Fluidez no trânsito é um dos principais benefícios das faixas exclusivas para transporte coletivo. A redução do tempo de deslocamento nas viagens é vista como outra vantagem para quem circula nos corredores do Distrito Federal. Após algumas semanas de demarcação nas pistas, as faixas à direita, nos dois sentidos do Eixo Monumental, passaram a ser restritas para ônibus e micro-ônibus, do Sistema de Transporte Coletivo do DF, táxis e transportes escolares. Os demais veículos podem transitar nas faixas, somente, nos feriados. Em vigor desde de ontem, a medida é válida 24h de segunda a sexta-feira e em dias de ponto facultativo.
Com 15 km de extensão nas vias S1 e N1, com 7,5 km de cada lado, o novo corredor receberá, em breve, a instalação de equipamentos eletrônicos de fiscalização da faixa exclusiva. Dessa forma, os condutores que desobedecerem a regra receberão multa no valor de R$ 293,47 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), pois a infração é considerada gravíssima.
Desenvolvido pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), o projeto de implantação da faixa exclusiva recebeu o apoio do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). As novas regras para o tráfego na região foram divulgadas ontem, no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), pelo diretor-geral do Detran-DF, Zélio Rocha.
Estudo
“A implantação das faixas exclusivas não ocorre do nada”, explica José Soares de Paiva, subsecretário de Infraestrutura e Planejamento da Semob. “É decorrente de uma série de estudos técnicos, baseados em planos diretores que definem a localização delas. Temos dois documentos básicos: a Política Nacional de Mobilidade Urbana, que estabelece a priorização do transporte público sobre o transporte privado; e o Plano Diretor de Transporte e Mobilidade, que define quais são os corredores de transporte que serão utilizados”, aponta.
O usuário de transporte público é o principal beneficiário das faixas exclusivas, ressalta José Soares. “Afinal, uma das maiores preocupações dele (usuário) é a perda de tempo no engarrafamento. Outra vantagem é a economia de combustível dos ônibus, diariamente, já que os veículos não precisarão parar a todo momento, interferindo na redução da emissão de poluentes no meio ambiente”, acrescenta o subsecretário.
Atualmente, o DF conta com faixas exclusivas para ônibus na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), W3 Sul/Norte e na Estrada Setor Policial Militar (ESPM). A EPNB foi a primeira que entrou em funcionamento, em 2011.
De acordo com o Detran-DF, de janeiro a novembro de 2020, foram aplicadas 20.285 autuações a motoristas por transitar em faixa exclusiva para transporte público, nas vias administradas pelo órgão, incluindo W3 Sul/Norte e Setor Policial Sul. No mesmo período do ano passado, foram registradas 20.455 autuações.
Dados da Semob, levantados antes da pandemia, apontam que são feitas quase duas mil viagens de ônibus diariamente no Eixo Monumental, na altura do Museu da República; e circulam cerca de 160 mil passageiros. Na Via N1, na altura do Teatro Nacional, há quase o mesmo número de viagens de ônibus, circulando mais de 175 mil pessoas.
“O histórico de Brasília inclui uma perspectiva voltada para o automóvel e não para os pedestres”, afirma Zuleide Oliveira Feitosa, doutora em transportes pela Universidade de Brasília (UnB). “As faixas exclusivas retomam a ideia de que o pedestre tem preferência dentro da circulação da cidade. Com boa eficácia, a medida dá mais oportunidade para que o público ande a pé. Além disso, pode interferir para que as pessoas pensem mais umas nas outras, evitando acidentes nas vias”, avalia a especialista. O projeto cumpre o que estabelece a Lei de Mobilidade Urbana, ao priorizar o transporte público na cidade.
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Centro de reciclagem
O governador Ibaneis Rocha (MDB) entregou o primeiro Complexo Integrado de Reciclagem do Distrito Federal, ontem. A unidade fica na Estrutural e está em funcionamento. A construção do espaço faz parte do programa de fechamento do lixão da cidade, iniciado há dez anos. O novo centro será gerido por uma cooperativa de catadores de material reciclável, que deve empregar pelo menos 500 trabalhadores — dois terços da capacidade total, devido à pandemia do novo coronavírus.