Investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desde 2017, por crimes de estelionato, difamação e extorsão, Patrícia Coutinho Pereira, de 31 anos, mais conhecida como “Loba do Tinder”, foi presa por policiais civis de Campinas (SP). A mulher usava aplicativos de relacionamento para extorquir as vítimas. Após seduzi-las, ganhava a confiança e aplicava os golpes. Estima-se que a criminosa tenha enganado mais de 100 pessoas.
Investigações conduzidas pelo delegado João Ataliba Neto, chefe à época da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), revelaram que Patrícia agia de três formas distintas. No primeiro momento, ao conseguir a amizade da vítima, a mulher pedia empréstimos em dinheiro com o pretexto de que um parente havia falecido e precisava ir ao sepultamento do familiar. Na segunda forma, a autora criava um vínculo com a vítima, se passando por advogada ou proprietária de uma rede de cosméticos. Com isso, ela aproveita da situação para pedir dinheiro emprestado e tocar o falso negócio.
De acordo com Ataliba, a mulher praticava, também, o famoso “estelionato do amor”. “Ela convencia as vítimas a enviarem fotos íntimas e usava disso para ameaçá-los. Como a maioria dos homens eram casados, ela dizia que contaria tudo à mulher e aos amigos, além de ameaçar divulgar as fotos na internet”, detalhou o investigador.
Uma das vítimas, segundo a apuração da PCDF, era um servidor público federal, que perdeu cerca de R$ 50 mil. O delegado João Ataliba explica que o homem estava em fase de término de um outro relacionamento, quando se envolveu com Patrícia. Durante seis meses, o servidor fez empréstimos bancários à criminosa. O dinheiro, no entanto, era depositado na conta de outro rapaz, para quem a estelionatária prometia emprego de advogado.
Procurada pela reportagem, a Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP) informou que Patrícia foi presa pelo 11° DP de Campinas, na quarta-feira, após a equipe receber informações de que uma mulher estaria cometendo estelionato em sites de relacionamento, nas proximidades do Parque Valença. Ao ser encontrada, a “Loba do Tinder” tentou fugir, mas foi capturada e presa. Ela será encaminhada a Brasília, onde cumprirá a pena.
Denúncia caluniosa
Em junho de 2017, Patrícia procurou o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e denunciou o delegado João Ataliba por abuso de autoridade. “Ela disse que meus agentes a humilharam quando foram buscá-la para depor na delegacia. Mas imagens do hotel onde ela morava comprovaram que ela veio de livre e espontânea vontade. Ainda alegou que subtraí o celular. Comprovamos que tudo era mentira”, afirmou.
Em decorrência das duas denúncias, Patrícia foi julgada e condenada a três anos e seis meses, em setembro de 2017. Com o resultado, ela fugiu para São Paulo e só foi encontrada em Brasília em novembro de 2018. Depois, a acusada passou a responder pelo processo em liberdade, mas mudou de endereço e foi denunciada em um novo processo de estelionato.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.
Discussão em blitz
Um policial federal de 51 anos discutiu, desacatou e ameaçou agentes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), após ser parado em uma blitz durante a operação Toque de Recolher, decretada pelo GDF para evitar a disseminação do novo coronavírus.
O caso ocorreu na segunda-feira, na Quadra 14 da AE 12/16, em Sobradinho, e foi registrado em vídeo, mas só veio à tona ontem, depois de as gravações circularem nas redes sociais. A abordagem ocorreu por volta das 22h35, horário de circulação proibido na capital. Na filmagem, o servidor identifica-se como Marcos e pergunta a um agente de trânsito: “Vai estragar meu carro? Se estragar, danificar, como vai ser?”
Nervoso, o policial altera a voz e intimida os agentes: “Se estragar a p… do meu carro, quero o nome de vocês todos. Vocês estão me notificando? Quero o nome de um por um agora. Se estragar a p… do meu carro, eu vou f… com vocês todos. Quero o nome de vocês, pode falar o nome de cada um”, exigiu. Ainda na gravação, o policial federal questiona o agente do Detran-DF: “O que é que está me olhando? Quer me bater? É isso?”, diz.
Procurado pela reportagem, o Detran-DF informou que o condutor foi autuado por recusar-se a realizar o teste de bafômetro. Além disso, os agentes constataram que o licenciamento do veículo do policial federal estava com o pagamento atrasado e seria removido ao depósito, momento em que ele se alterou.
Preso, o homem foi conduzido à 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho). Ao Correio, a delegada-adjunta da unidade policial, Ágata Natasha Braga, informou que o policial passou por exame clínico no Instituto de Medicina Legal (IML) e o resultado deu negativo para ingestão de bebida alcoólica. “Inicialmente, a ocorrência estava em apuração, mas na terça-feira, os envolvidos apresentaram a imagem e ele foi autuado por desacato e ameaça”, afirmou.
Em nota, o Detran-DF reforça que integra a força-tarefa para coibir aglomerações e garantir o cumprimento das medidas restritivas decretadas pelo governo local, a fim de conter o avanço da pandemia. Disse, ainda, que, durante as operações, além da fiscalização de trânsito, todos os condutores e passageiros são orientados quanto aos horários de circulação. Procurada, a Superintendência da Polícia Federal não respondeu até o fechamento desta edição. (D.D.)