O governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou, ontem, o projeto de lei que concede mais três meses de auxílio emergencial aos motoristas de táxi e de transporte escolar. Com isso, os beneficiários vão receber mais três parcelas de R$ 600. “R$ 1.800 pode não ser muito para muitas pessoas, mas para quem está nas ruas trabalhando, quem não conseguia mais pegar passageiros há um ano antes da pandemia, sabemos o significado disso. Tenho certeza que hoje eu e a Câmara Legislativa estamos entregando um auxílio merecido’, ponderou o governador.
A medida, proposta pelo Executivo, foi aprovada em dois turnos pela Câmara Legislativa em março, e aguardava a análise do governador. Durante a cerimônia de assinatura, Ibaneis anunciou o veto a uma emenda que incluía no pagamento os motoristas de ônibus de turismo, que no ano passado tinham recebido o benefício.
Segundo Ibaneis, a retirada da categoria foi necessária para evitar questionamentos do Ministério Público. “Vamos encaminhar o projeto do pessoal do turismo”, disse Ibaneis, sobre uma proposta específica para a categoria. “Foi por questões formais que tive de vetar o artigo”, explicou.
Com isso, 4,5 mil taxistas e motoristas escolares serão beneficiados com o pagamento. O presidente do Sindicato dos Taxistas do Distrito Federal, Sued Silva, comemorou a continuidade dos pagamentos. “Esse benefício vai servir de exemplo para todo o Brasil. O projeto é muito mais do que um auxílio emergencial, é um auxílio existencial”, disse Sued.
O representante dos motoristas de transporte escolar também comemorou a iniciativa. “Por causa da pandemia da covid-19, os motoristas estão sofrendo, passando necessidades porque não há trabalho”, destacou o presidente do Sindicato de Transportes Escolares de Brasília (Sintresc-DF), Nanzon Simões. Para receber o benefício, é preciso estar inscrito no Cadastro de Permissionários/Concessionários e regularmente registrado no Departamento de Trânsito (Detran-DF).
O gasto do governo será de
R$ 9,8 milhões, que serão pagos pelo Banco de Brasília (BRB). “É uma forma de aquecer a economia. Esses recursos que vocês vão receber serão consumidos na mercearia, na farmácia, no açougue e na manutenção do carro que vocês usam para trabalhar, que é uma ferramenta”, afirmou o secretário de Economia, André Clemente.
Veto
O Governo do Distrito Federal vetou o Projeto de Lei nº 1.725 para a volta do auxílio emergencial de R$ 408 a pessoas carentes durante a pandemia. Aprovado em 10 de março na Câmara Legislativa, o retorno do benefício foi proposto pelos distritais Arlete Sampaio (PT), Chico Vigilante (PT) e Fábio Felix (PSol). O ato será publicado no Diário Oficial do DF.
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Bikes compartilhadas
Começou ontem a fase de testes do Sistema de Bicicletas Públicas Compartilhadas do Distrito Federal. Uma estação de amostra com cinco bicicletas foi montada no pátio do anexo do Palácio do Buriti. Os equipamentos estão expostos ao público, mas os testes são realizados apenas por técnicos da Secretaria Transporte e Mobilidade. O aplicativo de acesso dos usuários aos equipamentos está sendo finalizado. O objetivo do projeto é integrar o deslocamento dos pedestres com o transporte público com cerca de 1,2 mil bicicletas e patinetes em diferentes regiões do DF. A previsão é de que o sistema comece a operar ainda neste ano.
Taxa de desemprego cresce no DF
A taxa de desemprego total no Distrito Federal avançou no primeiro trimestre do ano. Em março, mais de 18 mil pessoas ficaram desempregadas. Com o acréscimo, o total de brasilienses desocupados no mês alcançou 316 mil, taxa de 19,5%. É o quarto aumento consecutivo na capital federal. Em fevereiro, o percentual de desempregados no DF era de 18,6%, do total de 298 mil pessoas.
Os dados são da Pesquisa Emprego e Desemprego (PED), elaborada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o documento, o aumento do índice é resultado do crescimento do número de pessoas em desemprego aberto e em desemprego oculto. “O acréscimo na taxa de desemprego total refletiu o crescimento da taxa de desemprego aberto, que passou de 16% para 16,6%, e da taxa de desemprego oculto, de 2,6% para 2,9%”, afirma a pesquisa.
O conceito de desemprego aberto compreende as pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias anteriores à pesquisa, sem exercer nenhum trabalho nos últimos sete dias. Já o desemprego oculto engloba tanto quem busca emprego antes da pesquisa e realiza, de forma irregular, algum trabalho, quanto quem está desempregado e não procurou ocupação por desestímulo do mercado de trabalho.
De acordo com a coordenadora de Pesquisas de Mercado de Trabalho do Dieese, Lucia Garcia, a piora do quadro consolida tendência observada desde a virada do ano. “Isso ocorre, principalmente, porque há uma necessidade de manutenção e renda da população que, mediante o fim do programa de auxílio emergencial, voltou a procurar trabalho e não encontra, pois as ocupações não são geradas”, afirmou.