IRREGULARIDADES

Polícia investigará denúncias em hospitais

Samara Schwingel
postado em 15/04/2021 21:44
GDF quer apuração sobre caso de vítima da covid-19 que teve corpo enrolado em plástico -  (crédito: Arquivo Pessoal)
GDF quer apuração sobre caso de vítima da covid-19 que teve corpo enrolado em plástico - (crédito: Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um caso registrado no Hospital de Campanha de Santa Maria, no início deste mês. Funcionários da unidade de saúde registraram imagens do corpo de uma vítima da covid-19 sobre uma maca, enrolado em um saco plástico para lixo. O procedimento é considerado inadequado, segundo os protocolos definidos pelo Ministério da Saúde para pacientes que morreram devido à doença.

Representantes do Governo do Distrito Federal (GDF) informaram, ontem, durante entrevista coletiva, que pediram à PCDF para abrir inquérito policial e investigar o caso. Os secretários da Casa Civil, Gustavo Rocha, e de Saúde, Osnei Okumoto, afirmaram que a situação chamou a atenção pela “falta de empatia” e pela “crueldade” com o corpo. “Isso está completamente fora do protocolo dos hospitais, e o Osnei procurou verificar por que o corpo estava fora do invólucro adequado”, disse Gustavo Rocha, no Palácio do Buriti. “A PCDF está ouvindo esses envolvidos, e aguardamos a conclusão do inquérito”, completou.

O padrão definido pelo Ministério da Saúde prevê que a maneira correta de embalar o corpo de uma vítima da covid-19 é com invólucro específico, borrifado com hipoclorito de sódio. Uma conduta inadequada pode contaminar quem fará o procedimento.

As imagens do caso começaram a circular em 6 de abril. O paciente estava na unidade de terapia intensiva (UTI). Nos registros, é possível ver o plástico preso por uma fita adesiva. O corpo estava em uma maca, ao lado de pacientes internados com covid-19. “No saco plástico, gente. Olha só”, diz a mulher que gravou as imagens. À época, o Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF), responsável pelo Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), informou se tratar da UTI do 1º andar do hospital de campanha da cidade. A unidade é administrada pela empresa Associação Saúde e Movimento (ASM), contratada pelo Executivo local.

Por meio da pasta, a ASM emitiu nota, na qual disse que o caso tratava de um “evento pontual”, com “falha de comunicação da equipe operacional”. A reportagem pediu novo posicionamento da associação, bem como da PCDF, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.

Além disso, o secretário de Saúde afirmou que pediu registro de boletim de ocorrência para investigar um apagão no Hospital da Região Leste, no Paranoá, na terça-feira. Para ele, o caso demonstra que há pessoas agindo com “má-fé”. “Há dois dias (antes de ontem), houve um apagão na sala vermelha. Felizmente, foi da luz, mas os equipamentos continuaram a funcionar”, comentou. O ocorrido durou três minutos, segundo o secretário. “Nesse período, tiraram fotos, filmaram e encaminharam as imagens para a imprensa”, afirmou.

O pedido de investigação se deveu à divulgação do problema. A medida se repetirá, segundo ele, sempre que houver episódios semelhantes.

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