O maiz (milho), as papas (batatas), os ajis ardidos (pimentas), o cochinito (pernil assado) e muitos outros ingredientes típicos da América bolivariana fazem parte da nova fase do Pinella, misto de restô e bar, que é o principal point da Quadra 408 Norte, conhecida por Baixo Asa Norte, um endereço só comparável na atmosfera descontraída ao Baixo Leblon, no Rio de Janeiro.
O responsável pela guinada no menu é o chef venezuelano Miguel Ojeda que, desde abril, vem praticando uma síntese da gastronomia latino-americana. “Pesquisamos e adaptamos receitas que estavam na minha memória afetiva e não seguem nenhuma regra tradicional, ou que reproduzam algum prato clássico de nenhum país. Eu quis unir e apresentar a culinária latina como um coquetel com todo seu esplendor”, explica.
Antes de desembarcar no Brasil, em junho de 2010, o venezuelano percorreu Argentina, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, conhecendo os sabores andinos e, nessa caminhada, numa noite em Buenos Aires, deparou-se com a brasileira, Isabela Siqueira, com quem casou. Na pandemia, o casal lançou um projeto de delivery, no qual o consumidor é o chef ao finalizar os pratos em casa com toda a segurança. Chama-se La Pastora Gastro Combos, cujos destaques estão presentes no menu do Pinella, agora em novo horário: das 16h às 23h.
Sabores peruanos
Lá, o happy hour começa cedo com uma sugestão de petiscos peruanos, como chili chips con queso (tortilhas cobertas com chili de carne ou vegetariano com queijo gratinado) por R$ 42, ou burrito (wrap na chapa, arroz andino, guacamole, queijo, patê de rocoto e pico de gallo, acompanhado de sour cream. Tem de carne, frango, pernil ou vegetariano, e os preços variam entre R$ 27 e R$ 40.
O que não dá para resistir e tem atraído uma freguesia cativa são receitas autorais de Ojeda (ex-Nikkei), como a do taco cochinito a la naranja (tortilha de trigo coberta com pernil suíno assado no suco de laranja, sour cream, picles de rabanete e salsa criolla) por R$ 10. E ainda a quesadilla (sanduíche de tortilha de trigo na chapa recheado com queijo e chili com carne (R$ 25), com frango assado à moda latina (R$20) e com pernil suíno no suco de laranja (R$ 35), além da versão vegetariana (R$ 18) com feijão.
A casa comandada por Marta Liuzzi e Flávia Attuch, que completa 10 anos em dezembro (substituiu o Café da Rua 8 no mesmo endereço) não se desfez de dois ícones do cardápio clássico que era executado pela chef Mariana Bueno, hoje em João Pessoa cozinhando no Loca como Tu Madre. Antes, recebeu retoques do chef venezuelano, que manteve iscas de frango empanadas com panko, geleia de tomate, guacamole, maionese de alho defumado ou patê de rocoto (R$ 32), em homenagem à Glaucia, e linguiça de frango ou de porco com mostarda escura (R$ 38), no prato Fernanda, duas amigas do Pinella.
Além de cervejas artesanais, há o espumante da casa Prosecco Pinella por R$ 69, elaborado pela vinícola gaúcha Valmarino. Funciona de terça a domingo. Telefone 3347-8334. Instagram:@pinella408notte.
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Casa nova com a marca Luigi
O chef Luigi Benegiamo, que comandou restaurante no Sudoeste por 15 anos, nunca quis ter seu nome na fachada. Ao comprar o Armazém 101, do qual era cliente, preferiu chamar-lhe de Trattoria, “porque Armazém não é nada italiano”, justificava. O nome sempre foi uma alusão à quadra 101 no bairro, onde a cozinha italiana de Luigi virou referência. Depois de morto, há dois anos, o italiano da Puglia está sendo homenageado duas vezes.
Mudou para Luigi Trattoria o nome da casa, que, provavelmente, ainda este mês, instala filial no complexo Brasil 21, no lugar onde funcionou, antes da pandemia, o self service Uai, de cozinha brasileira. A inspiração veio da filha de Luigi, Arianna Benegiamo, herdeira do restaurante que ela, primeiro, tentou vender.
Convencida pelo chef Edilson Oliveira (ex-Istambul) a manter de pé o estabelecimento, que conta com enorme clientela apaixonada pela culinária italiana, a única filha do engenheiro mecânico da categoria de stock car, que trocou Monza por Brasília, mudou de ideia. Ela e o chef, parceiro no Sudoeste, além do sócio Daniel Fernandes, que cuida da administração, estão prestes a assinar contrato com Fabiano Cunha Campos, do Brasil 21, para tocar a Luigi Trattoria, cucina italiana na área central da cidade.
O filé à parmiggiana com fettuccine Alfredo (R$ 75,90 para uma pessoa e R$135,90, para duas) é, de longe, o prato mais apreciado, “responsável por 80% dos pedidos no cardápio”, informa Arianna. Em segundo lugar vem o filé ao molho de conhaque acompanhado de espaguete ao alho e óleo e, em seguida, medalhão de filé-mignon ao molho de funghi porcini e risoto de grana padano (ambos, por R$ 75,90 cada). A casa também funciona com delivery e take out. Telefone: 3344-8866.