ENTREVISTA

Para superintendente do Sebrae-DF, comércio está otimista com vendas de Natal

Valdir de Oliveira afirmou que a grande quantidade de servidores públicos no Distrito Federal deve contribuir para movimentar a economia no fim do ano, apesar da pandemia de covid-19

Entrevistado desta segunda-feira (23/11) do programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília —, o superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Seabre-DF), Valdir Oliveira, afirmou que as expectativas para as vendas de Natal deste ano estão altas no Distrito Federal. Apesar da pandemia, o otimismo deve-se à quantidade de servidores públicos que devem buscar presentes e, consequentemente, movimentar o comércio.

"O servidor público teve a renda mantida; então, o poder de consumo no Natal deve ser uma grande oportunidade para nossos empreendedores", afirmou Valdir.

Ainda assim, o superintendente alertou que os empresários devem se atentar aos novos hábitos de compra gerados pela pandemia. "As medidas de enfrentamento à covid-19 aceleraram o processo de mudança, porque ela pegou gerações que não estavam inseridas (nele) e fez com que entrassem nesse processo. Hoje, o que temos é um mercado diferente", analisa.

A possibilidade de uma segunda onda da covid-19 é outro fator a ser levado em consideração, segundo Valdir. "A pandemia não passou. O vírus continua a matar pessoas, e nós precisamos ter cuidado enquanto sociedade e no âmbito empresarial. Todas as recomendações de enfrentamento e prevenção devem ser mantidas, com negócios abertos ou fechados. Entretanto, não aguentaremos um lockdown em dezembro, é o melhor mês da nossa economia", destaca Valdir.

Racismo

Valdir comentou, também, o impacto do assassinato de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, homem negro, espancado até a morte por um segurança e um policial militar temporário na porta de uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre. O superintendente falou sobre as consequências da tragédia para o empreendimento e sobre a postura da sociedade diante do caso. 

"É lamentável o que aconteceu em Porto Alegre. Não se pode negar que existe racismo estrutural. Temos de combatê-lo não apenas nessa situação do Carrefour", avalia Valdir. Para ele, as empresas devem aprender com a situação e, sobretudo, ter empatia pelo próximo. "A transparência é a melhor solução. O empreendedor não pode deixar o caso se estender. Um dos segredos de um bom negócio é ter um bom atendimento, e isso é fruto de empatia", completa.

Assista à entrevista na íntegra: 

*Estagiária sob supervisão de Jéssica Eufrásio