Ibaneis vai visitar fábrica de produção da vacina russa, Sputnik V
O governador Ibaneis Rocha (MDB) e o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, têm visita agendada para a manhã desta segunda-feira nas fábricas da União Química, no Polo JK, na região administrativa de Santa Maria. Eles vão conhecer a produção do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) da Sputnik V, que já vem sendo realizada em Brasília para lotes-piloto da vacina contra a covid-19. O CEO da União Química, Fernando Marques, e o diretor de Negócios Internacionais, Rogério Rosso, vão receber Ibaneis na Bthek, além do embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov.
Sem negociação
Não existe, por ora, qualquer iniciativa do governador Ibaneis Rocha (MDB) para comprar diretamente, sem passar pela campanha nacional de imunização do Ministério da Saúde. A vacina está em fase de testes e depende ainda de autorização para uso emergencial da Anvisa. Mas Ibaneis e sua comitiva vão conhecer a tecnologia empregada.
Juntos
Ibaneis, Rogério Rosso e Fernando Marques já estiveram juntos depois da campanha de 2018, quando todos foram candidatos. Ibaneis e Rosso concorreram ao Palácio do Buriti e Marques, ao Senado. A União Química doou ao GDF bioinseticidas para combater a dengue.
Crescimento na pandemia
Em meio à pandemia, o ano de 2020 fez um estrago nos negócios. Mas várias pessoas conseguiram recomeçar. A Junta Comercial, Industrial e Serviços (Jucis-DF), registrou um dado curioso: mesmo na crise, o número de empresas abertas no DF foi mais de três vezes maior do que o de estabelecimentos fechados. O balanço foi o seguinte: 62.064 novas empresas se registraram no ano passado, contra 20.063 que encerraram atividades.
Amazônia ilegal
A Tema Editorial lança nesta quarta-feira, dia 27 de janeiro, às 17 horas, o livro O passeio de Dendiara, de autoria da diplomata Ana Beltrame. Trata-se da história de uma menina criada em um garimpo ilegal, nas entranhas da Amazônia. Além da autora, a live de lançamento terá a participação da ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira.
Contaminado no hospital
Quase quatro meses depois da queda que o levou a uma internação para colocação de pinos no ombro, o arquiteto Carlos Magalhães estava quase pronto para deixar o hospital quando surgiu, nesta semana, a covid-19. Os médicos acreditam que ele vai passar por cima do novo coronavírus.
Só papos
“(A vacina) Isso não elimina a necessidade de proibições de viagens. Não elimina a necessidade de fechar negócios. Não elimina a necessidade de fechamentos em geral. Não elimina a necessidade de uso de máscaras. Então... que diabos esta vacina está realmente fazendo?”
Regina Duarte, ex-secretária de Cultura do governo Bolsonaro e ex-atriz de novelas da TV Globo
“Que a vacina não seja motivo de disputa política. Queremos nosso dia a dia de volta, que
mortes sejam evitadas, que as famílias parem de sofrer, que o país volte a andar
para frente. Tudo isso a vacina vai nos trazer”
Apresentador Luciano Huck,
da TV Globo, apontado como possível candidato à Presidência da República
A pergunta que não quer calar….
Na pandemia, as coisas ainda vão piorar muito antes de melhorar?
Mandou bem
A ex-presidente Dilma Rousseff recusou convite do governador de São Paulo, João Doria, para receber a vacina CoronaVac, contra a covid-19. Justificou que, por questões éticas e de justiça, prefere esperar a sua vez na fila como qualquer cidadã.
Mandou mal
Pipocam denúncias em várias unidades da federação de privilégios na imunização contra a covid-19. Gente que fura a fila para receber a vacina na frente dos casos prioritários. É a famosa carteirada que favorece os ricos e poderosos no país em detrimento da população comum.
Enquanto isso...
Na sala de Justiça
Liderada pelo procurador José Eduardo Sabo Paes, a força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que trata da pandemia da covid-19, recomendou à Secretaria de Saúde que todos os beneficiários das doses de vacina assinem um formulário no qual declaram que receberam a dose do imunizante porque fazem parte do grupo prioritário. Esta é mais uma ferramenta de controle para evitar o desvirtuamento do plano de vacinação e que possibilitará a responsabilização em caso de irregularidades.
