Eixo capital

Ana Maria Campos
postado em 06/03/2021 23:09
 (crédito: Reprodução/Instagram)
(crédito: Reprodução/Instagram)

As mulheres do DF conquistam espaço no Congresso

As parlamentares do Distrito Federal estão em destaque como nunca. Trata-se da maior bancada de deputadas federais, proporcionalmente a maior do país: cinco de oito eleitos em 2018. Ex-primeira-dama, Flávia Arruda (PL-DF) é a primeira deputada a assumir a poderosa presidência da Comissão Mista do Orçamento do Congresso. Apesar do bombardeio de adversários, Bia Kicis (PSL-DF) está no páreo para assumir o comando da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. Pela relação próxima com o presidente Jair Bolsonaro, Bia tem boa articulação no governo federal. Érika Kokay (PT-DF) é uma liderança expressiva de oposição, considerada uma das cabeças do Congresso. Celina Leão (PP-DF) participou ativamente da vitória de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara. Teve o nome cotado para o Ministério do Esporte e ainda tem uma afilhada como secretária de Esportes do governo Ibaneis. As mulheres também são fortes para candidaturas majoritárias. Flávia e Celina são nomes possíveis para a chapa à reeleição de Ibaneis. Paula Belmonte (Cidadania-DF) trabalha para concorrer ao Palácio do Buriti. E Kokay é tida como a candidata do PT na próxima eleição ao Senado, onde, pela primeira vez, uma mulher assumiu mandato em 2019. A senadora Leila Barros (PSB-DF) também deve concorrer ao GDF. Aos poucos, as qualidades femininas vão se destacando na política. Por enquanto, no entanto, a única mulher a se tornar governadora foi Maria de Lourdes Abadia. Vice de Joaquim Roriz, ela assumiu o Executivo com a saída do então governador para se candidatar. O caminho está aberto para novidades. Feliz dia das Mulheres!


Disputa em casa

Dois advogados baianos que atuam em Brasília estão na disputa pela vaga do Senado no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP): o ex-secretário-executivo dos Direitos Humanos Engels Augusto Muniz, número dois da pasta quando o titular era o hoje secretário-chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha; e o procurador do DF Edvaldo Nilo de Almeida (foto), que tem entre os padrinhos o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Os dois prometeram ser rigorosos com a disciplina de promotores e procuradores. Para o governador Ibaneis Rocha (MDB), ambos são bons nomes.


Com máscara

A OAB-DF recebeu a denúncia de que policiais penais não estão utilizando a máscara de proteção contra covid-19. Problema é que, como eles circulam fora do presídio, podem ser transmissores do novo coronavírus. O presidente da OAB-DF, Délio Lins e Silva Júnior, enviou um pedido ao secretário de Administração Penitenciária, Agnaldo Curado, obrigue o uso do equipamento de segurança, assim como é exigido de advogados.


Pra piorar

A saúde pública no DF há tempos é um problema. E agora com pandemia?


A pergunta que não quer calar
Esse é o melhor momento de abrir as academias e autorizar as aulas presenciais, quando haverá proximidade e risco maior de contaminação pelo novo coronavírus, num momento em que a taxa de transmissão está alta e há sucessivos aumentos no número de contaminados e mortes no país, inclusive entre os mais jovens?

Siga o dinheiro
R$12 milhões
É quanto vai custar a reforma de apartamentos funcionais de senadores.

Mandou bem
Mortes, infecções e internações de pessoas com mais de 90 anos despencaram em fevereiro na cidade de São Paulo. Esse pode ser um sinal de que a vacinação está funcionando e protegendo os idosos. Uma luz de esperança para todos.

Mandou mal
O presidente Jair Bolsonaro critica o uso de máscaras, o lockdown e incentiva aglomerações. E ainda ridiculariza quem sofre com vidas perdidas na pandemia. Falta empatia, solidariedade, mensagens de liderança e estratégias para sair da crise.

Enquanto isso... Na sala de Justiça
Somente no último ano, os advogados públicos federais atuaram em mais de 177 mil processos relativos à pandemia da covid-19, recuperando e economizando mais de R$ 630 bilhões para os cofres públicos. São oito mil em atuação no país. Para o presidente da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe), Lademir Rocha, é o momento de discutir a importância desses profissionais no bojo da Reforma Administrativa que será avaliada nos próximos três meses no Congresso. “Gostaríamos de ser ouvidos sobre os riscos de algumas propostas da reforma, como é o caso da fase de contratação dos advogados após o concurso público. Em vez de uma pauta regressiva, discutiríamos com o parlamento e a sociedade propostas que avancem no sentido de autonomia e garantia de independência do advogado para que ele possa administrar suas funções no sentido do interesse público geral”, afirma. Detalhe: hoje é o dia do advogado público federal.


