Coronavírus

Quadro estável da covid-19 no DF ainda exige atenção da população

Após alta nos registros de óbitos por covid-19 e de casos da doença nos primeiros dias de 2021, média móvel no DF indica estabilidade. Apesar disso, profissionais da saúde reforçam necessidade de manter cuidados, para evitar colapso no setor

Luana Patriolino
postado em 20/01/2021 06:00
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

A média móvel de mortes por covid-19 e de casos da doença no Distrito Federal tem caído desde os dias 10 e 12 de janeiro, respectivamente. Analistas ouvidos pelo Correio observaram a oscilação das últimas semanas e avaliaram que tendência ainda é de “diminuição leve”. O indicador, calculado com base na média observada nos últimos sete dias, revelou 726 novas notificações e 8,71 mortes no período.

Ontem, a Secretaria de Saúde do DF contabilizou mais nove mortes e 612 casos da covid-19, segundo boletim epidemiológico divulgado pela pasta. Com os novos registros, a capital federal soma 4.436 vítimas da doença e 265.886 casos de infecção. Desse total, 252.768 pacientes se recuperaram dos sintomas.

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“O mais preocupante nos índices é sempre a média de casos. Se eles sobem, os óbitos crescem, porque as mortes são consequência”, destaca Breno Adaid, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do mestrado em administração do Centro Universitário Iesb. “A tendência é de (o resultado) ficar estável, com leve alta. Mas esse comportamento depende dos impactos das viagens e movimentações observadas em janeiro”, explica.

Na avaliação do infectologista Orlando Magno Fernandes, esses números também podem sofrer efeitos decorrentes da imprecisão de alguns exames, a depender do período decorrido desde a contaminação. “Temos um índice muito elevado de falsos negativos e positivos. Principalmente por causa dos exames RT-PCR (swab nasal). Esse vírus, entre o sétimo e o nono dia da infecção, não é mais identificado em vias aéreas superiores”, pontua o médico.

O epidemiologista Márcio Bittencourt lembra que a quantidade de registros depende, ainda, da frequência de testagem da população. “A (taxa de) mortalidade se descobre de duas a quatro semanas depois. O sistema de mortes também demora mais alguns dias para ser atualizado. Fora que muitos pacientes são assintomáticos ou procuram o hospital e não conseguem fazer exames”, comenta.

Com o colapso da saúde observado em outras partes do país, a infectologista Magali Meirelles defende a necessidade do respeito às medidas de segurança sanitária. Para ela, a população ainda tem ignorado as recomendações. “Percebe-se um certo cansaço de boa parte das pessoas em relação a isso, o que as leva a negligenciar a prevenção da covid-19. E as internações em UTIs (unidades de terapia intensiva), devido aos casos graves da doença, costumam ser prolongadas, gerando baixa rotatividade desses leitos e, consequentemente, falta de vagas”, alerta Magali.

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