ESTRUTURAL

Testemunha do assassinato

Investigações indicaram que Letícia Santos de Souza, 22 anos, foi morta por presenciar o homicídio do colega Edmundo Santos de Oliveira, 21. Os dois foram mortos na noite de domingo, no Setor Santa Luzia. A jovem deixa três filhos, todos menores de 2 anos

» DARCIANNE DIOGO
postado em 22/01/2021 21:53
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu as investigações de dois assassinatos ocorridos na Estrutural, na noite de domingo. Letícia Santos de Souza, 22 anos, e Edmundo Santos Oliveira, 21, foram mortos a tiros no Setor Santa Luzia. Dois homens acusados de cometer os crimes estão presos: o então companheiro da jovem, Danilo Gomes Anunciato, 25, e um amigo dele, Geilson de Jesus Santos, 26.

Inicialmente, o caso foi tratado como feminicídio pela 8ª Delegacia de Polícia (Setor de Indústria e Abastecimento), mas os investigadores descartaram a hipótese, devido às circunstâncias do caso, conforme o Correio adiantou. Danilo e Letícia estavam juntos havia cerca de cinco anos e mantinham uma relação conturbada, marcada por brigas e outros tipos de violência. O casal teve dois filhos, um de 2 anos e um bebê de 11 meses. Há um mês, a vítima deu à luz uma menina.

Na noite do crime, Danilo encontrou a certidão de nascimento da menina, registrada como filha de Edmundo. Inconformado, o acusado chamou Geilson para ir à casa do desafeto, na Rua da Paz. “Eles (Danilo e Edmundo) iniciaram uma luta corporal, e Geilson atirou contra Edmundo. A Letícia estava no imóvel no momento e presenciou o homicídio”, detalhou o delegado Rodrigo Bonach, chefe da 8ª DP. Durante o tiroteio, Danilo foi atingido acidentalmente na perna e recebeu atendimento do Corpo de Bombeiros. Os militares levaram-no ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde ele se apresentou com nome falso, mas acabou identificado e preso em flagrante.

Desesperada, Letícia acompanhou Edmundo até o hospital, mas ele não resistiu e morreu. Depois de a jovem voltar para a casa, Geilson apareceu, e os dois começaram uma discussão. Em seguida, ele a matou com dois tiros na cabeça, enquanto a vítima carregava a filha recém-nascida. “Informalmente, ela comentou com os investigadores a autoria do crime (contra Edmundo). Ao que tudo indica, o amigo de Danilo a matou para que ela não depusesse a respeito do primeiro homicídio, pois era testemunha do crime”, afirmou Rodrigo Bonach.

Na tarde de quarta-feira, policiais civis localizaram Geilson escondido em uma casa na Estrutural. Com ele, os agentes apreenderam a arma usada nos assassinatos, um revólver calibre .38 com munição. Ele responderá por homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e para assegurar a impunidade de outro crime —, além de porte ilegal de arma de fogo.

Danilo cumpria pena em regime domiciliar por lesão corporal contra Letícia e responderá por homicídio. Na terça-feira, a mãe de Letícia, Maria Aparecida dos Santos, 45, contou ao Correio que a relação do casal era problemática, com relatos de agressões físicas e verbais. A vítima tinha medidas protetivas contra Danilo, mas os dois moravam na mesma casa. Maria Aparecida comentou que, diversas vezes, a filha se queixou de agressões e ameaças que sofreu.

 

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Homicídio em Planaltina

 (crédito: Material cedido ao Correio)
crédito: Material cedido ao Correio

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) segue com as investigações para identificar se houve a participação de mais pessoas no assassinato de Paulo Matheus Araujo Elias da Silva, 26 anos. Moradores da região encontraram o jovem morto, com marcas de tiros, na entrada da casa dele, uma chácara na DF 128, próxima ao posto de combustível Lazarte, em Planaltina. Em áudio obtido pelo Correio, o suspeito de cometer o homicídio gravou uma mensagem por voz com ameaças.

O crime ocorreu na tarde de quinta-feira. Testemunhas relataram que Matheus foi surpreendido pelo suspeito ao entrar em casa. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) atendeu a ocorrência com oito militares e duas viaturas. Ao chegarem ao endereço, os bombeiros constataram que o jovem estava morto. A vítima apresentava marcas de tiros nas regiões do tórax, cabeça e membros superiores.

Policiais civis da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) deram início às investigações e, em menos de seis horas, encontraram o suspeito pelo assassinato. O autor, que não teve a identidade revelada, foi preso em uma casa no bairro Estância. Durante o interrogatório, ele negou o crime inicialmente. Após ser novamente confrontado, confessou o homicídio, alegando que, no começo do ano, a vítima teria tentado matá-lo e, por isso, tinha “rixa” com ele. O jovem tem passagens por outros crimes e, quando adolescente, cometeu um homicídio.

Ameaça
Em gravação obtida pelo Correio, o criminoso gravou um áudio em tons de ameaça e diz que “deu o recado”. “A partir de 0h de hoje, se esses caras estiverem pisando aqui em Planaltina, esses caras estão mortos. Estão pegos. Pode mandar esse áudio para quem você quiser. Já passei inúmeras vezes na porta desses maloqueiros, já que disse tanto que ia me pegar (...). Meu prazo foi estendido até o dia de hoje, 0h. Se estiver pisando em Planaltina, pode ter ciência que vai ser pego. Eu vou atrás de cobrar (...). Então, sustenta aí. Dá ideia. Transmite se quiser. Só presta atenção no que vocês fazem. Não vou cansar de passar lá, até eu trombar. Enquanto estiver respirando o mesmo ar que eu, pode ter certeza que está em perigo”, ameaçou. (DD)

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