PESQUISA

Em 16 anos, gravidez na adolescência cai 44% no Distrito Federal

Dados publicados pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) também revelaram o perfil das jovens. Maior parte das adolescentes que tornaram-se mães em 2018 era negra e tinha renda familiar per capita de até meio salário-mínimo

Luana Patriolino
postado em 02/02/2021 23:30 / atualizado em 02/02/2021 23:30
 (crédito: PxHere)
(crédito: PxHere)

O registro de gravidez na adolescência caiu 44% no Distrito Federal ao longo de 16 anos. O dado saiu em pesquisa divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), nesta terça-feira (2/2). A quantidade de jovens mães saiu de 9.421, em 2000, para 5.266, em 2016.

O resultado tem base em informações do Sistema Nacional de Nascidos Vivos (Sinasc) e poderá nortear políticas públicas em diversos setores. O estudo considera adolescência o período estabelecido com base em conceito da Organização Mundial de Saúde (OMS), indo dos 10 aos 19 anos.

A Codeplan apresentou o estudo durante transmissão ao vivo. Na ocasião, o presidente da companhia, Jean Lima, afirmou que o tema precisa ser discutido nos âmbitos do governo e da academia. "Que os gestores busquem as evidências científicas para elaboração, monitoramento e avaliação das políticas públicas, e que a academia se aproxime da realidade e das necessidades da população do Distrito Federal", destacou.

Durante a reunião on-line, a secretária da Mulher do Distrito Federal, Ericka Filippelli, disse que a pesquisa deve servir para a implantação de políticas de combate à gravidez na adolescência. "Que todos esses dados sejam um alicerce para um olhar integrado de todo o governo, para implementação de ações voltadas à garantia do acesso à informação e aos métodos contraceptivos", ressaltou a chefe da pasta.

Perfil

Em 2018, posteriormente ao período levado em conta no estudo, 5,1% (7.077) das jovens entre 14 e 19 anos tornaram-se mães no DF. Naquele ano, a proporção de partos dessas jovens no DF ficou em 10%, o menor índice do país. Entre as mães dessa faixa etária no DF, 81% são negras; 17% delas estavam casadas ou em união estável; 35% eram responsáveis pela própria casa ou companheiras de alguém do domicílio; e 54% moravam na mesma residência que os parceiros.

O levantamento mostrou que 15% tinham mais de um filho e 75% contavam com renda familiar per capita de até meio salário-mínimo — atualmente, em R$ 1.088. Os dados também apontaram que 69% não estudavam e apenas 17% estavam no mercado de trabalho.

Nas regiões média-baixa renda (Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo, Riacho Fundo 2, SIA, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião), o percentual de jovens mães é de 7,2%, enquanto nas regiões de média-alta renda (Águas Claras, Candangolândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, Sobradinho 2, Taguatinga e Vicente Pires), a taxa era de 2,2%.

O estudo também reuniu informações sobre volume e a proporção de partos entre adolescentes do Distrito Federal e do Brasil. No âmbito nacional, 743.194 partos ocorridos em 2000 eram de meninas de 14 a 19 anos. Em 2016, esse número foi de 509.956. Confira a pesquisa na íntegra.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação