infracional, por ser considerado inimputável.
De acordo com a delegada Isabella Joy, os irmãos teriam ido à residência da vítima com o objetivo de cometer o roubo. Contudo, depararem-se com a criança na entrada, “eles chamaram o menino para brincar. Levaram-no para um matagal próximo à fazenda, e pediram para que ele se deitasse. A vítima teve as mãos amarradas na cabeça com a própria camiseta. Então, o adolescente deu três pancadas com a haste de concreto”, esclarece.
Depois de matar a vítima, os irmãos entraram na casa e roubaram uma televisão, dois rádios comunicadores digitais, uma bolsa feminina e um perfume. Posteriormente, retornaram para a casa deles. “A mãe (da vítima), por ser cega e estar ouvindo música, não percebeu o crime. Ela notou que havia algo errado quando foi tocar na tevê, e o aparelho não estava lá. Passou a chamar pelo filho, e não obteve resposta”, afirma a delegada.
O padrasto da vítima foi o responsável por encontrá-la morta, no matagal. Ele viu o adolescente de 15 anos e o irmão, de 10, próximos e denunciou à polícia. “A criança confessou e disse, chorando, que tinha sido ameaçada pelo irmão. O menino foi quem levou os agentes ao local do crime e onde os objetos roubados estavam escondidos”, acrescenta a investigadora. (SP)