Arte

Exposição com peças do Egito antigo encanta mais de 1,2 mil brasilienses no primeiro fim de semana

Com cuidados para evitar aglomerações, mostra com 140 peças do Museu Egípcio de Turim é sucesso de público

O interesse em conhecer um pouco da cultura egípcia atraiu cerca de 1,2 mil moradores do Distrito Federal ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Nem a chuva e o frio atrapalharam o sucesso do primeiro fim de semana da exposição Egito Antigo — do cotidiano à eternidade, do curador holandês Pieter Tjabes, a qual teve todos os ingressos esgotados, no sábado e no domingo.

Em meio à pandemia da covid-19, a visitação à exposição ocorre por meio de agendamento pelo site oficial do CCBB. A cada hora, um grupo de 80 pessoas pode entrar nos três núcleos temáticos — vida cotidiana, religião e eternidade. O controle de entrada em cada espaço é realizado pela segurança, responsável por aferir a temperatura dos presentes. A mostra vai até 25 de abril.

O cuidado em manter as medidas sanitárias para evitar a disseminação do novo coronavírus chamou a atenção do motorista de transporte por aplicativo João Basilio, de 32 anos. O morador de Sobradinho foi à exposição acompanhado da namorada, a servidora pública Camila Aiello, 32, da cunhada e operadora de telemarketing Carina Aiello, 30, e da sobrinha delas, Rafaella Aiello, 8.

“Logo que chegamos, pudemos constatar o respeito ao distanciamento social e o cuidado quanto ao número de pessoas dentro de cada ala da exposição. A organização é fundamental para que a visitação a esses espaços seja segura e, claro, educativa”, analisa João.

O grupo decidiu ir ao CCBB por conta de Rafaella, uma apaixonada pelo Egito. “Eu achei tudo incrível e interessante. É muito legal aprender sobre coisas antigas. Especialmente de uma cultura que durou tantos anos e que até hoje estudamos na escola”, conta a criança.

O caráter educativo da exposição também incentivou os funcionários públicos Nadja Machado, 35, e Leandro Ernesto, 41, a levar os filhos Davi e Mateus Ernesto, de 10 e 9 anos, ao local. Os moradores de Sobradinho acreditam que levar os meninos para conferir as 140 peças pode auxiliar nas aulas de história.

“As crianças gostam muito desse universo e ficaram curiosas para conhecê-lo. Como terão estudos sobre o Egito, decidimos trazê-los para ver de perto como se construiu essa cultura milenar, e não pudemos fazer uma escolha melhor. Ficamos impressionados com o tamanho estrutural da exposição”, afirma Nadja.

O policial federal Leandro destaca que a divisão das peças em núcleos temáticos enriqueceu a proposta. “Há dois anos visitei uma exposição sobre o Egito em Lisboa, em Portugal, e posso dizer que a do CCBB está maior, e proporcionou uma qualidade excepcional das obras de arte.”

Temáticas

São três espaços para apreciar as artes expostas no Egito Antigo — do cotidiano à eternidade. São peças do Museu Egípcio de Turim, dono da segunda maior coleção do gênero. Na sala “vida cotidiana”, o amarelo dá o tom e remete à luz do Sol. No local, os objetos levam o público a conhecer o dia a dia dessa cultura, que surgiu por volta de 4.000 a.C..

Na área sobre a religião, há múmias de animais e um corpo mumificado, além das esculturas e representações de deuses do povo politeísta. Isso leva os presentes a uma viagem à crença religiosa da vida após a morte. O espaço foi o preferido da advogada Larissa Guerra, 37, do marido e bancário Luis Guerra, 41, e do filho, Caio Guerra, 8.

“Sempre tive paixão pelo Egito e a cultura milenar deles. O meu sonho é conhecer o país, mas sem uma previsão para isso, decidi vir à exposição para conhecer de perto esse universo tão fascinante. Ver uma múmia ao vivo foi, sem dúvidas, uma experiência incrível. É enriquecedor descobrir mais sobre as primeiras manifestações humanas de um ritual fúnebre”, destaca Larissa.

O último espaço é a “eternidade”, e traz uma réplica do interior da tumba de Nefertari em tamanho real, assim como um livro dos mortos, o qual indicava como se comportar na vida após a morte. O professor de artes marciais e história Fernando Morai se impressionou ao adentrar na tumba e conferir os desenhos minuciosos, ali, gravados.

“Todas as obras e réplicas são incríveis. A história do Egito é pouco explorada em salas de aula, assim como na faculdade, mas é meu tema favorito. Tenho, inclusive, tatuagens sobre essa cultura, como o olho do horus. Então, poder conferir de perto foi uma experiência extraordinária”, afirma.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - As múmias foram o que mais interessaram à advogada Larissa Guerra, ao marido, Luis Guerra, e ao filho, Caio
LUIS TAJES - Egito Antigo: do Cotidiano à Eternidade
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