A operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que levou ao cumprimento de sete mandados de prisão preventiva contra integrantes da maior facção da capital, a Comboio do Cão, encontrou um sofisticado esquema de crimes contra o patrimônio. Bem articulado, o grupo se dividia em tarefas para praticar roubos em residências, em especial nas regiões de Taguatinga, Lago Sul e Lago Norte.
As investigações iniciaram no ano passado, quando criminosos invadiram uma residência no Lago Norte e levaram diversos pertences da casa. O caso levou a polícia a descobrir que se tratava de uma organização criminosa e que as pessoas eram integrantes da Comboio do Cão. “Começamos a reunir informações de outras apurações e constatamos que os autores usavam do mesmo modus operandi para cometer os delitos, com restrições de liberdade e emprego de arma de fogo”, afirmou o delegado à frente do caso, Tiago Carvalho, da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul).
O que chamou a atenção dos investigadores foi a articulação do grupo para cometer os crimes. O delegado explica que todas as ações praticadas pela mesma organização eram previamente planejadas, bem como os locais das residências, estudadas anteriormente. “Geralmente, os crimes contra o patrimônio são praticados com uma série de oportunidades, onde os criminosos percebem a vítima em situação de vulnerabilidade e, ali, se aproveitam. Mas, nesse caso, não”, frisou o investigador.
Roubos e prisões
O grupo está envolvido em, pelo menos, dois roubos com restrição de liberdade que tiveram repercussão no DF. Um deles foi o assalto em uma casa, na QNG 28, de Taguatinga, em janeiro. Dois homens invadiram a residência, enquanto outros três vigiavam a rua e passavam instruções para os que estavam no interior do imóvel.
Armados com uma pistola e um revólver, os criminosos renderam o dono da casa e o amarraram com um cinto. A mulher e a filha da vítima perceberam a movimentação e se trancaram no quarto. Segundo as investigações, a dupla buscava por um cofre na casa, mas não havia nenhum. As ameaças foram filmadas por um dos autores. Os quatro foram presos após a chegada da Polícia Militar e da Polícia Civil.
Em fevereiro, três homens armados se passaram por policiais federais para roubar uma casa no conjunto 6, da QL 6, do Lago Sul. Um empresário chinês, um amigo e dois funcionários foram feitos reféns durante o assalto. Os criminosos fugiram levando seis relógios, duas pistolas, pepitas de ouro e um cofre com 20 mil dólares e 10 mil euros.
Na manhã de ontem, investigadores da 10ª DP cumpriram oito mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva em Ceilândia e cinco no sistema prisional do DF. Além destes, duas pessoas foram detidas no Riacho Fundo. Entre os presos está uma mulher de 33 anos, que não teve a identidade revelada. “Tudo indica que a autuada se beneficiou dos bens subtraídos no assalto à casa do Lago Norte”, acrescentou o delegado. Em celulares apreendidos pela polícia, foram encontradas imagens e vídeos da autora ostentando dinheiro e arma de fogo.
Comando Vermelho
Um suposto integrante do Comando Vermelho (CV) — facção do Rio de Janeiro — foi preso pela Polícia Militar do DF (PMDF) por furto, na plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto, em frente ao buraco do Tatu. A equipe do Serviço Voluntário Gratificado (SVG) estava em apoio à base móvel da Rodoviária, quando foram informados de que uma mulher havia sido assaltada no piso inferior da plataforma F. Os policiais encontraram a vítima, que apontou para um homem que caminhava no sentido Asa Norte, do outro lado da pista.
Ao dar ordem de parada, o suspeito correu em direção à Rodoviária. A PMDF montou um cerco no local, quando populares informaram que o assaltante havia se escondido em uma coberta de um morador de rua. Após ser detido, os militares constataram que o homem acumulava diversas passagens pela polícia e envolvimento com o crime organizado do Rio de Janeiro. A ocorrência foi registrada na 5ª DP (Área Central).
Bomba em universidade
A Polícia Militar encontrou, ontem, uma bomba dentro do banheiro de um dos prédios do campus da Universidade Paulista (Unip), na Asa Sul. O local teve de ser evacuado. Apesar das aulas presenciais estarem suspensas por conta da pandemia, estudantes de cursos de saúde e funcionários da instituição estavam no campus. O objeto, semelhante ao utilizado para explodir caixas eletrônicos, foi detonado pela PM.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.