Cerca de 100 motoristas de transporte por aplicativo organizaram uma manifestação para pedir segurança e justiça por Geraldo Íris Gontijo, 51 anos, assassinado a tiros, depois de atender uma corrida pela 99 Pop, no Condomínio Porto Rico, em Santa Maria. Com faixas e camisetas pretas, o grupo se reuniu no estacionamento do Estádio Bezerrão, no Gama, e seguiu pela Avenida dos Pioneiros. O enterro de Geraldo ocorrerá hoje, às 9h, no Cemitério do Gama.
A tragédia provocou comoção e revolta aos trabalhadores da categoria. Na madrugada de terça-feira, Geraldo estava no Gama, quando recebeu uma chamada pelo aplicativo em Santa Maria. Investigações da 1ª Delegacia de Polícia do Valparaíso revelaram que a corrida foi acionada pelo suspeito de assassiná-lo. “Falta pouco para descobrirmos se a vítima foi morta em Valparaíso ou no DF”, afirmou a delegada Samya Noleto.
Pelas vias da cidade, os motoristas buzinavam e clamavam por paz e segurança. Ao Correio, um dos organizadores do movimento, Manoel Scooby, 43, elencou algumas medidas que poderiam diminuir crimes desse tipo. “A nossa luta é por uma central de monitoramento, reconhecimento facial do passageiro e botão do pânico. É o mínimo que podem fazer por nós”, destaca.
No trio elétrico à frente da carreata, um parente de Geraldo prestou homenagem. “Não tenho como descrever o tamanho da dor. Só peço a Deus que proteja vocês, que saem para buscar o sustento.”
Segurança
No DF, não é difícil encontrar motoristas de aplicativo que passaram por momentos de perigo. Arnaldo da Silva, 45, trabalha na área há dois anos, após perder o emprego de motorista particular em uma empresa privada. “Já tive muitos sustos com clientes. Felizmente, foram só sustos, mas poderia não estar aqui hoje”, diz.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que realizou reuniões com representantes das empresas de aplicativos de transporte, com o objetivo de discutir soluções para reduzir a vulnerabilidade dos profissionais e passageiros que utilizam este serviço. Entre as medidas, estão a opção de restrição aos pagamentos em dinheiro e a possibilidade de pré-visualização do destino por parte do operador, bem como o fortalecimento dos canais de comunicação junto às empresas.
A Polícia Militar do DF informou que também promove reuniões com representantes da categoria e que faz pontos de bloqueio em lugares estratégicos. “Nessas ocasiões, todas as pessoas presentes nos veículos identificados como de transporte de passageiros são revistadas”, garantiu a corporação.
O caso
Depois de atender ao chamado, Geraldo seguiu até Valparaíso 2. A polícia acredita que ele tenha sido morto no município goiano e, depois, jogado no porta-malas do próprio carro. De acordo com a apuração policial, no Entorno do DF, o suspeito foi atrás de um rival e o baleou diversas vezes.
Horas depois, três pessoas passaram pelo local, avistaram o carro abandonado e levaram o rapaz até o Hospital Regional de Santa Maria. Somente na unidade de saúde os socorristas do hospital perceberam que havia um corpo no porta-malas.
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