FEMINICÍDIO

Exclusivo: Laudo do IML confirma que radialista foi morta por enforcamento

Correio teve acesso com exclusividade ao laudo do IML que comprova que a radialista Evelyne Ogawa morreu asfixiada pelo próprio companheiro. Ele foi preso três dias após confessar o crime. Agressor tem longa ficha criminal

Darcianne Diogo
postado em 09/04/2021 06:00
 (crédito: Reprodução/Rede sociais)
(crédito: Reprodução/Rede sociais)

O laudo cadavérico da radialista Evelyne Ogawa, de 38 anos, ao qual o Correio teve acesso com exclusividade, confirmou que a apresentadora de TV foi morta por enforcamento ou asfixia. A mulher foi vítima de feminicídio na noite de 26 de março, no apartamento onde morava, em Samambaia. O autor, Vinícius Fernando Silva Camargo, 31, confessou o crime e está preso no Complexo Penitenciário da Papuda.

Investigações revelaram que Evelyne foi assassinada entre 21h e 23h de sexta-feira. A polícia chegou até a residência da vítima, após o próprio companheiro procurar a 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) no sábado e confessar o crime. Na casa de Evelyne, os investigadores encontraram um fio elétrico, supostamente utilizado pelo homem para matá-la.

Os médicos legistas do Instituto de Medicina Legal (IML) confirmaram que a mulher foi assassinada por asfixia. Evelyne tinha fortes marcas no pescoço e hemorragia subconjuntival no olho direito (pequenos acúmulos de sangue que reveste a pálpebra e cobre a frente do olho), causado geralmente por algum esforço físico, e os vasos sanguíneos estouraram. Além disso, o corpo da vítima também apresentava cianoses de extremidades, quando a pele fica com a coloração azulada em decorrência da oxigenação insuficiente do sangue.

O IML comprovou as marcas de lesões no dorso da mão direita de Evelyne, o que pode indicar que, momentos antes do crime, o casal entrou em luta corporal. O laudo do Instituto de Criminalística (IC) ainda está em elaboração e deve sair nos próximos dias. O documento reunirá provas técnicas acerca do local, materiais, objetos, instrumentos e pessoas, a fim de determinar como ocorreram os fatos.

Crime

Câmeras do circuito interno de segurança do elevador do prédio registraram os últimos momentos de vida da radialista. Na noite do crime, às 22h20, Evelyne e Vinícius aparecem juntos no elevador. Pelas imagens, aparentemente, os dois parecem discutir. Segundo relatou uma familiar da vítima, no mesmo dia, o casal saiu para buscar o pagamento de comissão de Evelyne, por volta das 17h20.

Em outras imagens, Vinícius é visto, às 23h37, entrando no condomínio. Ele está sozinho, cumprimenta o porteiro e sobe pela escada. Cerca de 20 minutos depois, às 23h55, o homem entra no elevador e sobe até o 4º andar. Durante a madrugada de sábado, por volta das 3h, ele entra novamente no elevador e desce até o térreo. Outro vídeo registrado um dia depois do crime mostra Vinícius entrando no condomínio às 7h47. Ele vai até o apartamento da companheira e, em poucos minutos, deixa o condomínio carregando uma sacola azul nas mãos.

Policiais da 26ª DP prenderam Vinícius três dias depois dele cometer o feminicídio. Apesar de ele ter se apresentado à delegacia no sábado, um dia após o crime, ele foi liberado por não haver o flagrante. Em uma intensa negociação, os investigadores o convenceram a se entregar na segunda-feira. Vinícius tem uma extensa ficha criminal e acumula passagens por roubo, porte ilegal de arma de fogo, lesão corporal, violência contra a mulher e uso de documento falso. No total, o agressor acumula 12 processos criminais. O homem cumpre pena na Papuda.

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