Impacto social

Fundação Assis Chateaubriand recebe Selo Social pela segunda vez

Selo Social certifica 34 organizações do DF pela realização de 305 projetos de combate a problemas sociais causados ou potencializados pela pandemia de covid-19

Camila de Magalhães
postado em 14/12/2020 06:03 / atualizado em 14/12/2020 16:23
 (crédito: Sejus DF/Divulgação)
(crédito: Sejus DF/Divulgação)

Que 2020 está sendo um ano marcado pela capacidade de adaptação do ser humano não se pode negar. A pandemia de covid-19 trouxe a necessidade de reinvenção, de olhar para as coisas de um jeito diferente e, também, de exercitar a solidariedade de outras formas. Para reconhecer iniciativas que fizeram a diferença, o Instituto Abaçaí lançou uma edição especial, em 2020, da certificação Selo Social, voltada para projetos de combate aos problemas sociais causados ou potencializados pela pandemia no país.

Neste ano, a iniciativa assessorou 305 projetos sociais, em quatro unidades da federação, colaborando com mais de 110 organizações, por meio de formações e mentorias on-line, atividades em rede e mensuração de ações com mais de 900 impactos em todas as áreas, que melhoraram a vida das comunidades locais e contribuíram para o alcance dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda Global das Nações Unidas.

No Distrito Federal, a quarta edição do Selo Social reconheceu, em 2020, 75 projetos realizados por 34 organizações participantes, com mais de 6,6 milhões de atendimentos e 200 impactos. Entre as ações que renderam o certificado às instituições no DF, estão doações de cestas básicas, materiais de higiene e limpeza, atendimento psicológico on-line, confecção de 3 milhões de máscaras por detentos do Complexo Penitenciário da Papuda, olhar especial para acolhimento de refugiados, entre outras.

Segundo a presidente do Selo Social, Carina Giunco, o número de participantes, projetos e impactos sociais positivos da iniciativa vem aumentando a cada ano, desde 2017. “Este ano, mesmo com a pandemia, tivemos um recorde de todos os números. É um resultado para ser comemorado, principalmente por conta do ano desafiador que tivemos e da importância desses projetos para a população, especialmente a mais vulnerável”, observou.

Carina reforça que a tecnologia do Selo Social se propõe a criar, nas cidades, uma rede de integração entre o poder público, setor privado e organizações do terceiro setor, a fim de estimular o desenvolvimento de projetos sociais e qualificar as entidades participantes por meio de encontros de formação sobre elaboração de projetos, mensuração e apresentação de relatórios dos resultados, com assessoria individual. De acordo com Carina, este ciclo dura quase um ano. Ao final, os participantes são certificados com o Selo Social, que reconhece publicamente ações de impacto social e melhoria da realidade local.

A formação e assessoria são gratuitas, sem custos para o governo local e organizações, pois têm o apoio de empresas privadas: Editora Edebe Brasil, Farmacotécnica, Hospital Santa Marta, Instituto Sabin, Rede La Salle — Sou Solidário e Rede Salesiana Brasil, patrocinador nacional do Selo Social. Este ano, o Governo do Distrito Federal atuou como articulador de ações.

Da primeira infância a refugiados

Outro destaque da edição 2020 do Selo Social no DF foi o Grupo Levva, que ganhou sete selos com 10 projetos. Entre eles, estava o apoio a instituições para cuidados com a primeira infância; distribuição de 10 mil máscaras de tecido produzidas por costureiras autônomas remuneradas e doadas ao Governo do Distrito Federal (GDF) para doação a moradores de rua e comunidade em situação de vulnerabilidade; oficina com aulas gratuitas de corte e costura para mulheres, reciclagem de jeans, malha e banners para estimular a economia circular e a sustentabilidade pela não geração de lixo, além de montagem de galinheiros e hortas em instituições sociais e o apoio a refugiados da Venezuela, com oferta de emprego e abrigo.

“Este é o segundo ano em que somos certificados. O que realmente mudou foi a pandemia e tivemos alterações nas ações. Mas, o principal é entender que uma empresa pode fazer uma contribuição muito além só de vender um serviço ou produto de qualidade e fazer algo importante para a comunidade, fazer a economia circular. O forte do nosso grupo é cuidar das pessoas e do planeta. E o Selo Social vem para mostrar que o que a gente faz tem impacto. Essas ações reforçam que todo ser humano importa”, destaca Laura Oliveira, fundadora e presidente do Grupo Levvo.

