Apesar da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, o Banco de Brasília (BRB) confirmou a boa sequência de resultados, em 2020, e fechou o ano com o melhor resultado da história. O balanço da instituição, divulgado ontem, mostra que o lucro recorrente líquido do ano passado foi de R$ 456 milhões. O total representa crescimento de 10,5% em relação a 2019, quando o recorde também havia sido batido, com a marca de R$ 412 milhões.
No último trimestre do ano, o lucro foi de R$ 137 milhões, evolução de 19,8% na comparação com o trimestre anterior. Os bons resultados foram puxados pelo maior volume de negócios, o que se mostra na expansão da carteira de crédito, pelo aumento da margem financeira e por maior relacionamento com clientes.
“Nós tínhamos uma expectativa de crescimento, mesmo num cenário de desafio. Nós nos concentramos no crédito, com uma carteira de baixo risco, e sabíamos que tínhamos espaço para crescer em outros negócios, como cartões e seguros, e aumentamos as receitas de prestação de serviços”, destaca o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
Ele avalia que o banco soube se preparar e fazer ajustes dentro do cenário adverso causado pela covid-19. “Um desafio grande foi manter a inadimplência sob controle. Trabalhamos muito com a recuperação de créditos e buscamos isso”, destaca. “Fechamos o ano com a inadimplência em 1,7% contra 1,6% em 2019, em um momento como esse.”
O crédito imobiliário está entre os principais destaques da carteira ampla, que chegou a R$ 16,2 bilhões (aumento de 47,4% em 12 meses), e foi um dos pontos que contribuiu para o resultado positivo. O saldo dessa modalidade foi de R$ 2,5 bilhões. Com isso, o BRB assumiu a liderança no financiamento imobiliário no DF.
Os bons números do banco, assegura o presidente da instituição, têm reflexos diretos em prol da sociedade do DF. Como maior acionista, o Governo do Distrito Federal (GDF) recebe parte dos dividendos. Do lucro de 2020, o total do repasse é de R$ 127 milhões. “São recursos que vão, diretamente, para o GDF, para que esse dinheiro volte para a população”, afirma Paulo Henrique Costa. “Para sociedade, isso também não é definido somente pelo lucro, mas por um conjunto de coisas. Foram R$ 9,9 bilhões em crédito, aumento de 70,1% em relação ao ano anterior. Com isso, a gente ajuda a estimular a economia, permitindo que as pessoas consigam objetivos e gerem emprego e renda. Nos programas sociais, a gente leva melhora para a condição das pessoas”, completa.
Entre as ações implementadas durante a pandemia, o presidente do BRB destaca o programa Supera-DF, criado para dar suporte para empresários e para a população local em meio à crise. “Nós atendemos 180 mil famílias nos programas sociais do GDF, movimentamos R$ 4,4 bilhões em crédito, atendendo 32,7 mil pessoas e 4,4 mil empresas. Cumprindo assim a função de um banco público.”
Digital
A expansão e modernização no ambiente digital seguem entre as prioridades do BRB.“Mesmo nesse ambiente, conseguimos dar andamento ao planejamento estratégico: lançamos banco digital, aceleramos mudanças de tecnologia, lançamos novos aplicativos”, enumera Costa. “Olhando para o futuro, podemos esperar um BRB que continue a crescer, que volte às origens da criação e se expanda nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, que se modernize, e que a gente avance oferecendo nossos produtos. Estamos trabalhando para lançar a plataforma de investimentos ainda neste semestre”, adianta. O banco também reformará agências e terá pontos conceito, especializados em fazer negócios.
Com a sequência de resultados expressivos, a possibilidade de privatização do BRB está descartada, assegura Paulo Henrique Costa. Tanto ele quanto o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmaram, em diversas ocasiões, que a instituição seguirá pública. “Um banco mais forte, maior e mais rentável justifica a razão de existir. Um banco que cumpre seu papel com eficiência na gestão precisa ser valorizado”, finaliza Costa.
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