em mercado

Idosa passa mal após ser acusada de furto

» SAMARA SCHWINGEL » JÉSSICA MOURA
postado em 30/11/2020 21:56

Uma moradora do Distrito Federal de 75 anos está internada em estado grave na unidade de terapia intensiva (UTI), do Hospital Universitário de Brasília (HUB), após ter sido acusada, injustamente, de furtar um par de chinelos em uma rede atacadista no último sábado. Milta de Jesus Oliveira, duas filhas e um neto faziam compras de itens para celebrar, ontem, o aniversário da idosa. Após a acusação, Milta sentiu-se mal e foi socorrida por familiares.

Segundo o relato da neta de Milta Sandrine Oliveira, 29 anos, enquanto a família realizava as compras na Super Adega, no Jardim Botânico, surgiu o rumor de que uma pessoa calçara um par de sandálias e havia saído da loja sem pagar. As características da autoria do furto informadas ao mercado eram da avó de Sandrine, que teria passado a ser monitorada pelos seguranças.

A compra totalizou R$ 600, e, no momento de efetuar o pagamento, uma atendente abordou Milta de maneira brusca e a acusou de ter furtado os chinelos que a idosa usava, segundo a família. Milta negou e reiterou que o calçado pertencia a ela, que fora comprado pela neta meses atrás. Outros clientes protestaram contra a abordagem e formou-se uma confusão.

Ao conferir as imagens de câmeras de segurança, os funcionários constataram que Milta dizia a verdade, pediram desculpas e ofereceram água. Por causa do estresse emocional, Milta passou mal e queixou-se de dor no peito, ânsia de vômito e fadiga. Por isso, a família a levou direto para a Unidade de Pronto-Atendimento de São Sebastião.

Com um relatório médico atestando a gravidade do caso, a família começou uma romaria para conseguir uma vaga de UTI na rede pública de saúde. Devido à demora, os familiares entraram com uma ação na Justiça. Na madrugada de ontem, após dois dias para conseguir um leito de UTI, Milta foi transferida para o HUB após determinação judicial. Hoje, ela irá realizar um cateterismo. “Ela está estável, lúcida e confiante”, explicou a neta Sandrine Oliveira.

Posição da Super Adega
Em nota encaminhada ao Correio, a Super Adega afirmou que, desde o início, acompanhou e prestou os atendimentos necessários para Milta, além de conseguir uma vaga de UTI para a idosa. "O Grupo Super Adega informa que, tão logo tomou conhecimento dos fatos, por intermédio da diretoria da empresa e da gerência de RH, deu início à rigorosa apuração dos fatos e entrou em contato com a Sra. Sandrine, neta da nossa cliente. Após o contato, foi prestada toda a assistência psicológica, emocional e médico-hospitalar, a fim de garantir que a Sra. Milta recebesse o melhor tratamento possível diante do ocorrido e tivesse acesso ao tratamento médico adequado e especializado para o quadro que apresentou. O Grupo Super Adega repudia, veementemente, toda e qualquer atitude passível de provocar e/ou promover constrangimento e/ou discriminação", destaca a nota.

"Eles realmente conseguiram um leito para ela, mas, como a vaga do GDF saiu mais rápido, optamos por esta oferta”, confirmou Sandrine. Um boletim de ocorrência foi registrado pela família na Delegacia de São Sebastião, que apura o caso.

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