Falsidade ideológica

Assassino de radialista tentou se passar por agente socioeducativo do DF

Uma foto que circula nas redes sociais supõe que Vinícius Fernando Silva Camargo é servidor público. No entanto, em comunicado oficial, o sindicato da categoria desmentiu a informação

Darcianne Diogo
postado em 28/03/2021 22:16 / atualizado em 28/03/2021 22:17
 (crédito: Redes sociais/Reprodução)
(crédito: Redes sociais/Reprodução)

Acusado de matar a companheira, Vinícius Fernando Silva Camargo, de 31 anos, nunca integrou o quadro de servidores efetivos da Carreira Socioeducativa do Distrito Federal. Em 2019, o agressor chegou a ser autuado por falsidade ideológica por usar uniforme e distintivo falso, se passando por agente socioeducativo. A informação é do Sindicato dos Servidores Socioeducativos (SINDSSE-DF), que, por meio de nota oficial, lamentou a morte da radialista Evelyne Ogawa, 38.

O feminicídio aconteceu na noite desta sexta-feira (26/3), na Quadra 301, de Samambaia, no Condomínio Viver Melhor. O crime, no entanto, só veio à tona na tarde deste sábado (27), após Vinícius se apresentar na 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) na companhia de um advogado e confessar o crime.

Após a confissão do agressor, policiais civis foram até o apartamento, que estava trancado, e encontraram o corpo da radialista e apresentadora de TV. Evelyne foi morta estrangulada com um fio elétrico. Ela deixa um filho de 7 anos. A investigação segue no sentido de elucidar a motivação do crime.

Em uma foto que circulou nas redes sociais, suspeitava-se de que Vinícius era agente socioeducativo do DF. Na imagem, o agressor usava uniforme e distintivo de policial. No entanto, a hipótese foi desmentida pelo SINDSSE-DF. Em nota oficial, o sindicato da categoria afirmou que o homem trabalhou no sistema socioeducativo entre 2014 e 2016 mediante contrato temporário, em processo seletivo simplificado. Em 2019, Vinícius chegou a ser autuado por falsidade ideológica por usar o uniforme.

Ainda em nota, o sindicato lamentou a morte de Evelyne. “Fatos lamentáveis como o feminicídio praticado por Vinícius Fernando, que ceifou a vida da radialista e apresentadora Evelyne Ogawa, reforçam a necessidade de uma política de valorização do serviço público, com critérios rigorosos de ingresso nos cargos, principalmente em funções de segurança pública, a fim de coibir o ingresso de pessoas com antecedentes criminais, péssima conduta social e personalidade voltada para o crime, nas funções públicas”, frisou.

Antecedente

Vinicius já havia, em 2017, agredido uma ex-namorada. Em entrevista ao Correio, na época, a vítima afirmou: "Tenho medo que ele volte para terminar o que começou". De acordo com ela, a agressão teria começado após uma discussão simples. Ela chegou a ficar desacordada.

O segurança de uma ótica vizinha à casa pediu auxílio a duas viaturas policiais que passavam pelo local. Consta na ocorrência que "a Polícia Militar teve de arrombar a grade de entrada do apartamento, bem como a porta do quarto onde a vítima estava trancada para prestar o socorro devido". Na residência, os PMs teriam encontrado a mulher sentada na janela e com lesões no rosto e no pescoço.

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