O número de enterros feitos em fevereiro deste ano no Distrito Federal teve um aumento de 22,65% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da rede de cemitérios Campo da Esperança no DF. Nesses dois primeiros meses de 2021, o número de sepultamentos já soma 2.174. A soma de janeiro e fevereiro de 2020, meses anteriores ao começo da pandemia causada pelo novo coronavírus, foi de 1.825 enterros. Os dados fornecidos se referem ao número geral de mortes, sem especificação de enterros de pessoas com covid-19.
Neste mês de março, de 1º a 11, a rede de cemitérios notificou 140 enterros de vítimas suspeitas e confirmadas de contaminação pelo Sars-CoV-2. O recorde de enterros, em números gerais, pertence a junho do ano passado, quando houve uma alta de 32,92% de sepultamentos, se comparados ao mesmo período do ano anterior. Em nota, o Campo da Esperança explicou que o aumento do número de mortes devido a pandemia, não causou falta de jazigos em Brasília. “Nem a espera por jazigos em construção. O estoque atual de novas sepulturas é para pelo menos cinco meses de sepultamentos, conforme o que já era praticado pela concessionária antes da pandemia”.
Atualmente, o Campo da Esperança administra seis cemitérios de Brasília, localizados na Asa Sul, Gama, Sobradinho, Planaltina, Taguatinga e Brazlândia. O serviço se trata de uma concessão pública em vigor desde 2002 e sob a fiscalização da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejus).
A Sejus também é a responsável por definir o preço cobrado pelos serviços do cemitério. A média de preço, segundo a própria tabela da pasta, é de cerca de R$ 2 mil de gastos (os valores variam de acordo com cada caso familiar, se já possuem ou não jazigo, por exemplo). No caso dos serviços funerários, Maurício Costa, presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerária (Abrasif), informa que o valor varia entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil.
No entanto, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedes) também oferece o serviço de enterro social, destinado para os usuários da assistência social. O serviço fornece urna mortuária, transporte funerário e colocação das placas. A assistência, porém, se trata de uma ação coletiva, ou seja, três corpos são colocados na mesma cova independentemente dos familiares.
Abandonados
Tânia Batista da Silva, presidente da Associação de Funerárias do Distrito Federal (Asfun-DF), explica que, mesmo com a pandemia, não houve sobrecarga no setor. Segundo Tânia, as mortes se mantêm na média do DF, com a diferença de acontecerem em um intervalo de tempo mais curto. “A média de óbitos não mudou tanto em relação aos anos anteriores. Mas acontecem em um intervalo mais curto”, disse.
A presidente da Asfun, contudo, fez um apelo ao governo. “Acho um descaso que a gente, do setor funerário, não fomos colocados na lista de vacinação e estamos na linha de frente do mesmo jeito. Pegamos o corpo, muitas vezes de pessoas liberando muita secreção e no período infeccioso da covid-19”.
Número de enterros
Comparação em percentual feita em relação ao mesmo período do ano anterior.
Novembro: aumento de 28,67%
Dezembro: aumento de 17,59%
Janeiro: aumento de 15,98%
Fevereiro: aumento de 22,65%
Fonte: Cemitérios Campo da Esperança
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