Crônica da Cidade

Mariana Niederauer
postado em 24/01/2021 23:06 / atualizado em 24/01/2021 23:06

Pausa para a diversão

Aproveitei o tempo de descanso no fim de semana para relembrar alguns dos clássicos da infância. Noite, temperatura amena, o conforto do sofá da sala: cenário perfeito para a empreitada. Começamos por um dos clássicos curtas da Pixar, Kinck Knack. É a história de um boneco de neve que vive num daqueles globos decorativos e sonha em deixar sua bolha para interagir com outros itens da estante numa festa tropical, com sombra e água fresca, óculos escuros e bastante sol. Todos devem conhecer o fim, mas vou guardar a surpresa e a diversão para quem porventura ainda não tenha assistido.

Lançado pela empresa em 1989, seis anos antes do longa Toy Story, foi uma prova de que a equipe, que ainda não contava com a credibilidade e o destaque alcançado nas últimas décadas, conseguiria entregar uma animação bem acabada e promissora. O diretor e roteirista é ninguém menos que John Lasseter, produtor que contribuiu para transformar o gênero no sucesso que é hoje.

O filme dos bonecos que ganham vida quando os donos não estão por perto é, por sinal, de genialidade ímpar. Que criança nunca sonhou ou indagou se isso poderia acontecer e como seria legal ter brinquedos que interagissem e devolvessem na mesma medida o afeto e o carinho? A geração dos anos 1990 cresceu idolatrando Buzz e Woody, sucesso que até hoje encanta os pequenos. Tudo estava bem até o lançamento da sequência, alvo de várias críticas. E, eis que o terceiro filme trouxe uma lição e um desfecho genial para a saga quase 15 anos mais tarde. São filmes para famílias assistirem juntas, sem medo de errar na escolha.

Outros tantos inesquecíveis surgiram, mesmo após a compra pela Disney. Mas vou continuar a prosa pelo assunto inicial, os curtas. Assistir ao Ataque do Zezé e a Tia Edna, ambos especiais que estrelam o caçula da família Parr, de Os Incríveis, depois de me tornar mãe consistiu uma experiência reveladora. Mais do que uma constatação de que você não está sozinho no mundo com aquele ser ainda pouco inteligível, é a certeza de estar criando um humano com superpoderes e incontrolável.

A expressão no rosto da babá depois de uma noite cuidando do pequeno Zezé, um bebê que desafia as leis da física, se desintegra e corre em chamas pela casa, é o resumo da aventura diária de ser mãe. Já a história da estilista Edna, que passa um dia com o menino tentando desvendá-lo para criar o traje de super herói mais adequado às habilidades dele, representa exatamente o que devem sentir tios ou avós ao cuidarem dos pequenos. É uma maravilha recebê-los, mas a paz que resta na casa na ausência temporária deles também é impagável. A criança corre, chora, come, pede mais comida, dá piruetas, vira um mini-monstro após a frustração, ataca a mobília para, em poucas horas, se entregar ao sono mais profundo, como um anjo.

E desse baú de histórias tantas outras poderiam surgir, mas vamos encerrando por aqui. Escolha a sua animação favorita e divirta-se!

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