Só papos

“Pazuello está mais uma vez tratando a vacina como arma política, exigindo que Pfizer e Janssen deem exclusividade ao governo federal, não vendendo aos Estados. Essa centralização estaria correta se não tivéssemos um presidente negacionista que boicota a vacinação”
Deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ)


“Só nazistas nos chamam de negacionistas. É a estratégia de Goebbels (marketeiro de Hitler): repita a mentira mil vezes até ela se tornar verdade. Essa tática está em todos os manuais esquerdistas. Assim, você vence o debate sem ter razão e polariza o clima puxando para si as virtudes”
Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)


À QUEIMA-ROUPA

Senador Izalci Lucas (PSDB-DF)

“Nós parlamentares temos a responsabilidade de ajudar os nossos estados e municípios em recursos, investimentos e projetos. Precisamos ter em mente que juntos podemos fazer muito mais”

Quais são os pontos fundamentais da PEC Emergencial?
O ponto principal da PEC Emergencial é exatamente o auxílio emergencial para aqueles que estão com fome e sem emprego. Foi aprovado e a gente espera que seja executado o mais rápido possível. Sempre com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, é claro. Mas vou falar do que que retiramos para não perder aquilo que já havíamos discutido e aprovado há pouco e que não havia sentido fazer parte desta proposta. Nós tiramos a desvinculação da saúde e educação. Mantivemos os principais fundos de fomento, com exceção do FUST que é muito importante e certamente será objeto de discussão e inclusão por parte da Câmara. Tratamos ainda de assegurar direitos de servidores, especialmente aqueles que estão na ponta e lutam por salvar vidas. Outras áreas também foram preservadas em razão da importância para o desenvolvimento econômico e social do país. É importante ainda ressaltar a questão dos incentivos fiscais. Aprovamos recentemente a lei da informática, que é fundamental para o país, a startup e a internet das coisas, todas com a assinatura do governo ou com o seu apoio. Precisamos garantir que se desenvolvam e tragam novos sopros para o desenvolvimento do país. Precisamos de banda larga nas escolas, de comunicação com tecnologia e, sobretudo que a educação e a cultura cheguem a cada canto desse país.

O auxílio emergencial de R$250 não é uma miséria?
O auxílio emergencial é de quatro parcelas de R$ 250. É evidentemente muito pouco, uma vez que começou com R$ 600, baixou para R$ 300 e agora é de R$ 250. É bom lembrar que de R$ 300 para R$ 250, só o aumento do arroz e do óleo de soja já ultrapassa mais do que isso. Então é pouco, mas, lamentavelmente, a situação econômica do país exige que tenhamos responsabilidade ao tomarmos as decisões. Se for possível fazer mais, certamente o faremos.

Por que aprovar o auxílio emergencial junto com medidas de ajuste fiscal?
Para evitar que percamos o rumo e comecemos a dar cheque em branco. O Brasil tem uma dívida ainda muito grande e precisamos dar segurança jurídica àqueles que querem investir no país. Com isso, sinalizamos que vale a pena investir no Brasil.

O Brasil está mais pobre com a queda de 4 pontos no PIB. Como recuperar?
Não, não estamos mais pobres. Perdemos 4 pontos no Produto Interno Bruto e isso não é bom, mas as economias globais, como Reino Unido, EUA, França e Alemanha dentre outros tiveram perda de 4,1% no PIB de 2020. A única economia que teve ganhos foi a China, com 2,3%. Todos as maiores economias do planeta perderam e lutam por recuperação. Isso não significa que estamos mais pobres. Isso é alerta e luta pela recuperação. Nós, especialmente, temos que trabalhar por essa recuperação o mais rápido possível. Mas, para recuperar a economia e crescer, é preciso não ter medo de investir e muito. Principalmente nas áreas em que não se investe e são de suma importância para desenvolvermos as nossas maiores riquezas. Investir em Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação vai nos colocar em pé de igualdade com as maiores potências do mundo. Já somos potência em commodites. Esse pódio já é nosso. Mas só as commodites não nos garantem um país próspero e uma população sem fome. O século 21 da tecnologia já nos mostrou que em um Brasil Analógico, o desenvolvimento e a sobrevivência não se darão.

Você é a favor do lockdown decretado pelo governador Ibaneis Rocha?
Eu não sou contra a proteção, seja ela por restrições ou falta de informação. Sou contra o lockdown decretado no DF porque ele não vale para quem de fato precisa trabalhar. As pessoas que trabalham durante o dia têm que fazer uso do serviço de transporte público. Vêm e vão de manhã e no fim do dia em ônibus lotados (o vírus deve estar dormindo). Daí, aqueles que trabalham à noite e querem manter seus empregos ficam proibidos de trabalhar porque o lockdown vale das 20h às 5h da manhã (o vírus deve estar acordado.) Daí os bares e restaurantes não podem abrir, as pessoas ficam sem emprego. Quer dizer que o vírus só contamina à noite? Não é que não seja favorável, mas é que não faz muito sentido. A outra coisa se dá com a educação. Vamos falar sério sobre isso. Vamos investir na proteção dos professores e alunos. O que não podemos fazer é deixar nossas crianças e jovens sem escola mais outro ano. Faltou planejamento, mas ainda dá tempo. O problema é que é mais fácil deixar aqueles que mais precisam sem aula e sem futuro do que planejar e investir. Quanto à saúde e seus servidores, não há lockdown, há sofrimento em razão de desmandos e corrupção. Para a população, há falta de atendimento, improviso e, em muitos casos, mortes.

Como vamos sair da crise?
Para sair da crise aqui do Distrito Federal, a primeira coisa é acabar com a prepotência, a arrogância e a auto-suficiência do governador. Ele precisa sair às ruas, ouvir e dialogar com a população e com seus representantes nas Casas de leis (Câmara Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado) para buscar ajuda em todas as áreas que o DF precisa. Nós, parlamentares, temos a responsabilidade de ajudar os nossos estados e municípios em recursos, investimentos e projetos. Precisamos ter em mente que juntos podemos fazer muito mais. Precisamos ter em mente, especialmente nesse momento, que a união, a solidariedade, o trabalho e o amor são as nossas maiores armas para combater essa pandemia que assolou o mundo e o nosso país.

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