Máscara solidária

A Secretaria de Justiça e Cidadania do DF foi homenageada pelo projeto Máscara Solidária, que promoveu ações focadas na inclusão e reintegração social de pessoas internas do sistema prisional local, a fim de desenvolver seus potenciais como indivíduos, cidadãos e profissionais, além de intensificar a prevenção da covid-19 por meio da produção de máscaras laváveis.

Já a Rede Salesiana Brasil foi certificada pelo projeto União pela Vida, que se propõe a criar uma comunidade sustentável que provém recursos e provoca transformações sociais sistêmicas, por meio de novas alternativas de canais para doação e apoio ao financiamento das ações sociais salesianas no Brasil, aumentando as capacidades de promoção e garantia de direitos das mais de 89 mil crianças, adolescentes e jovens beneficiados pelos recursos arrecadados.

Reinvenção na prática

Pelo segundo ano consecutivo, a Fundação Assis Chateaubriand (FAC) é certificada com o Selo Social. Em 2020, o reconhecimento veio pela realização de dois projetos, um na área de esportes e outro, de empreendedorismo. Ao todo, foram quatro impactos sociais (educação, inclusão, saúde e economia) e 16.220 atendimentos realizados.

Equipe pedagógica da FAC usou a criatividade para estimular a saúde física e mental dos alunos de sete Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF
Equipe pedagógica da FAC usou a criatividade para estimular a saúde física e mental dos alunos de sete Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF (foto: Reprodução)

Um dos projetos consistiu em estimular, mesmo a distância, a saúde física e mental dos milhares de alunos dos sete Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal atendidos pela FAC, com o desafio #copcontraovirus. Foram centenas de vídeos semanais feitos por professores para estimular o movimento, respeitando as restrições de não sair de casa e pouco equipamento. Além disso, a entidade criou uma série de materiais informativos com dicas para as pessoas gerenciarem melhor seu tempo, direcionarem melhor suas angústias, exercerem a empatia e a compaixão com os outros, além de autocuidado e combate à violência doméstica, temas tão presentes na pandemia.

O outro projeto certificado reuniu diversas ações de apoio e acolhimento aos empreendedores da Ei Comunidade de Empreendedorismo e Impacto, promovendo troca de experiências, disponibilizando conteúdos inspiradores para fortalecer seus negócios e conexões com ecossistema.

“Foi um ano muito desafiador, o contato humano fez falta, mas a gente percebeu que impactou muita gente. Foi gratificante perceber o potencial que temos de impactar tantas pessoas, mesmo não estando fisicamente presentes. Esse trabalho despertou muito amor e foi realizado com muita maestria. A gente conseguiu engajar o público dos Centros Olímpicos e nossos empreendedores, fortalecemos nossa rede e eles se sentiram apoiados por nós. Os resultados foram impressionantes”, ressaltou Danielle Costa, representante da FAC no Selo Social.

Neste mês de dezembro, além do Selo Social, a Fundação Assis Chateaubriand recebeu a certificação do Selo Doar de Gestão e Transparência, concedida pelo Instituto Doar. Na mesma data, recebeu o certificado Gestão e Confiança, concedido por Ambev Voa e Instituto Doar, por alcançar boa pontuação no Selo Doar e no Programa de Excelência do Voa.

Com isso, a entidade passa a fazer parte de um seleto grupo de organizações brasileiras certificadas de forma independente e que alcançaram o padrão mínimo de qualidade definido pelo Instituto Doar, baseado nos principais modelos de certificação internacionais para organizações da sociedade civil.
“Essas certificações são resultado de muita dedicação e senso de responsabilidade social da nossa equipe. Neste ano, mesmo com o trabalho remoto, todos se esforçaram muito para cumprir o nosso propósito de ajudar pessoas a conquistarem um lugar melhor no mundo. Afinal, impacto social pela cidadania é o que nos move”, ressaltou Mariana Borges, superintendente-executiva da FAC.

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