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Em carreata, entidades e pais pedem vacinação de pessoas com Down

Na manhã desta quarta-feira (7/4), grupo de manifestantes se reuniram em frente ao Palácio do Buriti

Preocupados com a imunização de pessoas com síndrome de Down, grupos de pais, da Federação das Associações Brasileira de Síndrome de Down e da Associação DFDown se mobilizaram na manhã desta quarta-feira (7/4) em uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti. Com cartazes, pediam a vacinação contra a covid-19 de pessoas com a síndrome.

Para a funcionária pública aposentada Rosângela Santos Rosa, 61 anos, que é mãe do Wagner Rodrigo, 30 anos, que tem Down, a vacinação é muito importante para esse grupo de pessoas. "Eles são muito sensíveis, têm muitos problemas de saúde respiratória, pneumonia. Desde que nascem, eles têm problemas, até de coração. Então, é muito importante que eles se vacinem e tenham prioridade para evitar mortes, caso contraiam o vírus”, afirma.

A mãe diz que não tem ainda uma resposta do governo do Distrito Federal, mas que tem esperança de que vai conseguir a vacina para pessoas com síndrome de Down na capital. “Nós estamos esperando demais por esse momento, estamos com esperança de que vamos conseguir uma resposta positiva do nosso governador”, alega.

Além do desejo dos pais de conseguir imunizar os filhos, as entidades também estão na luta para ajudá-los. Segundo a presidente da Associação DFDown e diretora da Federação das Associações Brasileira de Síndrome de Down, Cléo Bohn, a entidade tem se movimentado desde o ano passado, quando foram ao Supremo Tribunal Federal pedir a vacina para todas as pessoas que têm deficiências. “O ministro Lewandowski negou o nosso pedido, considerou importante e necessário, mas que, por não ter vacina, remeteu o Ministério da Saúde para analisar. Como nós estamos com problema de vacina no Brasil, não fomos atendidos”, revela.

De acordo com a presidente da associação DFDown, a mobilização pede ao governo do DF a vacinação imediata para pessoas acima de 18 anos com síndrome de Down. Embora a imunização desse grupo esteja prevista para a terceira fase da campanha, junto com as pessoas com comorbidades, ela diz que o processo precisa ser antecipado levando em consideração a extrema vulnerabilidade, devido à dificuldade em manter as medidas de segurança, à intolerância sensorial ao uso de máscara, à dificuldade em reconhecer os sintomas e à baixa imunidade. Pessoas com Down também têm alta incidência de obesidade, diabetes, problemas cardíacos e problemas respiratório, o que os torna mais vulneráveis. 

A associação destaca ainda que, mesmo que não haja uma estatística oficial no Brasil, um grande número de mortes de jovens, entre 20 e 30 anos vem sendo observado no país. Só em janeiro faleceram quatro só no estado do Amazonas.