Vacina Pfizer chega nesta semana

A expectativa da Secretaria de Saúde é de que 5,8 mil doses atendam à população na capital até quarta. Rede Frio Central de armazenamento consegue receber até 40 mil, Anvisa flexibilizou exigências para que Distrito Federal consiga guardar imunizantes

» CIBELE MOREIRA
postado em 02/05/2021 23:46
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press                       )
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press )


O Distrito Federal deve receber, nesta semana, a primeira remessa da vacina contra a covid-19, produzida pela farmacêutica norte-americana Pfizer em parceria com o laboratório alemão BioNTech. De acordo com a Secretaria de Saúde, cerca de 5,8 mil doses devem desembarcar na capital até a próxima quarta-feira. A princípio, os imunizantes serão utilizados na primeira fase da vacinação do grupo com comorbidade que inclui pessoas com síndrome de down, gestantes e puérperas. As doses serão armazenadas na Rede de Frio Central do Distrito Federal a temperaturas entre -65°C e -80°C, conforme orientação do fabricante. Nas salas de vacina em cada regional, o imunizante ficará armazenado entre 2°C e 8°C, que é a capacidade das câmaras desses locais.
Segundo informações da secretaria, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisou as exigências de armazenamento da vacina e flexibilizou as temperaturas utilizadas para conservação em baixas temperaturas. A pasta ressalta que o órgão fiscalizador permitiu guardar as doses entre -15°C e -30°C, por um período de até duas semanas, e de 2°C e 8°C por até 5 dias. Nesses dois casos, a vacina não perde a eficácia dos componentes. Após o prazo, elas devem voltar à temperatura recomendada pelo fabricante, entre -65°C e -80°C. O ultracongelador da Rede de Frio Central tem capacidade de 570 litros e consegue armazenar até 40 mil doses.
Enquanto os imunizantes da Pfizer não chegam à capital, a vacinação dos grupos prioritários já contemplados para receber a vacina contra a covid-19 segue normalmente nos pontos espalhados pelo Distrito Federal. Atualmente, apenas a população acima de 60 anos, profissionais da saúde e das forças de segurança estão sendo imunizados. Ao todo, o Distrito Federal aplicou, ontem, 2.596 doses das vacinas CoronaVac e AstraZeneca. Segundo o último balanço divulgado pela Secretaria de Saúde, 252.356 pessoas receberam as duas doses do imunizante.
A aposentada Helena Costa, 61 anos, conta que ficou mais tranquila após ser vacinada com a primeira dose da AstraZeneca. “É uma esperança. Está todo mundo assustado com essa doença. Eu tive covid-19 em agosto do ano passado, fiquei internada na enfermaria por 12 dias. Mesmo recuperada tenho receio com essas variantes que estão aparecendo”, relata a moradora do Recanto das Emas, que aproveitou a tarde de domingo para ir se vacinar no Taguaparque.
Brasiliana de Castro Pereira, 61, considera estar imunizada contra a covid-19 um alívio. “Para a gente que foi a primeira vítima da doença, com mais mortes entre idosos, no início da pandemia, é um sossego”, relata a aposentada pela Secretaria de Educação. Moradora de Arniqueira, ela não vê a hora de poder retornar à vida normal antes do novo coronavírus, de sair e poder ver e abraçar filhos e netos. “A gente quer crer que estamos vencendo essa batalha”, pontua.
Ontem foi um dia muito esperado pelo casal Teresa da Silva, 61, e Atadeus Alvino de Lima, 61. Atadeus tem Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) há oito anos e está acamado há sete com atendimento por home care. A esposa Teresa conta que, durante a pandemia, havia uma preocupação quanto ao risco de contaminação do Atadeus por meio das profissionais que cuidam dele. “Sentíamos uma insegurança muito grande, são quatro técnicas que trocam de 12 em 12 horas. Elas pegam transporte público e mesmo com todos os protocolos havia alguma chance. Agora a gente fica mais tranquilo”, ressalta a aposentada. Os dois moram em Taguatinga e aproveitaram o ponto de vacinação no Taguaparque para receber o imunizante.

Casos

A Secretaria de Saúde contabilizou mais 887 casos de covid-19 no Distrito Federal neste domingo. Com as novas notificações, a capital registra 380.639 contaminados pelo vírus — sendo que a maioria dos infectados conseguiu se recuperar da doença (364.114), enquanto 7.855 morreram. Entre os profissionais de saúde, 9.754 tiveram a covid-19, mas 71 deles não resistiram e faleceram.
Das vítimas, 29 foram notificadas neste domingo pela pasta. Onze das mortes identificadas ocorreram ontem em hospitais do DF, entre elas um jovem entre 20 e 29 anos. Os outros óbitos ocorreram anteriormente, entre 30 de março e 1 de maio.
A maior parte dos pacientes tinha alguma comorbidade, como distúrbios metabólicos, problemas no coração e obesidade. Seis pessoas eram moradores da Cidade Ocidental, Formosa, Luziânia, Mambai (GO), Novo Gama e Santo Antônio do Descoberto. As vítimas tinham 20 anos ou mais, sendo que a faixa etária de número mais expressivo foi a de 60 a 69 anos, com 10 óbitos.

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