Vacina russa começará a ser produzida no DF

Fábrica em Santa Maria produzirá as primeiras doses da Sputnik V, do Instituto Gamaleya, a partir de sexta-feira. Enquanto a empresa aguarda a liberação da Anvisa para a distribuição no Brasil, imunizante será exportado

Sarah Peres
postado em 10/01/2021 22:24
 (crédito: Andres Larrovere/AFP)
(crédito: Andres Larrovere/AFP)

 

O Distrito Federal será polo produtivo da vacina russa Sputnik V, do Instituto Gamaleya, a partir desta sexta-feira, conforme informou ao Correio a farmacêutica brasileira União Química. A empresa afirma que o Brasil é prioridade para a distribuição, mas, devido à necessidade de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a produção inicial do imunizante será exportada para países que o aprovaram.
A farmacêutica, por meio da fábrica Bthek, localizada em Santa Maria, é a primeira a produzir a Sputnik V em território nacional. Atualmente, empresas brasileiras importam a vacina ou os ingredientes farmacêuticos. Segundo Rogério Rosso, diretor de negócios internacionais da União Química, a vacina será produzida na capital federal e, depois, fracionada e envasada em Guarulhos (SP).
A produção da vacina é possível por conta da parceria da empresa com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF). “Nosso contrato é para produzir a vacina para o Brasil e em países da América do Sul. Para exportarmos a Sputnik V, não é preciso registro por parte da Anvisa. A agência é responsável apenas por realizar inspeções das instalações e processos”, explica Rosso.
O diretor também informou que a farmacêutica submeteu o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) à Anvisa. À reportagem, a autarquia explicou que recebeu, em 29 de dezembro, o pedido de teste fase 3 da Sputnik V no Brasil. “A agência pediu complementação de informações. Até o momento, não recebemos os dados necessários para continuar a análise”, esclareceu, por meio de nota.
Rogério Rosso garantiu que as informações solicitadas pela Anvisa serão entregues ainda nesta semana. “Nossa prioridade é o Brasil. Porém, enquanto aguardamos aprovação dos testes clínicos, vamos produzir doses para mercados e países que aprovaram a vacina, como a Argentina. Estamos indo, hoje (ontem), à Rússia para validação dos processos industriais”, finaliza.
Com os novos dados, a Anvisa retoma o processo de análise para a testagem da Sputnik V no Brasil, vacina que tem 91,4% de eficácia segundo testes clínicos feitos na Rússia. A agência destaca que tem buscado sanar essas demandas em até três dias úteis, mas que esse prazo “depende do volume e da complexidade técnica das informações que serão enviadas”. O Distrito Federal está entre as unidades da Federação que farão parte do estudo clínico.

» 658 novos casos no DF

O Distrito Federal registrou 658 novos casos da covid-19 e seis mortes nas últimas 24 horas, conforme dados do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde ontem. Ao todo, são 258.811 pessoas contaminadas pelo vírus. Destas, 95,9% (248.297) se recuperaram e 4.356 (1,7%) morreram. Atualmente, são 6.158 casos ativos da doença na capital federal.

Farmacêutica União Química é a responsável pelo processo no Brasil

» Distribuição

Veja quais países iniciaram a
vacinação com a Sputnik V e quais recebem testes clínicos

Em vacinação

» Rússia
» Argentina
» Bielorrússia
» Guiné

Preveem testes

» Brasil
» Emirados Árabes Unidos
» Sérvia
» Índia
» Venezuela
» Egito
» Bolívia

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