Morreu, às 12h13 deste domingo (20/12), Hermenegildo José de Menezes Bastos, 76 anos, devido às complicações de um câncer de pulmão. Ele deixa a esposa e grande amor da sua vida, 3 filhos e uma filha, e os sete netos que sentirão muitas saudades.
Hermenegildo era professor de literatura e grande poeta. Natural de Salvador, Bahia, decidiu vir para Brasília na década de 60 ganhar a vida e se dedicar aos estudos. Participou da primeira turma de letras da Universidade de Brasília (UnB), e compartilhou grandes momentos com colegas que foram importantes no cenário acadêmico de Brasília.
Mas o professor também fez história: defendeu o mestrado em literatura da universidade, atuou promovendo encontros de escritores na capital federal, tornou-se professor da UnB e marcou sua presença na consolidação do doutorado em teoria literária da instituição de ensino, na formação de intelectuais.
Poeta, produziu inúmeros livros que testemunharam seu amor pela literatura e pela vida. “Recebemos muitas mensagens de estudantes falando de sua importância na formação. Era uma característica muito importante para ele”, pontua o filho e professor Manoel Dourado Bastos, 41 anos.
Após seguir os passos do pai, Manoel admira uma das características mais marcantes de Hermenegildo: sua paixão pela educação. “Papai foi uma presença muito importante e marcante na cena cultural de Brasília nos anos 70, 80. Atuou em todos os âmbitos, desde o ensino básico. Ele tem uma característica marcante - poeta e e boêmio na juventude, resolveu que era hora de voltar a estudar e ir para a universidade", conta Manoel.
Hermenegildo completou ensino médio em um supletivo. Ao se aposentar da fundação educacional, dava aulas no supletivo ao mesmo tempo que estava montando o doutorado de literatura da UnB.
Ao final de sua vida, Hermenegildo decidiu voltar para Bahia, curtir uma de suas novas paixões, os filhos e netos. Mas isso não impediu o professor de continuar seus escritos. “Ele sempre foi muito comprometido com a educação e com o processo de formação em todas as pontas, da educação básica ao doutorado, sempre entendendo a importância do trabalho do professor e do trabalho do intelectual”, ressalta.
Despedida
Através dos versos, Manoel despediu-se do pai: “Nasceu na Mouraria, quem te viu e quem te via. Viveu a juventude cheia de poesia e também de boemia. Depois foi pra Brasília, estudou e fez folia. Teve amores em demasia, três filhos e uma filha. Voltou para a Bahia, ser feliz onde queria. Agora amigos e família, vão lembrá-lo com alegria”.
Os amigos e familiares poderão se despedir do na tarde desta segunda-feira (21/2), a partir das 15h com o funeral, e às 17h com o enterro. A despedida ocorrerá no cemitério Campo da Esperança, capela 9.
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