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Trazer natureza para dentro de casa se torna prática corriqueira na pandemia

Trazer a natureza para dentro de casa se tornou uma prática ainda mais difundida durante a pandemia. Além de reduzir o estresse e a ansiedade, plantas e flores dão um toque especial nos espaços residenciais

Ana Clara Avendaño*
postado em 31/01/2021 07:00
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

As plantas e flores ganharam mais espaço nas casas em meio a pandemia. Em 2020, muitos brasilienses procuram por projetos paisagísticos para deixar o ambiente residencial mais aconchegante e desenvolveram a prática de jardinagem como terapia e relaxamento ao longo deste período tão desafiador. Apesar do crescimento no interesse a respeito do cultivo de plantas, o mercado das flores sofreu com a redução de festas de casamentos, aniversários e outras comemorações. Contudo, há clientes fiéis que não dispensam um belo arranjo para enfeitar a casa.

A paisagista Marina Pimentel ressalta o resultado dos efeitos das plantas no lar. “A questão da natureza é muito importante. Além dos benefícios do ar purificado, ela traz qualidade de vida”, afirma. Para ter um jardim na sala ou na varanda, não é tão caro e pode caber no seu orçamento.“A margem de custo varia muito, mas é possível fazer coisas lindas com pouco, como criar vasos, paredes verticais e estruturas. Cada projeto possui uma identidade, o cliente sonha e nós estamos aqui para traduzir aquele sonho em algo que é real e palpável”, diz a também arquiteta Marina.

Apartamentos, varandas, quitinetes e coberturas também podem ser repaginados com plantas e flores. “Não precisamos de grandes espaços, mas de um coração aberto, porque a planta tem vida e precisa de cuidados. Muitos não querem essa responsabilidade, assim, se esquivam e dificultam o processo”, opina a paisagista.

Na visão de Marina, houve uma mudança no olhar das pessoas sobre os próprios lares o que gerou um aumento considerável nas solicitações de projetos. “As pessoas retornaram às casas e entenderam a necessidade desse contato com a natureza que, na correria do dia a dia, muitas vezes, passa despercebido. Muitos chegavam em casa só para dormir. Com a pandemia, houve a compreensão de que o que realmente importa está dentro e não fora. Os clientes passaram a valorizar mais a decoração da casa, área verde e um espaço para desestressar”, analisa.

A universitária Isabel Lootens, 22 anos, sempre teve o hábito de cultivar plantas ao longo da vida. Apaixonada pelo desenvolvimento delas, há dois anos, a moradora do Lago Norte, passou a ter uma coleção que reúne plantas compradas e mudas encontradas na rua. “Sempre gostei muito da natureza, de estar em contato com ela. Ter várias plantas foi uma forma que encontrei de estar perto do verde, mesmo dentro de casa. Além do mais, adoro cuidar delas e acompanhar a evolução de cada plantinha”, conta. Para Isabel, a presença de plantas no ambiente não se restringe à decoração. “Além de deixarem qualquer ambiente mais lindo e alegre, cuidar delas é uma tarefa relaxante e prazerosa. Acho que elas nos ensinam muito sobre paciência e cuidado.”

Flores

Segundo o proprietário da floricultura Magia das Flores, localizada na Asa Sul, Rodrigo Resende, 46, as flores cabem em diversas ocasiões, que vão desde o nascimento ao velório. Mesmo com essa versatilidade, as vendas do segmento reduziram, em decorrência do cancelamento de eventos por causa da pandemia. Entretanto, ainda há saída. “As pessoas procuram flores o ano inteiro para tudo, como decorar a casa, presentear, são várias as possibilidades. Existem ocasiões específicas, como o Dia da Mulher, dos Namorados e das Mães, datas comemorativas de maior movimento na floricultura. Mas nós temos de tudo o ano inteiro”, relata. A loja foi inaugurada há 22 anos. Rodrigo nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), mas mora na capital há 42 anos.

