CB.Agro

Vicente Nunes
postado em 06/05/2021 23:24
 (crédito: Marcelo Camargo/Agencia Brasil - 4/12/16)
(crédito: Marcelo Camargo/Agencia Brasil - 4/12/16)

25,7%
Foi o crescimento das exportações de soja pelo Brasil nos primeiros quatro meses deste ano

 

A falta que faz o registro da terra
O Distrito Federal registra os maiores índices de produtividade do país em culturas como soja e milho, resultado dos investimentos maciços em tecnologia feitos pelos produtores. Mas a maioria deles convive com a instabilidade. Estima-se que pelo menos oito a cada 10 agricultores não têm a titularidade definitiva da propriedade.

Com isso, cortam o dobrado para acessar as linhas de crédito necessárias para o plantio e a colheita. Como não podem dar as terras em garantia aos financiamentos, acabam pagando juros maiores do que produtores de outras localidades, beneficiados por taxas equalizadas pelo governo federal.

No entender dos produtores, o governo distrital deveria pisar no acelerador para resolver essas pendências — algumas se arrastam por mais de meio século. Para eles, os certificados de direito real de uso (CDRs), títulos provisórios das terras, são um avanço, mas funcionam como paliativos.

Quanto mais rápido o governo local resolver essa questão de titularidade, maior será a capacidade dos produtores de ampliarem a oferta de alimentos. Pelas condições climáticas, o DF pode alavancar a produtividade sem precisar ocupar mais áreas. Basta que tudo o que joga contra, como a burocracia que emperra a regularização de terras, saia de cena.

 

Arábia barra carne de aves
» O governo ficou atônito com a decisão da Arábia Saudita de suspender 11 frigoríferos brasileiros de exportarem carnes de aves para aquele mercado. Diante do comunicado árabe, os termos mais ouvidos nos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores foram “surpresa e consternação”.

» É que não houve contato prévio por parte das autoridades sauditas e nenhuma apresentação de motivações ou justificativas que embasassem as suspensões. Chamou a atenção o fato de somente exportadores brasileiros terem sido excluídos da lista atualizada de fornecedores para a Arábia Saudita.

» Se não conseguir reverter a situação pelo meio diplomático, o Brasil poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) alegando barreiras indevidas no comércio com o país árabe.

 

Selo que qualidade
» O Selo Arte, que permite o comércio de produtos artesanais de origem animal entre diferentes estados, está completando três anos com a marca de 123 concessões para estabelecimentos e 160 mercadorias, como queijos, iogurtes, doce de leite, linguiças e outros embutidos.

» A ideia da certificação nasceu depois que uma grande quantidade de queijos e linguiças foram apreendidos durante o Rock in Rio, em 2017. Os produtos, ofertados pela chef Roberta Sudbrack, só tinham autorização para serem vendidos no próprio município onde foram fabricados.

» O Ministério da Agricultura já regulamentou o Selo Arte para lácteos e cárneos, e as próximas etapas preveem a inclusão de pescados e produtos de abelhas, como mel e própolis.

 

Pandemia da banana
» O Brasil acendeu o sinal de alerta depois que países como Colômbia, Peru e Equador registraram o que vem sendo chamado de pandemia da banana. Trata-se de uma doença que tem atacado plantações em diversos continentes e, agora, chegou à América Latina e pode se espalhar pelo Caribe, regiões que concentram os maiores produtores e exportadores da fruta do mundo.

» O Serviço Nacional de Sanidade Agrária (Senasa) do Peru informa que detectou a cepa Tropical Race 4 (TR4) do fungo Fusarium em uma plantação de banana no departamento de Piura. No Equador, rapidamente foram adotados mecanismos de controles e pulverizações de veículos que cruzam a fronteira, para evitar a entrada da doença. Até março, a Colômbia era o único país da América Latina e do Caribe onde a TR4 havia sido detectada.

» Especialistas defendem um aprofundamento da cooperação público-privada para enfrentar a praga que castiga um cultivo essencial para a segurança alimentar global e a subsistência de milhões de pequenos produtores agrícolas.

 

Agricultura nas metrópoles
» É possível produzir alimentos saudáveis mais perto de casa, ou seja, dentro das cidades ou nas suas bordas. Estudo do Instituto Escolhas revela que, somente na região metropolitana de São Paulo, a produção agrícola pode alimentar 20 milhões de pessoas e gerar 180 mil empregos diretos. Aproximar produção e consumo é estratégico para garantir a segurança alimentar nas grandes cidades.

» A plataforma Agricultura na Metrópole traz os dados abertos do Estudo para que pesquisadores, gestores públicos e privados conheçam todo o potencial da produção de alimentos e possam incentivar a adoção de políticas públicas para o fortalecimento da agricultura urbana e periurbana.

» Ao acessar agriculturanametropole.escolhas.org, pode-se conhecer dados sobre consumo, distribuição e comercialização de alimentos, além de abastecimento público (de restaurantes populares a mercados municipais).

 

As flores do Brasil
» Os produtores de flores estão eufóricos, depois de tempos difíceis. Duas das principais datas para eles estão chegando: o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, que representam 40% do faturamento anual.

» Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam a existência de 8 mil produtores de flores e de plantas ornamentais no país. Essas propriedades cultivam mais de 2,5 mil espécies de 17,5 mil variedades.

» A preferência dos brasileiros, informa a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é por flores de corte, como rosas, crisântemos, astromélias, lírios e lisiantos.

» Mas, com a restrição de eventos no país, em razão da pandemia do coronavírus, as flores de vaso, como as orquídeas, kalanchoes (flor da fortuna) e antúrios, entre outras, ganham cada vez mais destaque.

» A demanda por orquídea fica claro nos dados de importação. Em 2020, mesmo com as dificuldades da pandemia e a alta do dólar, o Brasil importou mais de US$ 20 milhões, sendo 64% da Holanda.

» Flores e cestas de alimentos são ótimas opções de presentes, não importa a época do ano. Agradam quem recebe e ajudam a garantir o sustento de milhares de famílias que produzem e comercializam esses produtos.

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