GRIPE

Vacinação com poucas filas

Com objetivo de vacinar 90% do público-alvo, 1.117.656 de pessoas no DF, Secretaria de Saúde começou, ontem, a imunizar crianças de 6 meses a 6 anos, trabalhadores da saúde, indígenas, puérperas e grávidas. Correio registrou baixo movimento nas UBSs

Pedro Marra
postado em 12/04/2021 21:17
 (crédito: Pedro Marra/CB/D.A Press)
(crédito: Pedro Marra/CB/D.A Press)

O primeiro dia de vacinação contra a gripe comum no Distrito Federal foi de pouco movimento nas filas dos postos de atendimento. A imunização ocorreu das 7h às 17h30, pela 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe. A expectativa da Secretaria de Saúde (SES) é de vacinar 90% do público-alvo, representado por 1.117.656 de pessoas. A campanha de vacinação vai até o dia 8 de julho no DF.

Neste início de campanha, o grupo prioritário está organizado da seguinte forma: trabalhadores da área da saúde, crianças com idade entre 6 meses e 6 anos, gestantes, puérperas (mulheres em fase pós-parto) e povos indígenas. O DF recebeu nesta semana 113.600 doses para a primeira fase, o que corresponde a 29% do total dos grupos da 1° etapa. O quantitativo restante será enviado pelo Ministério da Saúde ao longo da campanha, de forma semanal.

O militar da Aeronáutica Rafael Cardoso, 36 anos, foi um dos que chegou ontem pela manhã ao Centro de Saúde da Mulher (Cesmu), na 514/515 Sul, para vacinar o filho Davi, de 5 anos. “Ele (o filho) sempre se vacinou sem problemas. Toda vez que tem vacinação, ele vem animado. Acho importante essa relação com os enfermeiros, por exemplo, porque cria uma certa maturidade nele”, comenta o pai, morador da Asa Sul.

Perto de completar 6 anos, Davi conta como foi a sensação de tomar o imunizante contra a gripe. “Eu estava ansioso para tomar a vacina, mas estou bem melhor agora. O meu pai falou para eu tomar a vacina porque é importante para a minha saúde. Fiquei com medo da agulhada, mas tomei e nem chorei”, conta o menino.

A contadora Lilian Bengard, 41, levou a filha Helena, 4, para receber a vacina contra o H1N1. Por trabalhar no Conselho Federal de Medicina, Lilian foi uma das trabalhadoras da área da saúde a ser imunizada. “Acho que em janeiro a vacina já poderia estar sendo disponibilizada para antecipar a imunização desse público inicial, que é o nosso caso. Mas o que eu espero mesmo é que tenha vacina da covid-19 para todos o mais rápido possível, para não influenciar no andamento da campanha de vacinação contra o novo coronavírus”, afirma.

Lilian aproveitou para comentar sobre a divulgação da campanha no Distrito Federal. “A vacinação tem de ser melhor divulgada, com propagandas nos veículos de comunicação 24 horas por dia para alertar a população sobre essa imunização. Os idosos assistem muita TV, então poderia haver um informe na televisão falando sobre a vacinação contra a gripe”, propõe a moradora da Asa Sul.

Cronograma

A segunda fase da vacinação vai atender a professores das escolas públicas e privadas e idosos com 60 anos e mais, de 11 de maio a 8 de junho. Na terceira etapa, de 9 de junho a 9 de julho, é a vez das pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, além de pessoas com deficiência permanente, forças de segurança e salvamento, forças armadas, caminhoneiros, rodoviários, trabalhadores portuários, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.

Menores de 9 anos que nunca foram vacinados contra influenza precisam receber duas doses da vacina, com intervalo de 30 dias entre elas. Para os demais imunizados, a vacina é realizada em dose única. Nesta campanha, 100 postos de saúde estão disponíveis. Há 21 regionais de saúde com pontos de atendimento em todo o DF.

A infectologista e especialista em vacinas do Exame Imagem e Laboratório/Dasa, Maria Isabel de Moraes Pinto, esclarece os sintomas que a vacina contra a gripe pode evitar. “O vírus influenza causa uma doença respiratória que pode ter diferentes graus, desde casos simples até uma pneumonia, que pode evoluir para a síndrome respiratória aguda grave e levar a óbito. O imunizante tem boa eficácia e é muito seguro. Embora seja essencial para os grupos de risco, pode ser aplicado em todas as pessoas a partir de seis meses de idade. Isso é algo muito importante, ainda mais quando temos uma pandemia de outro vírus respiratório”, analisa a infectologista.

Rede privada

A vacina oferecida na rede pública protege contra três tipos de influenza: H1N1, H3N2 e tipo B Victoria. Nas unidades privadas, as doses são quadrivalentes e imunizam, também, contra o tipo B Yamagata. O preço da vacina não é tabelado, podendo variar de R$ 125 a R$ 140.

Em clínicas e laboratórios da rede privada, a campanha segue até acabarem os estoques. No Sabin, o imunizante custa R$ 140 e pode ser adquirido pelo site loja.sabin.com.br/vacinadagripe3. É possível fazer o agendamento para receber a dose em uma das unidades de imunização, em drive-thru ou em domicílio. No Laboratório Exame, a vacina sai por R$ 125 e está disponível nas unidades de Águas Claras, Guará 2, Lago Sul e Samambaia.


Palavra de especialista

A proteção contra a gripe é segura para a maioria dos indivíduos alérgicos, mas são necessárias algumas precauções. Pessoas com histórico de anafilaxia (reação alérgica que pode causar morte súbita após injeção de vacinas) a doses anteriores devem tomar a vacina sob observação. Aqueles que possuem histórico de alergia a ovo ou derivados e apresentarem apenas urticária devem ter administrada a vacina influenza tranquilamente.

Quem recebeu a vacina contra a covid-19 e já concluiu o esquema vacinal deve aguardar, pelo menos, 14 dias antes de receber qualquer outra imunização. Caso tenha sido aplicada, primeiramente, a proteção contra influenza, também é necessário aguardar 14 dias para iniciar o cronograma contra a covid-19.

Ana Rosa dos Santos, infectologista e gerente médica do Sabin Imunização


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