Rompendo limites como empreendedorismo
Jéssica Campos de Bona, 27 anos, é proprietária da SethPet Estética Animal, na região do Grande Colorado, em Sobradinho. É uma pequena empresária que encoraja pessoas com deficiência a empreender.
Jéssica viu no empreendedorismo a possibilidade de inclusão no mercado do trabalho. Ela conta que a SethPet tem o objetivo de oferecer um serviço que transmita amor e carinho a cães e gatos.
Ela nasceu com uma lesão medular incompleta e, por isso, não tem sensibilidade nos membros inferiores, o que poderia limitar a atuação profissional. “Com essa condição, precisei me virar. Aprendi a fazer algumas coisas muito cedo e, com 12 anos, pegava ônibus sozinha em Valparaíso (GO), para ir fazer a reabilitação no Hospital Sarah”, lembra-se.
Barreiras no caminho
Jéssica não se contentou com ter de sobreviver somente com recursos do Benefício de Prestação Continuada (BPC) — que garante um salário-mínimo mensal a pessoas com deficiência e idosos que, comprovadamente, não têm meios de se sustentar.
Procurou empregos, conseguiu alguns, mas sempre sentia claramente que não lhe davam oportunidades de crescer. “Eu era vista como incapaz”, lamenta.
Mudança profissional
As coisas mudaram em 2019, quando um amigo próximo que estava abrindo o petshop convidou a jovem para ajudá-lo a cuidar da área administrativa. Ela aceitou o convite e, seis meses depois, assumiu totalmente o negócio.
Jéssica procurou cursos no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), aprendeu a tosar, contratou um profissional que tinha conhecimento na área e, junto dele, botou a mão na massa.
Demanda em alta
A empresária imaginou que, na pandemia, com o distanciamento social, a demanda despencasse, o que não ocorreu. “A procura continua alta, e precisarei contratar mais pessoas, para continuar oferecendo um bom serviço”, diz Jessica.
Manual de inclusão
A história de vida da empreendedora, aliada ao bom andamento do petshop, coincidiu com os objetivos de um projeto desenvolvido pelo Sebrae, pela Secretaria Extraordinária da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal e pelo Conselho Permanente de Políticas Públicas e Gestão Governamental do DF: o Manual de Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho.
"A intenção do projeto era conscientizar empresários sobre
a inclusão de pessoas om deficiência no mercado de trabalho.
Eu fiquei muito feliz em participar e mostrar o meu exemplo”
Jessica Campos de Bona, empreendedora
Tiro com arco
Jéssica também é praticante profissional de tiro com arco desde os 21 anos. A vontade de ser atleta surgiu durante a adolescência da brasiliense e a fez procurar o Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), na Asa Sul.
Hoje, ela é integrante da seleção paralímpica da modalidade e concilia a rotina de empreendedora com os treinos. Já participou de competições internacionais na Costa Rica e na Colômbia.
Disciplina e coragem
“O esporte me apresentou a importância do cuidado pessoal. Hoje, sou mais disciplinada, mais focada. Também passei a nutrir o desejo de encorajar as pessoas. Não é uma limitação física que pode interromper um sonho, basta acreditar e persistir.”
Pontão de cara nova terá até boulevard
Já foi aprovado pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan) o novo Plano de Uso e Ocupação do Pontão do Lago Sul, elaborado pela Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap). A proposta não criou e não desconstituiu nenhuma unidade imobiliária, mas definiu novas áreas edificáveis para concessão no local, que abrange, aproximadamente,124 mil m².
A remodelagem do empreendimento prevê a construção de um grande boulevard arborizado.
A paisagem da orla do Lago Paranoá será totalmente valorizada, “proporcionando experiência única ao usuário”, segundo a Terracap.
Destaque nacional
O novo projeto pretende ser referência para todo o Brasil como complexo de lazer e turístico em ambiente bucólico. Haverá possível readequação e até remanejamento das atuais edificações.
Mais atividades econômicas
O próximo passo é a aprovação pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh). As construções serão cercadas por áreas verdes — com tratamento paisagístico, e o visitante terá mais espaço para passeio —, além de oferecerem diversidade de atividades econômicas no local.
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