FISCALIZAÇÃO

Aglomeração em festas de ano-novo

Darcianne Diogo
postado em 01/01/2021 23:04
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

Em plena pandemia, alguns grupos não se intimidaram e reuniram-se em festas clandestinas no Distrito Federal na virada do ano. Apesar das restrições impostas pelo GDF para evitar a disseminação da covid-19, fiscais da DF Legal, policiais militares e civis e agentes do Departamento de Trânsito (Detran-DF) fecharam sete estabelecimentos e seis foram interditados por tempo indeterminado em razão do descumprimento das normas sanitárias, durante a Operação Réveillon.

A ação começou na noite de quinta-feira e terminou na manhã de ontem. O objetivo foi identificar irregularidades em bares e restaurantes, como mesas próximas, aglomeração e falta do uso de máscara pelos frequentadores, falta de alvará de funcionamento e não aferição da temperatura corporal. No total, 218 estabelecimentos do DF foram vistoriados pelas equipes. Trinta e cinco foram abordados. Em sete locais, os fiscais tiveram que encerrar as festas e fechar o espaço. Outro seis foram interditados, seis multados e um, notificado.

Uma das casas de festas que recebeu multa foi o Café de La Musique, localizado no Setor Esportivos de Clube Sul. Fiscais autuaram o local em R$ 21 mil, além de R$ 3.628 por descumprimento de normas sanitárias e mais R$ 4 mil por permitir o trânsito de funcionários e clientes sem uso da máscara de proteção facial. Segundo a DF Legal, o proprietário e o gerente serão acionados em ação penal por descumprimento da ordem de interdição.

Fotos obtidas pelo Correio mostram a aglomeração de pessoas no espaço, a maioria dos frequentados sem máscara facial, como prevê decreto governamental. Nas redes sociais do estabelecimento, estava publicada a informação de que o evento começou às 22h de quinta-feira e se encerrou às 6h de ontem. Ainda de acordo com as informações na página da empresa, as mesas eram limitadas e numeradas de quatro, seis e oito lugares, com inamil e R$ 8 mil. Há, ainda, um informe em relação à covid-19: “Lembrando que estamos monitorando a situação da covid-19 no país e no Distrito Federal e realizaremos o evento seguindo todos os protocolos estabelecidos para o período”. A reportagem entrou em contato com a Café de La Musique, mas não obteve retorno até o fechamento dessa edição.

Festas clandestinas

Em diversas regiões do DF registrou-se, ainda, festas irregulares com aglomeração de pessoas. Na QNL 22 de Taguatinga, militares tiveram a viatura danificada por frequentadores após pedirem para que o som do evento fosse abaixado. A equipe da PMDF foi acionada, inicialmente, para atender uma ocorrência de perturbação do sossego — infração prevista no artigo 42 da Lei de Contravenções Penais, com pena de 15 dias a três meses de prisão ou multa. Ao chegarem ao local, os policiais se depararam com uma festa com mais de 80 frequentadores, a maioria sem máscara de proteção facial.

Segundo informações da corporação, no momento em que a equipe pediu para que o som fosse abaixado, um homem invadiu a viatura e arrancou o rádio. Mesmo com voz de prisão, o rapaz resistiu e quebrou o vidro do veículo. Ainda de acordo com a PMDF, várias pessoas partiram para cima dos militares para tentar “resgatar” o suspeito e atiraram pedras. Um sargento teve a mão lesionada, mas passa bem. A situação foi contornada com a chegada de outras viaturas e o homem foi conduzido à 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte).

No Setor de Chácaras de Santa Maria, policiais, agentes do Detran e fiscais da DF Legal encerram outra festa clandestina, que aglomerava cerca de 1,5 mil pessoas. Vários veículos foram notificados por causa de som automotivo.

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DF tem mais de 252 mil infectados

O Distrito Federal alcançou a marca de 252.077 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus no primeiro dia do ano. Desses, 241.952 estão recuperados, o equivalente a 96% do total. Em 24 horas, ocorreram 376 novas notificações e quatro mortes. Os dados são do Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde.

As mortes foram registradas entre moradores de Ceilândia, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires. Desses, três eram homens e uma mulher. A taxa de transmissão do vírus no DF ficou em 0,74. Quando esse valor é superior a 1, indica que a pandemia está em avanço. Quando está menor, significa a desaceleração. O mês de março foi o que registrou o pico, com 3,1.

O documento indicou que os maiores índices de incidência da doença, que representa o total de casos confirmados a cada grupo de 100 mil habitantes, estão em Sobradinho 1, Lago Sul, Taguatinga e Riacho Fundo 1, chegando a 12,7 mil/100 mil habitantes. Em números absolutos, Ceilândia continua no topo, com 29.011 casos, seguida por Plano Piloto (22.454) e Taguatinga (20.502).

Especialistas reforçam a importância de manter as medidas de isolamento social e evitar aglomerações, já que a cidade pode enfrentar uma segunda onda da doença. A médica infectologista Magali Meirelles aponta que esse fenômeno é comum, principalmente se tratando de um vírus com algumas características ainda desconhecidas. “Herdamos muitos desses conceitos das epidemias de Influenza, mas precisamos lembrar que o Sars-CoV-2 tem suas particularidades”, afirma.

A médica infectologista Joana Darc ressalta que a diminuição dos casos depende de uma conscientização da população. “Se houver uma redução no número de expostos, uma maior conscientização, com utilização do que a gente tem para combater a pandemia, que é a questão do distanciamento social, do isolamento, da higienização das mãos e etiqueta respiratória, podemos frear a quantidade de infectados”, explica.

Com o objetivo de enfrentar esse cenário, a Secretaria de Saúde anunciou, esta semana, um plano para mobilizar 230 novos leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs) destinados a quadros graves de infecção pela covid-19.

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