» SAMARA SCHWINGEL
Um grupo de 10 pessoas é investigado por destruir carros e lanchas de luxo para aplicar golpes nas seguradoras. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), a quadrilha esteve envolvida em, pelo menos, cinco acidentes no DF e um em Caldas Novas (GO). Ao longo de dois anos, o grupo teria faturado cerca de R$ 2 milhões com as fraudes.
Segundo as investigações, o grupo comprava os carros e lanchas importados de difícil comercialização e contratava seguros novos, com valor de indenização correspondente à tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Dias depois de comprarem os veículos, forjavam acidentes causando perda total dos meios de transporte. Assim, o condutor que contratava o seguro, integrante da quadrilha, assumia a culpa pela colisão, e viabilizava o pagamento dos danos do outro veículo envolvido no acidente.
Ainda de acordo com a PCDF, para dificultar a investigação, os registros das colisões eram feitos na Delegacia Eletrônica e os criminosos se revezavam na condição de condutor, segurado (contratante), terceiro envolvido e recebedor da indenização. Dos 10 envolvidos, quatro são parentes. “A quadrilha também criou cinco empresas de fachada, em nome das quais eram registrados os veículos. Assim, ficaria mais difícil levantar suspeitas. Porém, as próprias seguradoras começaram a desconfiar”, diz André Leite, coordenador da Corpatri.
Operação
Na manhã de ontem, agentes da polícia civil deflagraram a Operação Navio Fantasma e cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo. As buscas foram feitas no Lago Sul, Asa Norte, Vicente Pires, Taguatinga, Guará, Águas Claras e Núcleo Bandeirante e autorizadas pela 2ª Vara Criminal de Brasília. “Nos locais também encontramos armas e munições sem registro legal de posse. Todas foram apreendidas”, detalha André
As investigações apontaram que, nos últimos dois anos, o grupo forjou cinco acidentes automobilísticos para recebimento do valor do seguro. No total, foram destruídos dez veículos, dois em cada acidente. Entre os veículos destruídos estão três BMW’s, um Porsche e um Chrysler. Além disso, a quadrilha também destruiu uma lancha avaliada em R$ 750 mil. “Eles compraram a lancha por cerca de R$ 500 mil, bem abaixo do valor de mercado, e fizeram o seguro por R$ 1,9 milhão. Quarenta dias após a compra, a embarcação ‘misteriosamente’ pegou fogo e o responsável recebeu R$ 1,2 milhão do seguro”, explicou Leite.
Os acidentes forjados ocorreram, principalmente, no Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES) e na rodovia DF-140, nas proximidades do Complexo da Papuda, sempre durante amadrugada. Em todos os acidentes, houve choque proposital da coluna central, dano estrutural que leva à perda total do veículo. “A partir dos dados e documentos obtidos durante a operação, vamos apurar se a quadrilha agiu em mais acidentes, hipótese que ainda não descartamos”, afirmou o coordenador da Corpatri. Os 10 investigados responderão em liberdade pelos crimes de associação criminosa e estelionato.
MP irá recorrer de absolvição de Marinésio
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) irá recorrer da decisão que absolveu Marinésio dos Santos Olinto pelo crime de estupro, em Sobradinho, em 2013. A decisão de absolver Marinésio ocorreu na tarde de segunda-feira. O juiz José Roberto Moraes Marques destacou que “em relação à autoria, não obstante pairem grandes suspeitas sobre a pessoa do acusado, ausente elemento probatório capaz de configurar sua participação delitiva”.
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