ídolo do futebol

Morre Joãozinho, maior artilheiro do futebol do Distrito Federal

Vítima de covid, o ex-atacante detém o recorde de gols em uma edição do Candangão, foi goleador da Série B do Brasileirão e vestiu a camisa da Seleção Brasileira

Marcos Paulo Lima
postado em 13/04/2021 11:41
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

O futebol do Distrito Federal perdeu nesta terça-feira seu maior artilheiro. Morreu, aos 61 anos, vítima de dengue hemorrágica e complicações causadas pela covid, João Jerônimo Moura, o Joãozinho. Nascido em Padre Bernardo (GO), ele é o recordista de gols em uma só edição do Candangão. Balançou a rede 25 vezes em 1992, na campanha do tricampeonato do Taguatinga. Essa marca jamais foi alcançada.

Joãozinho iniciou a carreira nas divisões de base do Ceilândia, marcou época no Taguatinga, defendeu Brazlândia, Sobradinho, e acumulou passagens por clubes do DF, do Brasil, da Europa, na Grécia e na Alemanha, e vestiu a Amarelinha. O centroavante defendeu a Seleção Brasileira de Novos sob o comando de Jair Pereira. Representou o país em um torneio classificatório para os Jogos Panamericanos de Indianápolis-1987.

Na época, jogou ao lado do capitão do tetracampeonato mundial, Dunga, e de outras promessas da época, como o lateral-esquerdo Dida, o meia Gilmar Popoca e o ponta-direita Mauricinho. Embora tenha ajudado o Brasil a carimbar o passaporte para o evento nos Estados Unidos, Joãozinho ficou fora da lista final de convocados.

O goleador chamou a atenção de Jair Pereira por ter sido o artilheiro da segunda divisão do Campeonato Brasileiro de 1986, com 11 gols. Na mesma temporada, havia sido artilheiro do Candangão pela primeira vez com 16 gols. Repetiu o feito em 1992, com 25 tentos, e em 1999, com 17. Era considerado uma máquina de estufar as redes.

A presença de área e a facilidade para fazer gols levaram Joãozinho a ter chances fora do quadrado do DF. Defendeu, por exemplo, o PAOK Salônica, da Grécia. Aventurou-se na segunda divisão do Campeonato Alemão, em 1994.

Pelo Brasil, vestiu as camisas do Confiança-SE e teve rápida passagem pelo América-MG. A porta de entrada do jogador do DF no Distrito Federal foi Brazlândia, onde chegou aos 18 anos depois de treinar no Barão, de Padre Bernardo. Participou da fundação do time profissional da Sociedade Esportiva Brazlândia, jogou pelo clube e virou presidente, em 1998.

Fenômeno do futebol local, conseguiu ser artilheiro de duas divisões da capital na mesma temporada. Na elite, pelo Brazlândia, com 12 gols. Na segundona, disputada à época no segundo semestre, brilhou com a camisa do Comercial. Anotou mais oito gols. Despediu-se da Série A do Candangão em 2000, no empate por 1 x 1 do Brazlândia com o Sobradinho, no Estádio Augustinho Lima, mas topou voltar ao futebol em 2003, aos 43 anos, para defender justamente o Sobradinho na segunda divisão e levou o Leão da Serra de volta à elite. Dados levantados pelo historiador José Ricardo Caldas, autor do Almanaque do Futebol Brasiliense, apontam Joãozinho como maior artilheiro da história da modalidade na capital do país.

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