2020 na política da capital
Em um ano tomado pela pandemia do novo coronavírus, os políticos da capital federal tiveram de se adaptar a uma nova realidade. Entre restrições, sessões remotas e investigações, o DF teve um período agitado e marcado pelas perdas e dificuldades causadas pela covid-19. No último dia do ano, a coluna destaca alguns dos principais acontecimentos políticos de 2020 e como eles impactaram no dia a dia dos brasilienses.
Reajuste para a segurança
Após uma série de reviravoltas, saiu do papel em 2020 a recomposição para as forças de segurança do Distrito Federal. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atendeu a pedido do GDF e enviou medida provisória para o Congresso Nacional com o aumento, aprovado por deputados e senadores. Para a Polícia Civil, o reajuste foi linear e de 8% enquanto para militares o acréscimo, de 25%, foi sobre a vantagem pecuniária especial (VPEs).
Pela primeira vez, reeleição
O deputado distrital Rafael Prudente (MDB) conseguiu um feito histórico e tornou-se o primeiro presidente reeleito da Câmara Legislativa. A candidatura de Prudente vinha sendo construída nos bastidores desde o início do ano, mas se consolidou de maneira incontornável com o fortalecimento da base após as negociações em torno da CPI da Pandemia. Prudente teve o apoio de 21 dos 24 distritais. Em 2019, ele tinha conseguido a primeira vitória ao aprovar a mudança na Lei Orgânica que permitiu a reeleição.
Cassação
Sem grandes escândalos em 2020 envolvendo distritais, a Câmara Legislativa encerrou o ano com operação que mirava o suposto envolvimento de dois deputados em irregularidades. Um dos investigados é José Gomes. O parlamentar, que foi expulso do PSB, teve a cassação confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por denúncia de coação contra funcionários de uma empresa dele durante as eleições de 2018. Gomes segue no cargo por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).
Momento crítico
A maior investigação contra o governo Ibaneis Rocha (MDB) ocorreu durante a pandemia. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou a Operação Falso Negativo, que mirava supostas irregularidades na compra de testes rápidos pela Secretaria de Saúde. A cúpula da pasta, incluindo o então secretário, Francisco Araújo, foi presa. Ibaneis adotou um tom discreto sobre o assunto e reconduziu à chefia da pasta Osnei Okumoto.
Privatizações
Em 2020, o governo Ibaneis conseguiu colocar, de fato, em prática o objetivo de privatizar parte da estrutura local. O leilão da Companhia Energética de Brasília (CEB) foi simbólico e marcou o início da entrada real da iniciativa privada no Distrito Federal. Em 2021, devem ser concluídas também concessões da rodoviária do Plano Piloto e do Metrô.
Da restrição total à flexibilização
O governador Ibaneis Rocha (MDB) saiu na dianteira ao decidir impor restrições severas contra a covid-19 logo no início da pandemia. Em março, quando poucos casos eram investigados na capital federal, o emedebista decidiu fechar comércio, escolas e eventos. Ficou marcado como um dos primeiros governadores a tomar esse tipo de atitude e a decisão repercutiu bem, pois ficou claro que a iniciativa impediu um desenvolvimento mais rápido da pandemia no DF. Com a pressão do setor produtivo e de parte da população, Ibaneis, entretanto, resolveu afrouxar as medidas mais rigorosas e foi liberando o DF antes mesmo de começar a haver queda nos índices, o que rendeu críticas de adversários, mas elogios de empresários e do Palácio do Planalto.
Fechado com Bolsonaro
Em 2020, Ibaneis aprofundou a relação com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). No auge da pandemia, o emedebista esteve no Palácio do Planalto várias vezes para discutir ações. Com a liberação do comércio e outros posicionamentos, o governador passou a ser visto como aliado pelo Governo Federal. Publicamente, Ibaneis declarou algumas vezes o apoio ao presidente e a avaliação de que ele deve tentar se reeleger.
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