Violência

No DF, polícia investiga se pais mataram a filha de 1 ano espancada

A hipótese inicial era de que a criança havia caído do berço enquanto dormia, mas o laudo cadavérico do Instituto de Medicina Legal (IML) trouxe resultados que mudaram o rumo das investigações

Darcianne Diogo
postado em 05/05/2021 11:27 / atualizado em 05/05/2021 11:51
 (crédito: Editoria de ilustração)
(crédito: Editoria de ilustração)

As investigações sobre a morte de uma menina de 1 ano, em Samambaia, no Distrito Federal, sofreram uma reviravolta esta semana. Registrada como acidente doméstico, a morte da criança pode ter sido, na verdade, resultante de homicídio por espancamento ou de ações relacionadas a maus-tratos. 

A mudança no curso das investigações ocorreu após os policiais da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) receberem o exame cadavérico do Instituto de Medicina Legal (IML). "(A investigação) ainda não foi concluída, mas o laudo indica que a morte foi por ação humana. Homicídio ou maus-tratos com resultado morte", afirmou o delegado Rodrigo Larizatti, chefe da 26ª DP.

De acordo com o investigador, o laudo indica que a criança sofreu lesões pelo corpo, entre elas fraturas nas costelas e na perna. No pescoço, também havia marcas, o que pode apontar que a menina pode ter sido estrangulada. As marcas sugerem ainda que as agressões foram praticadas em dias diferentes. 

Diante dos fatos surgidos após o exame do IML, a polícia decidiu pedir a prisão preventiva dos pais da criança, que agora são investigados como suspeitos da morte. Além disso, a mãe tem filhos fruto de outro relacionamento que, no entendimento dos policia,s poderiam estar em perigo.  

A morte da menina ocorreu em 13 de fevereiro e os pais alegaram que o motivo teria sido uma queda do berço enquanto ela dormia.

 

Semelhança com o caso Henry

O caso assemelha-se ao do menino Henry Borel, de 4 anos, que morreu em 8 de março, no Rio de Janeiro. Em depoimento aos agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca), a mãe de Henry, Monique Medeiros, relatou que estava na sala assistindo TV com o namorado, o médico Jairo Souza Santos Junior, e a criança estava deitada na cama da mãe.

Monique contou, ainda, que Jairinho dormiu por causa dos remédios e, por volta de 3h30, ela levantou e acordou o namorado. Jairinho foi ao banheiro e, ao voltar para o quarto, a mãe encontrou Henry caído no chão. A professora disse que o filho poderia ter se desequilibrado ou tropeçado na poltrona e caído. Nesta terça-feira (4/5), a polícia divulgou a conclusão do inquérito. Monique e Jairo foram indiciados pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e tortura contra a criança.  

*O Correio preservou o nome da criança e dos pais em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

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