Pioneiro e dedicado. É assim que a família descreve o empresário Getúlio Pinheiro de Brito, fundador da Pinheiro Ferragens, que morreu ontem, aos 89 anos, no Hospital DF Star. Havia 10 anos, ele enfrentava o mal de Alzheimer e estava intubado há, pelo menos, 21 dias na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital. O enterro ocorreu no mesmo dia, no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. “Era um homem muito batalhador, determinado, amável e um pai muito dedicado. Ele deixou marcas do seu amor entre nós”, diz uma das filhas de Getúlio, a executiva Jane Marinho, 48 anos.
Janine Brito, 57 anos, diretora-executiva do grupo Pinheiro, relembra a trajetória do pai. “Começou a vida dele fornecendo aço para a construção de muitos imóveis da capital. É uma pessoa que sempre trabalhou honradamente e deu esse exemplo, deixou esse legado muito importante para os filhos e toda a família”, conta.
Outra filha, a executiva Janete Brito, 53, recorda-se do pai como um homem sagaz para os negócios. “Era um empreendedor fantástico. Tinha pouca escolaridade de caderno, mas uma quantidade de sabedoria e de classe que era impressionante. Era um homem extremamente sábio, educado, galante. Realmente fabuloso”, diz.
A neta Natália Brito, 25, destaca a importância de Getúlio para a capital. “Meu avô é uma pessoa que será lembrada por muitas gerações, porque sua história ficou escrita em cada lugarzinho de Brasília. A sua vontade de viver serviu de inspiração para muitas pessoas, e o seu jeito de ser com muita honestidade, trabalho, luta e amor será o meu lema de vida para sempre”, detalha a empresária.
Construção
Quando Getúlio Pinheiro de Brito chegou a Brasília, 1959, a futura capital do país era um grande canteiro de obras. Assim como ele, os primeiros habitantes eram pessoas de diversas regiões do país. “Ele morava em uma casinha bem no centro de Taguatinga, depois passou para a QNA e, em seguida, para a C1, onde, hoje, fica o Taguatinga Trade Center”, relembra Janete.
Maranhense, o empreendedor montou uma loja de ferragens em Taguatinga no ano em que se estabeleceu no Distrito Federal. Com o tempo, o negócio cresceu, e a sede da Ferragens Pinheiro mudou-se para Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), onde expandiu o grupo para outros segmentos. “Foi crescendo e ampliando. Estamos no agronegócio, imobiliário, industrial, atacadista e varejista”, diz Janine Brito.
A empresa se tornou uma grande fornecedora de materiais, utilizados na construção de monumentos de Brasília — como a Catedral, os ministérios, a Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional —, e outras obras mais recentes —Aeroporto Internacional de Brasília e o Estádio Nacional. O negócio iniciou-se com Getúlio, hoje, é administrada pelos herdeiros. “Fomos modernizando. Trazendo mais gás, mais ímpeto aos negócios, mas tudo começou com ele”, reconhece Janete.
Em comunicado oficial, a companhia decretou luto. Todas as unidades estiveram fechadas ontem, com previsão de retornar as atividades hoje. “Vamos ter que voltar, porque temos compromissos a cumprir com os clientes”, adianta Janine Brito. Getúlio Pinheiro Brito deixa a mulher, Letinha Brito, 82; cinco filhos; 10 netos; e dois bisnetos.
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