À QUEIMA-ROUPA
Fátima Sousa
Enfermeira sanitarista, foi diretora do Departamento de Ciências da Saúde da UnB e candidata ao GDF pelo PSol em 2018. Professora e especialista em saúde pública com pós-doutorado pela Universidade de Quebec, no Canadá
Acredita que a vacina pode colocar um fim na pandemia?
Não creio, pois a vacina é uma estratégia de proteção coletiva. Ainda precisaremos que a população dos 5.570 municípios seja vacinada. O uso de máscaras, distanciamento social e outros cuidados sanitários ainda seguirão, por bastante tempo, essenciais à segurança da população.
É possível ter esperança de que a vida vai voltar ao normal?
A vida tem seguido para muitos do modo que podem. Mas o normal ao qual estávamos acostumados, penso que demorará um pouco até que tenhamos segurança de que a população esteja imunizada. Mesmo assim, deveremos seguir nos cuidando individual e coletivamente. Precisamos cada vez mais de consciência sanitária.
A senhora diz que a imunização é uma estratégia coletiva.
Não há vacina para todos. Como deve ser?
Devemos recuperar o tempo perdido por atos de desgovernos e acelerar a compra dos insumos necessários à produção de vacinas para toda a população. Deve-se prover o Butantan e a Fiocruz com o que for necessário à ampliação dos imunizantes. Além de reestabelecer as relações comerciais com a China e outros países para alcançarmos a meta de, no mínimo, 70% de cobertura vacinal.
Na pandemia, o que a senhora faria de diferente
se tivesse sido eleita governadora do DF?
A Secretaria de Saúde do DF estaria nas mãos de gestores comprometidos com a ciência, a saúde e a vida da população. Teríamos apresentado um Plano de cuidados à prevenção da covid-19. Prepararia a Rede de Atenção à Saúde com os agentes comunitários e as equipes de Saúde da Família, orientando todas as pessoas de suas áreas de atuação. Não relaxaria nas orientações do distanciamento social. Apresentaria um projeto de renda mínima para a população mais vulnerável. Fiscalizaria as condições de seguras para o transporte público saudável. Teria um plano de informação e comunicação para dialogar de forma transparente, franca e em tempo real com a sociedade e a mídia. Estaria, junto aos governadores dos Estados, Opas/OMS, Conass, Conasems e as instituições de pesquisa, definindo estratégias nas negociações à produção de vacina em massa. Estaria ao lado dos poderes instituídos para, juntos, atravessarmos esse tempo tão atípico e difícil. A Câmara Legislativa pode ajudar muito nesse sentido.
Temos notícias de fura-filas pelo país afora e no DF.
O jeitinho é uma cultura do nosso país. Como impedir
que os ricos e poderosos levem vantagem?
Não devemos naturalizar situações em que o brasileiro é definido como um povo de “jeitinhos”. Algumas pessoas, de fato, agem a partir de interesses individuais e pensam que o dinheiro tudo pode comprar. A covid-19 tem sido uma pandemia de todas as classes, cores, credos e gerações, entretanto, tem dizimado as vidas de muitas mulheres e homes negros, pobres e desempregados, sobretudo, das periferias. Nossa luta deve persistir pelo acesso à vacina orientado pelos princípios da equidade e da universalidade como valores fundantes do SUS. Para impedir essa incivilidade, devemos cumprir, rigorosamente, a prioridade de vacinar profissionais na linha de frente, idosos, indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua e as privadas de liberdade, professores e trabalhadores dos serviços essenciais. Quem não cumprisse as metas prioritárias responderia administrativamente pelos seus atos.
O PSol apoia o impeachment de Bolsonaro.
Uma mudança em meio à pandemia será positiva?
A permanência de um governo que negou a pandemia, minimizou as mortes, trabalhou contra a ciência, prescreveu medicamentos sem evidência científica ao uso, que gerou intrigas e discórdias entre os poderes federativos, não pode ser digno de conduzir o país. É preciso uma mudança imediata para que a saúde e as vidas sejam protegidas. Basta de mortes.
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