Com a vontade de voltar a uma vida mais simples, a produtora de flores e florista Cilene Vieira, 56, comprou uma chácara, há três anos, para cultivar verduras, frutas e legumes orgânicos, voltados ao consumo familiar. “Tínhamos sempre uma preocupação com a questão da sustentabilidade, de conseguir fazer um trabalho na terra que era nativa e que respeitasse o meio ambiente. Tomamos todas as precauções para produzir orgânicos”, relembra a empreendedora. Fundadora da empresa A Florista Azul, Cilene trabalha com arranjos, assinaturas mensais e semanais de buquês aromáticos com flores e ervas orgânicas.

A lavanda, a paixão da produtora, é o carro-chefe do plantio e das vendas. “Eu sempre gostei de flores, fiz cursos na Escola de Arte Floral e on-line. Quando se começa a trabalhar com flores, cada dia se aprende algo diferente. A partir disso, comecei a plantar para conhecer melhor e ver que flores resistiam mais”, conta. A florista revela que ainda não possui autossuficiência de orgânicos. “Muitas vezes, preciso complementar com algumas flores que eu compro no mercado local, flores produzidas regionalmente, para valorizar o pequeno produtor do DF”, diz ela. O próximo passo de Cilene é lançar produtos feitos com lavanda. O projeto ainda está no papel, mas ela tem se dedicado às pesquisas.

Cuidados

A florista da Lis Boutique Floral, Andiara Antunes, explica que todas as plantas exigem cuidados especiais. No entanto, cada uma delas deve ser tratada de uma forma. Por isso, a especialista ressalta que é preciso conhecer bem as flores antes de levá-las para dentro de casa. Algumas delas precisam de sol diariamente (leia Serviço), então é preciso ter um espaço dentro do lar onde tenha luz solar especialmente para ela, como é o caso das suculentas. “Elas podem ser cultivadas tanto dentro quanto fora de casa, mas precisam da luz solar”, diz.

Flores como jiboia, violeta e orquídea já não gostam tanto do sol, mas Andiara explica que todas as espécies precisam de luz solar, umas mais, outras menos. “A jiboia é uma planta de sombra, mas pode pegar um pouco da luz solar. Já a violeta, se ficar muito tempo no sol, as pétalas ressecam, assim como as da orquídea”, diz. A orientação da florista é que deixe esse tipo de planta exposta pela manhã, quando os raios solares ainda são fracos. “Não pode ter exagero, senão muitas não resistem”, destacou.

Como todos sabem, as plantas precisam de água. Mas, nem todas exigem irrigação diária. “Violetas precisam de água dia sim, dia não. Samambaia pode ser regada duas vezes na semana, isso em período fora da seca. Quando a umidade está baixa pode ser mais vezes, mas é preciso molhar bem e deixar secar bem também. A fitónia é uma planta que pode ser regada diariamente”, disse Andiara.

Colaborou Caroline Cintra

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

 

Serviço

Magia das Flores Floricultura
CLS 306, Bloco B, Loja 24 / Instagram: @magiadasflores - Contato: 3344-1297

Marina Pimentel Paisagismo
SIG, Quadra 01, Lote 985, Sala 112 / Instagram: @Marina_pimentel - Contato: 3207 0814

A Florista Azul
Instagram: @cilenevieira
Contato: 9 9613-1200

Lis Boutique Floral
Contato: 9 8134-0145 (Andiara)

Cuide bem de sua planta

Plantas que gostam de sol:
Cactos
Suculentas
Ave do
paraíso
(também
conhecida
como
Estrelitza)
Begônia
Gerânio
Lavanda
Petúnia


Meia sombra:
Samambaia
Cróton
Jiboia


Plantas que florescem o ano todo:
Begônia
Lavanda
Gerânio


Plantas que gostam de sombra:
Antúrio
Costela de Adão
Árvore da felicidade
Zamioculca
Espada de São Jorge
Peperômia
Bambu areca
Lírio-da-paz
Orquídeas
Violetas

 

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