Duplo homicídio

Acusados de matar 2º preso em frente ao CPP são integrantes do Comboio do Cão

Uma possível guerra de tráfico de drogas teria motivado o assassinato, segundo as investigações. A dupla foi presa pela PMDF no Riacho Fundo 2

Darcianne Diogo
postado em 05/02/2021 21:20
 (crédito: Darcianne Diogo/C.B/DA Press)
(crédito: Darcianne Diogo/C.B/DA Press)

Os dois acusados de assassinar um detento na porta do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), são integrantes da maior facção criminosa do Distrito Federal, o Comboio do Cão. Ivan Nunes Costa, 29, foi baleado, na tarde desta sexta-feira (5/2), enquanto saía da unidade prisional para trabalho externo. Ainda pela manhã, outro preso também foi morto em frente ao presídio. Os envolvidos no homicídio foram presos no Riacho Fundo 2 pelas Polícia Penal e Militar.

“Ouvimos os tiros. Eram muitos, não consegui contar, mas todos ficaram desesperados e com medo. Fechamos as lojas imediatamente”, relatou uma testemunha, que preferiu não revelar a identidade. Policiais penais e civis interditaram a rua e impediram a passagem de carros. Cápsulas de bala foram encontradas na calçada, a poucos metros do corpo. O material passará por exames periciais.

Testemunhas anotaram o número da placa do carro dos criminosos, um Chery branco, e repassaram à PMDF. Pouco menos de duas horas depois, os militares conseguiram encontrar os dois responsáveis pelo assassinato de Ivan. A dupla, de 25 e 33 anos, foi abordada no Riacho Fundo 2, em tentativa de fuga. Os policiais montaram um cerco, mas os criminosos desceram do carro e conseguiram correr. Um deles invadiu uma casa no conjunto 2, da QN 14, e o outro subiu pelo telhado, mas foram capturados e encaminhados à 27ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo).

Investigações revelaram que os acusados integram a maior facção criminosa do DF, o Comboio do Cão. “Tanto a vítima quanto o autor já foram presos. Uma possível guerra de tráfico de drogas teria motivado o assassinato”, detalhou o delegado-adjunto da 27ª DP, Diogo Carneiro.

Na delegacia, os dois usaram o direito de permanecer em silêncio. Os investigadores constataram que a Chery branca usada por eles para cometer o homicídio havia sido roubada no ano passado, em Samambaia, e estava com a placa adulterada.

Outro caso

Por volta das 7h, Valdemir da Silva Santos, 36, conhecido como Barriga, foi alvejado com mais de 20 tiros em frente ao CPP. Ele também saía para trabalhar e entrava no carro, um Golf prata, quando foi surpreendido por criminosos encapuzados. O Corpo de Bombeiros do DF esteve no local para prestar os primeiros socorros, mas a vítima estava sem vida. Até o fechamento desta edição, os responsáveis pelo homicídio de Valdemir não haviam sido presos.

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