TAGUATINGA

'Cidade cidadã': escritor lança livro em homenagem a Taguatinga

Escritor e advogado, Wílon Wander lança, neste mês, segunda edição de obra em homenagem à cidade. Livro destaca momentos importantes da região administrativa e da história de pioneiros que ajudaram na construção da capital federal

Caroline Cintra
postado em 19/01/2021 06:00
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

A construção da capital federal despertou em vários brasileiros a oportunidade de ter uma vida melhor. Antes de 1960, pessoas de todo o país deixaram família, casa e emprego para trabalhar na edificação de uma cidade idealizada por Juscelino Kubitschek. Com poucas opções de locais para instalação, quem chegava costumava ficar em regiões onde moravam outros pioneiros. Taguatinga foi uma delas. Com base nisso, a história da terceira maior cidade do DF, fundada em 1958, será homenageada pelo escritor e advogado Wílon Wander Lopes.

Aos 76 anos, o autor lançará, no fim de janeiro, a segunda edição da obra Cidade cidadã, para narrar a história da região administrativa e de quem a habitava àquela época. Wílon Wander conta que o intuito do livro é destacar a importância de Taguatinga enquanto o Plano Piloto era edificado. “Brasília era uma cidade planejada e não se esperava a construção das cidades-satélites. Acontece que veio mais gente do que as obras precisavam, e o governo ficou em uma situação difícil”, observa o escritor.

Embora tenham se passado quase 61 anos, momentos do início da cidade estão frescos na memória do escritor. Ele lembra que a primeira manifestação popular do Distrito Federal ocorreu naquela região: “Seria desumano mandar o pessoal embora. Quem ficou reclamava que queria permanecer, e a manifestação aconteceu. Em função disso, provo que a cidadania do DF começou em Taguatinga”, afirma Wílon Wander.

A primeira edição do livro saiu em 2015. Nesta segunda, o autor conta com a colaboração de pessoas que fizeram e fazem história em Taguatinga. Ele reforça a importância da cidade para a democracia da capital do país. “À época, quem morava nas cidades-satélites não podia votar. Com o apoio da associação de advogados, criamos o direito do voto. E conseguimos crescer a partir (da construção) do Plano Piloto. Lembro-me de uma fala de Tancredo Neves: ‘Conheço cidadãos cassados, grupos cassados, mas cidades cassadas, só Brasília’”, diz o autor.

Para Wílon Wander, o principal intuito da publicação é mostrar que a história da capital federal começa a partir do ser humano, não apenas da construção de monumentos da área central de Brasília. “Isso se deveu muito aos candangos pioneiros, que colocaram cimento, tijolo e construíram a cidade que temos hoje. A primeira edição foi um sucesso. E esperamos o mesmo dessa segunda”, comenta. A obra é composta de ilustrações e documentos importantes da época do surgimento de Taguatinga. “Como editor, tive a preocupação de não fazer um livro muito grande, grosso, porque nem todos conseguem ler. Tem muita foto e histórias lindas”, destaca.

A data do lançamento ainda não está marcada. Devido à pandemia, o escritor tem buscado alternativas que não gerem aglomeração, para evitar o risco de transmissão do novo coronavírus. “Queremos fazer algo especial, porque a cidade merece”, pontua. E engana-se quem pensa que Wílon Wander vai parar por aí, pois há muitos outros relatos para compartilhar. “Já estamos trabalhando na terceira edição do livro. A ideia é lançar em 21 de abril, no aniversário de Brasília. Espero que a situação da pandemia tenha aliviado, para fazermos algo bem legal”, completa o advogado.

Cidade cidadã

Wílon Wander Lopes
250 páginas
Editora Comunidade; R$ 60


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação