Em formato drive-thru, a feira da goiaba segue aberta para visitação hoje, com a venda da fruta e produtos derivados, como doces, tortas, geleias, biscoitos, licor e bolos. O evento está na Associação Rural e Cultural de Alexandre de Gusmão (Arcag) — localizada na BR-080, Km 13, em Brazlândia (mesmo local da festa do morango) —, com a entrada permitida entre 10h e 18h. Ao todo, são 20 barracas de produtores rurais e 20 bancas da Florabraz (feira de flores e plantas ornamentais). Este é o segundo ano consecutivo que a atração ocorre neste formato, devido à pandemia da covid-19.
“As pessoas ainda estão com medo de sair de casa, diante do número de casos da covid-19. Mas acredito que, neste fim de semana, deve melhorar o fluxo. Esta edição está bem segura, com todos os protocolos sanitários”, ressalta a produtora Lucia Vaz da Silva, 47 anos. Lucia trabalha com a tradicional goiabada cascão caseira. “É uma receita de família, eu cresci comendo essa goiabada cascão. Ela é feita com todo amor e carinho no fogão a lenha, de 4 a 5 horas cozinhando para dar o ponto. Tem um gostinho de roça, totalmente diferente do industrializado. Dá para sentir o sabor da fruta”, destaca.
De acordo com Lucia, a goiabada cascão artesanal é o carro-chefe da barraca dela, que também vende queijo trufado com goiabada, cuca, rosca e pão recheado com goiaba, quebrador de polvilho com goiabada e a goiabada diet cremosa de colher. “Nas edições anteriores, chegava no domingo, ao meio-dia, e já tinha vendido toda a minha produção de goiabada cascão. A saída dela é boa”, afirma Lucia Vaz.
A espera por um bom fluxo na feira animou a produtora Beatriz Marques, 25. “Estamos pensando em colocar mais uma barraca para atender dois veículos de uma vez e evitar filas”, adianta. Ela traz como carro-chefe o sorvete de queijo com goiabada em calda, o famoso Romeu e Julieta. “A nossa banca é sempre movimentada, quem prova aprova e quer mais. Alguns clientes mais antigos estão trazendo até cooler para colocar o sorvete e levar para a casa”, comemora Beatriz.
A ideia de criar um sorvete de queijo e não de goiaba surgiu como uma saída para não deixar a iguaria muito doce. A combinação deu certo e, desde 2015, Beatriz e família têm apostado na receita. Para atender aos consumidores que queiram consumir no local, a barraca do sorvete foi estrategicamente colocada perto de um estacionamento, onde as pessoas podem parar o veículo e saborear o produto. Segundo Beatriz, a expectativa é de vender, ao menos, 40 baldes de sorvete até hoje. O quantitativo é um pouco menor que no ano passado, quando comercializou 60 baldes durante a feira.
Para o produtor Gildásio Mendes de Oliveira, 67, a safra deste ano foi boa. “Em março, com a grande quantidade de goiabas colhidas, tive desperdício com a falta de demanda. Agora, a safra diminuiu, temos uma produção, no entanto, mais baixa”, explica Gildásio, que trabalha com a produção rural há 12 anos no Distrito Federal. Para a feira, ele preparou sacos com goiaba verde e madura com preço a R$ 10 e R$ 5, cada. A fruta comercializada na capital é da espécie vermelha, segundo Gildásio. No DF não há muito o costume de vender a goiaba branca pela falta de procura.
Autossustentável
De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater), a goiaba é a fruta mais produzida na capital, com um cultivo equivalente a 22% em relação às demais. “A goiaba é uma das poucas hortaliças que é toda consumida aqui. Ao contrário de outros alimentos em que a demanda é maior do que é produzido no DF”, salienta Felipe Camargo, engenheiro agrônomo e técnico da Emater.
Neste ano, os produtores de goiaba da capital federal devem colher cerca de 8 mil toneladas da fruta, mantendo a média dos últimos três anos, de acordo com a expectativa da Emater. A safra principal ocorreu em março, e a próxima colheita será entre os meses de setembro e outubro, a chamada safrinha. “Não é possível chegar a um valor real de quanto se ganha com a comercialização da goiaba no Distrito Federal, mas em valor bruto de produção, a venda gera cerca de R$ 26 milhões aos produtores”, comenta o técnico.
“Temos, aproximadamente, 90 produtores de goiaba, a maioria se concentra na região de Brazlândia”, conta Felipe. Ao todo, a capital tem 317 hectares plantados da fruta, sendo 0,55 hectare do produto orgânico.
A visitação ao espaço ocorre por ordem de chegada dos veículos. É obrigatório o uso de máscaras, e, na entrada, há a aferição de temperatura de trabalhadores e visitantes. Para quem preferir ficar em casa, a Emater vai disponibilizar, no YouTube e em outras redes sociais, vídeos de receitas com goiaba. A empresa também divulgará dicas de como montar arranjos de flores e minijardins com suculentas.
6ª Feira da Goiaba
Hoje, das 10h às 18h. Na Associação Rural e Cultural de Alexandre de Gusmão (Arcag), localizada na BR-080,
Km 13, Brazlândia. Entrada gratuita. Vídeos das receitas no YouTube da Emater: youtube.com/ematerdfoficial.
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