OBITUÁRIO

Covid-19 mata casal de professores

Antônio Fávero e Anna Angélica Oliveira morreram com poucas horas de diferença entre um e outro. Ele dava aula na Universidade de Brasília (UnB). Ela lecionava na rede pública de ensino. Os dois estavam hospitalizados por causa do novo coronavírus

» CIBELE MOREIRA
postado em 05/04/2021 22:34 / atualizado em 05/04/2021 22:39
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Um casal de professores do Distrito Federal morreu, no domingo, devido a complicações da covid-19. A confirmação do óbito de um deles ocorreu poucas horas após a do outro. Antônio Fávero Sobrinho, 71 anos, lecionava história na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB). A mulher dele, Anna Angélica Oliveira Paixão, 46, atuava na rede pública de ensino do DF. O sepultamento do casal ocorreu ontem, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.

Anna Angélica estava hospitalizada e, após uma parada cardiorrespiratória, além de um quadro de infecção generalizada, não resistiu e morreu. Já Antônio ficou internado na unidade de terapia intensiva (UTI) por 23 dias e precisou ser intubado por causa de dificuldades respiratórias. Os dois deixam um filho de 4 anos. Além dele, o professor teve outros três, do primeiro casamento.

Defensor da educação, Antônio era conhecido como um grande incentivador dos estudos e alguém que sempre propunha novidades aos alunos. Docentes, estudantes, amigos e parentes dele prestaram homenagens nas redes sociais.

Aposentada da rede pública, Regina Célia Melo, 63, falou da parceria com Antônio Fávero: “Fui professora do filho dele, há muitos anos. Depois de um tempo, reencontrei-o quando voltei a estudar na UnB. Queria fazer algo ligado à literatura, e ele abriu uma turma a partir dessa minha vontade. Fiz todos os meus projetos com ele e, em 2019, lançamos o livro O menino que descobriu o Lago Paranoá. Tínhamos uma relação intensa e uma troca de conhecimento muito grande”, relatou. “E a dor é em dobro. A esposa dele morreu de manhã e ele, à noite. Uma situação muito difícil”, completou Regina.



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Fotógrafo Alain Barki, 74 anos

 (crédito: Arquivo Pessoal)
crédito: Arquivo Pessoal

Destaque como fotojornalista, o fotógrafo francês de alma brasiliense Alain Barki morreu no domingo, aos 74 anos, após oito dias internado na unidade de terapia intensiva (UTI) para tratar um câncer. Velório e enterro ocorrem hoje, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Em razão da pandemia da covid-19, a cerimônia de despedida ficará restrita a familiares e amigos próximos.

Sobrinho de Alain, Marcelo Barki conta que a descoberta da doença surpreendeu. “Foi muito repentino. No sábado retrasado, levamos ele ao hospital e veio a notícia do carcinoma (câncer de pele). Não sabíamos sobre isso, e acredito que ele também não”, relata Marcelo, que lembra com carinho e emoção o último dia junto ao tio e grande amigo. “Foi no domingo, antes de ele ser internado. Trabalhávamos em um projeto juntos. Foi um dia em que conversamos sobre muita coisa: fé, a vida. Mesmo sem saber, senti que aquele encontro tinha um tom de despedida”, lamenta.

Amiga de Alain, Valéria Machado Colela relembra do amigo com carinho. “Desde os anos 1970, ele brincava de não saber se eu era ‘a filha mais velha’ ou ‘a irmã mais nova’ dele. Partiu sem chegarmos a uma conclusão”, conta. Ela lembra que o conheceu na adolescência, aos 15 anos, entre os integrantes de grupos de amigos com quem se encontrava na 206 Sul.

Fotógrafa e professora aposentada da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), Luiza Venturelli trabalhou com Barki na agência Ágil Fotojornalismo e no Jornal de Brasília. Eles faziam parte de um grupo que usava o trabalho para combater a censura instalada pela ditadura militar no país. “Pessoa inquieta, com a câmera sempre a tiracolo, era impossível separar Alain da fotografia”, afirma.

Nascido na França, Barki veio para o Brasil enquanto pequeno, porque o pai dele representava a Air France no país. O fotógrafo chegou à capital federal no início da década de 1960 e, aqui, ganhou reconhecimento. O cantor Alceu Valença também prestou homenagem a Alain, amigo de longa data. “Ele não partiu. Ele mora nos corações dos amigos e no meu. Era um fotógrafo incrível e uma pessoa de sensibilidade incrível. Vai deixar saudades”, completa o músico.

Morre dono da Induspina Autopeças

 (crédito: Arquivo Pessoal)
crédito: Arquivo Pessoal

Vítima de complicações pulmonares causadas pela covid-19, morreu, ontem, o empresário Orédio Alves de Rezende, aos 85 anos. Nascido em Pires do Rio (GO), ele foi responsável por abrir a primeira rede de itens para automóveis de Brasília, a Induspina Autopeças, na antiga Cidade Livre, em junho de 1958. A empresa segue em atividade, na 514 Sul, e teve até oito lojas espalhadas pelo Distrito Federal.

Filho caçula do empresário, o jornalista Flávio Resende (foto), 46, destaca a luta do pai pela vida: “Ele teve dois cânceres e covid-19 também. Passou por todo esse processo em casa e bem. Mas, depois que tinha passado a doença, ele começou a sentir dificuldades para respirar”, lamenta.

O pioneiro deixa a mulher, Ana Rosa Silveira, 66, três filhos, 12 netos e seis bisnetos. O velório está marcado para hoje, às 13h, na Capela 6 do Cemitério Campo da Esperança. O sepultamento ocorre às 15h30.



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