HABITAÇÃO

Regularização para nove áreas

Seduh abre consulta pública para a população opinar em projetos que demarcarão Parcelamentos Urbanos Isolados, espaços consolidados em setores rurais, entre eles parte do Incra 9, em Ceilândia. Levantamento vai até 31 de maio

Ana Maria da Silva
postado em 11/05/2021 21:13
 (crédito: Bruno Peres/CB/D.A Press)
(crédito: Bruno Peres/CB/D.A Press)

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) abriu, ontem, uma consulta pública para a população dar sugestões à proposta de decreto para demarcar nove áreas caracterizadas como Parcelamentos Urbanos Isolados (PUIs) — espaços urbanos consolidados inseridos em áreas rurais. A consulta vai durar até 31 de maio, e é o primeiro passo para o processo de regularização fundiária nesses locais, que beneficiará 5.015 habitantes.

Cinco das novas áreas ficam em Ceilândia: Núcleo Urbano 9 do Incra 9; Projeto Integrado de Colonização e Reforma Agrária (Picag) 3/372; Quintas do Amarantes; Residencial Monte Verde; e Vista Bela. As demais são: Cooperfruit, em Brazlândia; Granja Modelo 2, no Riacho Fundo 2; Granjas Reunidas Asa Branca, no Gama; e Morada Quintas do Campo, no Paranoá.

Juntos, os terrenos somam 288,05 hectares — o equivalente a 288 campos de futebol. Os parcelamentos foram sinalizados pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot) de 2009, mas aguardavam pela demarcação das poligonais, que são preliminares e deverão ser aprovadas em conjunto com um projeto urbanístico.

De acordo com a diretora de Regularização Fundiária da Seduh, Denise Gouvea, com o processo de demarcação “será possível entender melhor a estrutura de cada local, o que contribuirá para a futura regularização, que ainda envolve outras benfeitorias, como implementação de infraestrutura básica e equipamentos públicos”.

Parcelamento

O Parcelamento Urbano Isolado é uma categoria de assentamento para regularização fundiária urbana definida no Pdot, aprovado pela Lei Complementar n° 803, de 2009. “O Pdot de 2009 sinalizou 28 Parcelamentos Urbanos Isolados para serem demarcados. A Seduh já demarcou 12 antes da atual gestão. Agora, com mais nove, ficariam demarcados 21 parcelamentos”, informou a diretora de Regularização Fundiária.

Toda a informação necessária para subsidiar a consulta pública da população, como a minuta do decreto, mapas e fotos das áreas, está disponível no site http://www.seduh.df.gov.br. Os interessados poderão fazer suas contribuições à minuta do decreto e enviá-las ao e-mail direg@seduh.df.gov.br. Após analisadas e aprovadas pela equipe técnica da Seduh, as sugestões poderão ser acrescentadas ao texto final.

Muros e guaritas

A Seduh promoveu, ontem, uma audiência pública para debater a regularização de muros e guaritas de condomínios fechados do Distrito Federal. O projeto de lei complementar (PLC) em análise visa estabelecer critérios e parâmetros para normatizar o fechamento de loteamentos.

Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Matheus Oliveira, o PLC é de grande importância para o DF, uma vez que pretende pôr fim à insegurança jurídica enfrentada há várias décadas pelos condomínios e por toda a população. “Entendemos que é melhor regulamentar o assunto, definir limites, critérios e requisitos, pois a cidade precisa crescer de forma ordenada”, afirmou Mateus.

A forma de cálculo do preço público foi baseada em uma regra já existente disposta no decreto nº 17.079, de 1995, texto que dispõe sobre a cobrança do preço público pela utilização de áreas públicas do DF. O valor correspondente ao uso de área pública por região administrativa é dividido em quatro grupos (veja Preço público).

Dentre as sugestões de mudanças apresentadas por síndicos e moradores, majoritariamente, esteve a suspensão da cobrança do preço público para o fechamento ou a redução do valor. Síndica há 17 anos e presidente da União dos Condomínios e Associações de Moradores no DF (Unica-DF), a advogada Júnia Bittencourt, 59 anos, diz que inicialmente, a notícia foi recebida com alívio pelos moradores do Grande Colorado. “Foi um alívio no que se refere à regulamentação dos fechamentos, mas também preocupante, devido ao valor desproporcional a ser cobrado”, pontua.

De acordo com Júnia, o projeto já melhorou bastante desde a primeira minuta divulgada, mas ainda deve ser aprimorado. “O ponto negativo é realmente o valor proposto para o preço público. Não é razoável e pode inviabilizar os fechamentos se prevalecer assim”, acrescenta. Dentre as propostas feitas pelo grupo que a síndica representa, estão reconhecer a realidade de cada parcelamento e deixar a opção do modelo de fechamento a ser adotado à escolha dos moradores.

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Preço público


GRUPO 1 (R$ 16,10 por m²)
Plano Piloto, Cruzeiro, Lago Sul, Lago Norte, Candangolândia Sudoeste/Octogonal

GRUPO 2 (R$ 14,68 por m²)
Núcleo Bandeirante, Guará, Águas Claras, Park Way, SCIA/Estrutural, SIA, Jardim Botânico, Vicente Pires, Arniqueira

GRUPO 3 (R$ 10,17 por m²)
Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina, Riacho Fundo, Samambaia, Riacho Fundo 2, Sobradinho 2

GRUPO 4 (R$ 6,40 por m²)
Paranoá, Santa Maria, Ceilândia, São Sebastião, Recanto das Emas, Varjão, Itapoã, Fercal, Sol Nascente e Pôr do Sol

 

Piscina de Ondas

Desativada desde 1997, a Piscina de Ondas do Parque da Cidade pode ser reativada ainda em 2021. A secretária de Esportes do Distrito Federal, Giselle Ferreira, afirmou que o projeto de revitalização deve ser finalizado em dois meses, e a licitação será lançada durante esse período. A previsão é de que as obras terminem até o fim deste ano. “Em 60 dias, concluímos e fazemos a licitação. Já a reforma dura cerca de seis a oito meses”, detalha a responsável pela pasta. Inaugurado em 1978, o local chegou a receber uma média de 10 mil pessoas durante o fim de semana, no auge do funcionamento.

 

 

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