Familiares e amigos de Maria Jaqueline da Silva, 34 anos, se reuniram na manhã desta segunda-feira (14/12) para prestar as últimas homenagens. A mulher foi assassinada na última sexta-feira (11/12) pelo namorado dela, na casa onde viviam no Sol Nascente.
Por isso, os presentes compartilhavam sentimentos de tristeza pela perda e revolta pelo feminicídio de Jaqueline. A sobrinha, Jennifer Moreira, 22 anos, lembra que era muito próxima da tia. "Ela era simples, brincalhona, muito sorridente. A ficha nem caiu ainda".
Helena Caetano, 66 anos, amiga de Jaqueline há 8 anos, lembra dela com saudade e se revolta contra o algoz. "Ele, para mim, é um monstro. O feminicídio está tomando conta, deveria ter uma providência mais drástica".
A mãe biológica de Jaqueline não conseguiu passagem para vir ao enterro da filha, que deixa quatro filhos. A família precisou fazer uma vaquinha on-line para pagar os custos do sepultamento. O enterro está marcado para as 10h30.
O caso
Jaqueline foi assassinada dentro de casa pelo companheiro Ricardo Silva Sousa, e morreu no local. Ela chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), mas não resistiu. Um vizinho percebeu as agressões e acionou a Polícia Militar, que flagrou o homem atacando a vítima. Eles tentaram contê-lo com uma arma de choque, mas ele continuou desferindo os golpes, é só parou quando foi alvejado pelos policiais. Agora, ele está sob custódia da Polícia Civil.
Onde pedir ajuda
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência — Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
- Telefone: 180 (disque-denúncia)
Centro de Atendimento à Mulher (Ceam)
- De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
- Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
- Asa Sul: Entrequadra 204/205 Sul / (61) 3207-6172
- Ceilândia: QNM 02, AE, Conjunto G/H / (61) 3207-7391
Disque 100 — Ministério dos Direitos Humanos
- Telefone: 100
Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
- Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350
Feminicídio
Reconhecido como crime hediondo desde 2015, o feminicídio consiste no assassinato de mulheres por razão de gênero. Conhecer as nuances e as características que envolvem esse tipo de violação, é fundamental para ter um enfrentamento efetivo e evitar que existam novas vítimas.
Fonte: Agência Patrícia Galvão
Tipos de violência contra a mulher
Nem todos sabem, mas a violência contra a mulher vai muito além de agressões, estupros e assassinatos. A Lei Maria da Penha sancionada em 2006, classifica em cinco categorias os tipos de abuso cometido contra o sexo feminino, são eles: violência física, violência moral, violência sexual, violência patrimonial e violência psicológica.
Além das violências físicas mais conhecidas como as agressões, estão também enquadradas na primeira categoria ações como atirar objetos com a intenção de machucar a mulher, apertar os braços, sacudi-la e segurá-la com força.
A violência moral está atrelada ao constrangimento que o agressor pode causar a vítima como expor a vida íntima do casal para outras pessoas e o vazamento de fotos íntimas na Internet. Calúnias, difamação ou injúria também fazem parte desse tipo de violência.
Diferentemente do que muitos podem pensar, a violência sexual não se resume a forçar uma relação íntima. Obrigar a mulher a fazer atos que a causem desconforto, impedi-la de usar métodos contraceptivos, ou a abortar, também são considerados formas de opressão.
Controlar os bens , guardar ou tirar dinheiro sem autorização da mesma, e causar danos de propósito em objetos são alguns exemplos de violência patrimonial.
Por fim, a violência psicológica consiste em diminuir a autoestima da mulher, sendo com humilhações, xingamentos, desvalorização moral que implicam em violência emocional. Tirar direitos de decisão e restringir liberdade também fazem parte da última categoria.
Fonte: Agência Patrícia Galvão
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