CB.Saúde

Pandemia não tem data para acabar, alerta epidemiologista da UnB

Wildo Navegantes alerta sobre a importância de manter os cuidados de prevenção à covid-19, mesmo com a chegada da vacina. Para ele, 2021 ainda poderá ser pandêmico. "Esse vírus, provavelmente, não vai embora"

Cibele Moreira
postado em 04/12/2020 06:00
 (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

Em entrevista ao programa CB.Saúde, parceria do Correio com a TV Brasília, o epidemiologista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Wildo Navegantes fez um apelo à população sobre a importância de manter os cuidados de prevenção à covid-19, mesmo com a chegada da vacina.“O vírus, provavelmente, não vai embora. A população tem que entender que, agora, mudaram as nossas regras de convivência, se quisermos viver pacificamente com ele”, destacou. De acordo com ele, o ano de 2021, provavelmente, ainda será pandêmico.

Alguns países já anunciaram o início da vacinação para este mês. Na avaliação do senhor, o Brasil está perdendo tempo?

A ciência evoluiu muito rapidamente respondendo a essa pandemia. A gente já está sabendo, de fato, que vários países na Europa estão começando a fazer esse trabalho de vacinação. A vacina de lá é diferente, porque ela requer um pouco mais de cuidado na manutenção. Eu imagino que o Brasil ainda está se adaptando a essa realidade, eu diria que os nossos alvos principais são vacinas que se adaptam à rede de frio mais adequada à nossa realidade. Geladeiras que mantêm a temperatura baixa, mas não tão baixa quanto a vacina que está sendo lançada agora na Europa.

O Distrito Federal está preparado para receber a vacina contra a covid-19?

O DF ainda precisa avançar na preparação, principalmente, na atenção primária. É nos Centros de Saúde e nos Postos de Saúde que estão pertinho da comunidade, que devem estar organizados com toda a cadeia de rede de frio e toda a estrutura de imunização pronta. E, nesse sentido, nós temos alguns lugares ainda sem sala de vacina, com centro de saúde, por vezes, ainda frágeis.

Poderia fazer uma avaliação geral sobre as vacinas que estão em testes no Brasil?

O que eu sei é a mesma coisa que todo mundo tem acesso, mas eu diria que nós estamos andando muito rapidamente. (Essas vacinas) são uma resposta a um vírus novo, que a sociedade científica teve de entender. Eu diria que, muito em breve, nós estaremos com bons resultados e com oferta de diferentes vacinas para uso humano.

Na sua avaliação, como vamos terminar o ano de 2021?

Teremos um percentual importante de pessoas imunizadas, ou melhor, que pelo menos tenham recebido uma ou duas doses da vacina. Esse vírus, provavelmente, não vai embora. A gente tem que entender que, agora, mudaram as nossas regras de convivência, se quisermos viver pacificamente com este vírus. Manter as questões relacionadas à higiene pessoal no ponto de vista da lavagem das mãos; se tiver solução alcoólica use, se não tiver, use água e sabão que resolve do mesmo jeito. Para a população vulnerável, cabe ao Estado fazer essa reposição dos serviços de saúde e sociais para a proteção ao vírus. A sociedade tem que entender que já não dá mais para sair sem máscara ou, ainda, aglomerar sem ter a necessidade. Temos que mudar o nosso comportamento, porque esse vírus vai continuar. O ano que vem, provavelmente, será pandêmico. Esperamos que, somente, por esse vírus.

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