DIA MUNDIAL

Obesidade pode ser tratada na rede pública de saúde do DF

Desde 2017, capital federal tem centro especializado de atendimento para a doença. Dados de 2019 apontam que 55% dos brasilienses estão acima do peso. Nesta quinta (4/3), é comemorado o Dia Mundial da Obesidade

Correio Braziliense
postado em 04/03/2021 17:43 / atualizado em 04/03/2021 17:44
O tratamento inclui as áreas de endocrinologia, fisioterapia, nutrição e outras -  (crédito: Bárbara Fragoso/CB/D.A Press)
O tratamento inclui as áreas de endocrinologia, fisioterapia, nutrição e outras - (crédito: Bárbara Fragoso/CB/D.A Press)

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tem, desde 2017, o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), que funciona na 208/408 Norte. Trata-se de um local de acolhimento em que os pacientes, após aceitarem o tratamento, dão início a atividades como palestras e oficinas com especialistas das áreas de endocrinologia, nutrição, fisioterapia e psicologia. Primeiramente, há encontros em grupo e, depois, começam as consultas individuais.

Além do centro,, há ambulatórios de endocrinologia nas sete Regiões de Saúde. O acesso ao serviço ocorre por meio das unidades básicas de saúde (UBSs) que oferecem o primeiro atendimento com a equipe de Saúde da Família. Após avaliação, havendo necessidade de acompanhamento na Atenção Secundária, o paciente é encaminhado para atendimento em um serviço especializado.

Na Região de Saúde Central — que engloba as Asas Sul e Norte, Lagos Sul e Norte, Vilas Planalto e Telebrasília, Cruzeiro, Noroeste e Sudoeste/Octogonal — as UBSs podem direcionar os pacientes para o Cedoh. Na unidade, são atendidas pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 35 e com comorbidades.

O tratamento no centro pode durar até dois anos. Ao final desse período, os pacientes podem ser reencaminhados para as UBSs com um plano terapêutico e relatório de atividades desenvolvidas no Cedoh. Quando a pessoa tem de 5% a 10% de perda do peso inicial, o caso é considerado sucesso terapêutico. Além de consultas com especialista, o Cedoh oferece bioimpedância e dinamometria. Os demais exames são oferecidos na rede pública de saúde.

Se houver necessidade em continuar o tratamento, o paciente é encaminhado para as UBSs. Na Atenção Primária, a equipe de Saúde da Família identifica a necessidade de o paciente ser acompanhado pela endocrinologia da região e faz a transferência para atendimento em um ambulatório.

Cerca de 300 pacientes já passaram pelo Cedoh entre 2017 e 2019. No período, foram criados 28 grupos para atendimento. Desse total de pacientes atendidos, 30% tinham obesidade grau 2, que é quando o IMC está entre 35 e 39,9; 60% apresentavam grau 3, cujo IMC estava acima de 40; e 10% superobesidade.

Com a pandemia de covid-19, o esquema de atendimento em grupo passou a ser on-line, para que os pacientes não ficassem desassistidos. Foi criado um grupo de WhatsApp no qual os integrantes recebem orientações, caso concordem com essa forma de tratamento.

Educação

No Distrito Federal, a Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade está implementada desde 2016 e, até 2019, capacitou profissionais de saúde de nível superior dos três níveis de atenção de todas as Regiões de Saúde. Atualmente, o Curso “O Cuidado da Obesidade na Atenção Primária à Saúde (APS)” realizado pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Secretaria de Saúde está disponível pela plataforma Aprender da UnB e em andamento desde 13 de outubro de 2020. O curso conta com a participação de profissionais e gestores de saúde da rede pública.

Obesidade

Segundo a Secretaria de Saúde, o conceito de obesidade definido pela Organização Mundial da Saúde envolve o excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. O dia 4 de março é a data em que se comemora o Dia Mundial da Obesidade — enfermidade que é um dos principais fatores de risco para doenças não transmissíveis (DCNTs), como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer. A rede pública de saúde oferece tratamento na Atenção Primária, secundária e hospitalar.

Dados da Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) referentes ao ano de 2019 indicam que as taxas de obesidade quase triplicaram desde 1975 e aumentaram quase cinco vezes entre crianças e adolescentes. A doença afeta pessoas de todas as idades e de todos os grupos sociais nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. No Distrito Federal, 55% da população apresenta excesso de peso (sobrepeso ou obesidade) e a prevalência de obesidade no DF é crescente, tendo aumentado 100% desde 2010, alcançando o valor de 19,6% em 2018.

 

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