Coronavírus

Covid-19: Conselho de Saúde do DF recomenda aumento de restrições

Especialistas indicam que segunda onda do coronavírus está começando no Distrito Federal

Diante do aumento das infecções pelo novo coronavírus no Distrito Federal, o Conselho de Saúde publicou uma resolução em que se posiciona contra a liberação total das atividades econômicas enquanto a pandemia estiver em avanço na capital federal. A medida foi publicada nesta quarta-feira (16/12) no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).

No ato, o Conselho ressalta preocupação em relação à reabertura das escolas para as aulas presenciais, que ocorreu em outubro. Para o Conselho, a retomada das atividades em sala de aula só deveria ocorrer quando houver "o real declínio do patamar de casos e óbitos por covid-19 no Distrito Federal".

O Conselho também quer que a fiscalização quanto ao uso de máscaras, obrigatórias no DF, seja reforçada. Outra orientação é para que o governo adote medidas para diminuir a circulação de veículos e pessoas nos espaços públicos, de modo a reduzir as aglomerações.

O Conselho de Saúde desaconselha a flexibilização do isolamento social diante de três fatores: curva crescente de casos ou altos patamares de casos e mortes; taxa de reprodução do vírus acima de 1 (o que indica avanço das contaminações); e taxa de ocupação de leitos acima de 80%.

Segundo os dados do Painel Covid-19, a taxa de ocupação de leitos públicos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para tratamento desses pacientes é de 68,7% nesta quarta. Nas últimas 24h, o DF registrou 737 novos casos da doença e acumula 4.095 mortes. A taxa R(t) está em 0,98.

O texto ainda indica que é necessária uma "imediata mudança no foco do manejo da pandemia". Assim, os conselheiros sinalizam que as ações de vigilância epidemiológica devem ser priorizadas, como a busca ativa de brasilienses para diagnóstico dos casos e interrupção da cadeia de transmissão do vírus. Dessa forma, seria possível isolar os contatos de pessoas infectadas pelo coronavírus, evitando que a doença se espalhasse.

Nesse sentido, o Conselho pontua que é preciso aumentar a quantidade de testes rápidos para diagnóstico da covid-19 na rede pública. O grupo recomenda que mesmo as pessoas que não tenham sintomas sejam testadas nos postos de saúde. O estoque atual é de 132 mil testes rápidos.

No início de dezembro, a Secretaria de Saúde deu início ao inquérito epidemiológico da doença na capital federal. A investigação pretende mapear o espalhamento da covid-19 no DF. Para tanto, a pasta vai testar 230 moradores em cada uma das 33 regiões administrativas participantes. O processo começou em Ceilândia, que concentra a maior parte das infecções.

O Conselho de Saúde ainda alerta para as condições de trabalho dos profissionais de saúde, que atuam na linha de frente do combate ao vírus, e que deveriam contar "com apoio de infraestrutura, de equipamentos, de insumos", de modo a preservar a saúde física e mental desses trabalhadores.